Que ano para os boardgames! Enquanto ano passado eu tive de pensar bastante pra preencher ali as posições 8 e 9 na minha lista, esse ano eu tive de pensar muito para retirar jogos do Top 9. Jogos que eu já tinha escrito no papel como Certeza no top como Wingspan e Marco Polo 2 ficaram de fora. Isso por que minha lista, inclui os 9 melhores jogos lançados no MUNDO, e não apenas no brasil nesse ano. Destes, apenas 1 já foi lançado aqui, mas outros 2 já foram lançados, então, esse top pode servir como dica do que de bom está por vir, e do que vale buscar lá fora também.
E eu esperei o ano acabar mesmo, pois até o dia 30 de dezembro eu estava estreiando um jogo que eu sabia que tinha potencial para entrar, e de fato entrou. Então vamos lá.
Batman é o guilty pleasure da lista. É tipo por Vingadores Guerra Infinita na lista dos melhores filmes de todos os tempos. Você sabe que tecnicamente o filme não é tudo isso, mas é divertido pra caraca. E acho que entretenimento é o propósito dos jogos de tabuleiro, certo? O jogo tem vários defeitos de regras, e confusões de manual. Você fica meio p... da vida que por mais que o jogo te dê 300 personagens você só pode escolher entre 5 em cada cenário. E quando você tá jogando, você percebe que aquilo é uma versão melhorada (mas muito melhorada) de um Zombicide da vida. Mas putz, como é divertido jogar Batman. Esse jogo me surpreendeu por não ser meu estilo, mas adorei jogar e por isso, merece seu lugar na lista.

Pax Pamir é um dos jogos que entrou na lista aos 49 do segundo tempo. Minha primeira partida dele durou cerca de 20 minutos e foi traumática. A segunda, durou 1 hora e já rodou muito melhor. Pax Pamir é um jogo do Cole Wehrler, autor de Root e por isso só, você já pode esperar um jogo consideravelmente diferente de tudo aquilo que já jogou, e é! Ele mistura um tableau/engine building de cartas com controle de área onde você pode mudar de facção no meio do jogo. É até dificil explicar em poucas palavras como funciona, mas é definitivamente um dos jogos mais interessantes do ano de 2019. O jogos do Wehrler pra mim, tem uma coisa muito bacana que é você vai descobrindo como se joga o jogo com o tempo, e as partidas mudam consideravelmente uma das outras, de forma que algumas nuances só aparecem lá na frente. Por enquanto Pax Pamir está na 8a posição, pois foram somente 2 partidas, mas tem potencial para subir, ou sumir da lista. E como não escrevi sobre ele, deixo aqui vocês com um review do @
isR34L do Spiel des Djows.
Maracaibo é a volta de Alexandre Pfister fazendo jogo bom. Eu poderia dizer que, se não existisse o Great Western Trail apresentando vários elementos que a gente revê sendo utilizado nesse jogo, Maracaibo estaria muito mais alto na lista. A verdade é que eu gosto muito de engine building para curtir a mistura do GWT com Mombasa onde sai o Deck Building e entra os combos de carta. Ele até poderia estar mais alto nessa lista. Talvez até merecesse, mas isso mostra o quão bom foi o ano de 2019. Para quem curte Pfister, esse jogo é um prato cheio. E a boa notícia, é que já está anunciado pela Meeple BR no Brasil.
6 - Chicago 1875: City of The Big Shoulders.

The City of Big Shoulders é um dos maiores hypes do ano. Ele é o jogo que eu conheci dia 30 de dezembro a tarde e já entrou na lista. Em um primeiro momento, eu deixei o kickstarter dele passar, afinal, é um jogo econômico, de alocação de trabalhadores e com mercado de ações que eu não curto muito. Mas quem já jogou Imperial 2030, Panamax, Chicago Express talvez entende um pouco do que eu estou falando. Você meio que controla uma empresa, mas ela não é sua. Outras pessoas podem comprar ação e beneficiar da sua boa gestão e até tomar a empresa de você. Isso sempre me incomodou. Deixa eu tocar minha empresa e quem fizer a melhor ganha, não pode? Lembro que no Panamax eu ganhei como CEO do ano em 2 dos 3 anos do jogo e ainda assim perdi de longe a partida. Isso por que saber quando comprar e quando vender ações no jogo é tão importante quanto operar bem. Mas Big Shoulders implemente isso de uma maneira bem simplificada e direta, com fácil entendimento que me conquistou. Os amantes dos 18xx, Arkwrigth, etc, ficaram com gostinho que o jogo entrega menos do que esses, mas pra mim, que não sou um desses, entregou na medida certa. Já comprei minha cópia e quero ver ele só subindo na lista.
5 - Clank Legacy
Está dificil pra mim rankear Clank Legacy aqui. Ele já ficou em várias posições, entre 2a e 7a, mas vou deixar então fechando o Top 5. A dificuldade aqui é que o jogo, é basicamente, Clank! Só que eu nem gostava tanto de Clank antes de jogar o Legacy e agora estou gostando bastante. Se por um lado ele não me surpreende com nenhuma mecânica ou dinâmica nova, o jogo entrega o que já era bom, de uma forma melhorada. Ainda estou no jogo 5 da campanha de 10 jogos, ou seja, tem toda uma segunda metade para eu ainda me surpreender com o andar da história e talvez, setar melhor a posição dele na lista.
Eu fechei o mês de agosto dizendo que Pipeline era o melhor jogo do Ano que não acabou. Pois é. Verdade seja dita, dos 3 jogos a frente, 2 eu ainda não tinha jogado e já cantava a bola no texto do Pipeline que poderiam ultrapassar. O outro, tecnicamente não é de 2019 e portanto eu não estava considerando ainda. Pipeline é um jogo que cansa um pouco a cabeça. Mas seus turnos rápidos nos 2 primeiros rounds e o desafio de montar um engine que funciona no final é muito gratificante pra mim. O jogo é tão apertado que, para maximizar meus pontos eu tenho que dar quase um salto de fé naquela estratégia, com a esperança que o motor que eu estou montando vai ter tempo de funcionar e me dar a vitória lá no finalzinho. Mas quando dá certo, é a melhor sensação do mundo!
Tecnicamente, Nemesis é um jogo de 2018. Mas é só tecnicamente. Pois o jogo foi enviado para os apoiadores do Kickstarter no dia 14 de Dezembro de 2018 e na prática, todos receberam o jogo, apenas em 2019. Então, como o top é meu, vale as minhas regras. Nemesis é o jogo da franquia Alien. Ele é tão bem implementado que é melhor até do que os outros jogos já feitos que levavam o nome de Alien. Nemesis é um daqueles ameritrashes raíz onde não necessariamente o melhor jogador vai ganhar, mas você vai sentir como se cada decisão sua fosse importantíssima e no final, você vai lembrar de detalhes daquela partida para a vida. É um daqueles jogos que acabam virando assunto de conversa de chopp, relembrando os momentos épicos e traições memoráveis que nunca mais serão esquecidas. A boa notícia, é que ele já foi anunciado no Brasil pela Galápagos.

Tapestry foi um jogo tomado pela polêmica. Primeiro a polêmica normal por traz de todo hype. Será ele essa Coca-Cola toda mesmo, ou é só hype? Em seguida teve a discussão do custo de produção: precisava mesmo dessas minis pintadas? Não podia ser token de papelão e sair bem mais barato? E tudo isso escondeu por traz a discussão de quão bom Tapestry é. Não é uma unanimidade, como nenhum jogo do Stegmeier é. Tem gente que ama e outros que odeiam Scythe até hoje. Até influenciado pelo anti-hype, eu tinha ele mais baixo na minha lista, atrás de Pipeline. Mas aí eu percebi que estava tentando gourmetizar minha lista ao invés de ser real. A verdade é que no Reveillon eu joguei uma partida de Tapestry antes da meia noite e outra de Nemesis depois da meia noite. Hoje, dia 01, quando escrevo esse texto, estou loucou pra jogar Tapestry de novo enquanto já fui chamado para jogar Nemesis e disse que preferia outra coisa já que joguei ontem (Tecnicamente hoje de madrugada). E esse meu sentimento com Tapestry. Já foram 9 partidas e ontem mesmo, imediatamente depois de jogar a 9a partida, eu estava disposto e até com vontade de jogar a 10a ali mesmo, em seguida.
Então, não tinha como ele estar em outro lugar da lista, que senão esse.
Como pode, depois de toda essa declaração de Tapestry, ele não estar em 1o? Bem, por que, no ano de 2019, é o ano que Barrage foi lançado. E Barrage meus amigos, não é o melhor jogo do ano, é um dos melhores jogos da vida. A sensação de prazer que tive ao jogá-lo é comparada (em menor escala) com a sensação de descobrir o Brass. A interação entre jogadores, a original e inovadora mecânica da rota das águas e da roda dos trabalhadores, é tudo muito bacana. Barrage é, sem a menor sombra de dúvida, o melhor jogo do ano. Eu ainda não achei, mas estou cavando um lugar pra ele ali no meu Top 10, e por isso, o 1o lugar dele, pra mim, é incontestável.
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Aproveitando os jogos, quero falar de alguns outros jogos aqui de 2019 que, apesar de não estarem nessa lista, teriam fatalmente um lugarzinho se fossem lançados, por exemplo, ano passado. Estou falando de Marco Polo 2 e Wingspan. E até mesmo It's a Wonderful World que é um jogo super simples, que me lembra 7 Wonders melhorado e que eu estou com muita expectativa para o modo campanha que ele tem. E de Essen, eu admito que ainda não joguei o Expedition to Newdale e o Orleans Stories. Vamos ver então como fica.
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Curtiu esse texto? Veja então no Instragram TV no Red Meeple (@redmeepleblog) nos próximos dias, os melhores jogos antigos (2018 pra traz) que eu conheci em 2019. Só jogasso.