Rapaz, acabei de responder um podcast dos 3DU's sobre "preconceitos" no Hobbie e falei exatamente sobre esse tipo de gamer tóxico que acaba afastando outras pessoas do grupo de Bg.

Sempre que me perguntam se "é tipo War" eu fico até feliz pq demonstra pra mim interesse e que a pessoa já passou pelos clássicos. É mais difícil você convencer alguém que veio do Video Game ou outra coisa com mais movimento a ficar um tempo considerável sentado em uma mesa olhando para um pedaço de papel, cubinhos, cartas e miniaturas. Já a pessoa que já viu o War ou o Banco Imobiliário já teve essa experiência e pode ser até que não se importe com as horas gastas para se jogar.

Quando o gamer é esse que despreza os clássicos, geralmente não gosta muito de jogos infantis, leves ou familiares, levando a ter na coleção somente jogos pesados e complexos, sendo assim, relativamente mais demorados (não que sejam ruins, pelo contrário). Esse tipo de pessoa afasta novatos e, provavelmente, me afastaria também.

Como sou bem eclético, se eu tiver que jogar Banco Imobiliário ou War pela milésima vez, gastar um dia inteiro com um jogo que tem somente 4 páginas de regras, eu jogarei feliz e depois apresentarei alguma novidade para essa pessoa, mesmo que eu volte a jogar war depois de novo!

Penso que, para o board gamer, é o momento que vale, a companhia e poder jogar seu jogo, independente de qual seja.

davimds::

Quem é jogador de board game ou passou (inclusive este que escreve) ou está em uma fase chata e nociva  do “ai, estes jogos antigos não prestam, deixa eu levar todo o meu conhecimento magnífico para este mortal que acha meus jogos se comparam a este conteúdo de baixa relevância na história da humanidade”  

E qual o motivo desta fase ser nociva?

Primeiro ela afasta novos entusiastas com um comportamento tóxico de muitos jogadores que acham estar acima de quem joga jogos antigos.

Segundo ela impede que valorizemos os jogos antigos que têm sim, muitas limitações, mas foram a porta de entrada de diversos jogadores e tem a maior fatia do mercado ainda (alguma coisa eles têm de bom para isso).

E terceiro impede que a transição para outros estilos de jogos seja mais suave, é muito mais fácil ao invés de falar “este jogo não tem nada a ver com aquela porcaria”, usar esta ponte para que este interessado possa fazer parte do cenário.

Essa abordagem é muito importante, e você deu excelentes dicas. Mas convenhamos que a toxicidade é plenamente bilateral. As pessoas tem a prepotência de já "saberem tudo sobre jogos de tabuleiro" mesmo nunca tendo lido 1 texto sobre o assunto, apenas jogando 10 jogos de supermercado, entre eles alguns de meleca ou tapa, e uns 4 de baralho. Nada contra os estilos, mas a pessoa nadou no raso da variedade, você chega na humildade falando que há muita coisa diferente por aí, jogou mais de 200 jogos e ela joga o raso dela como todo o universo. Ela tem a arrogância de achar que já sabe tudo e vc só jogou 180 versões de banco imobiliário. Somos seres teimosos.

Então considero mais uma questão de "pisar em ovos", pois também você bater com arrogância na arrogância alheia não dará resultado. E olha que já tentei chegar de várias formas diferentes, até na superioridade como teste para ver se "colava" pelo excesso de convicção. Tentei citar os países de primeiro mundo como muito mais boarders e já tomei de volta que a diferença é só o inverno rígido, já minimizando a qualidade dos jogos atuais. A pessoa quer já saber tudo que existe sobre jogos, efeito Dunning-Kruger fortíssimo.
As pessoas já formaram uma opinião "perfeita" gravada na rocha. Outras acham que para ser legal o jogo precisa ser MUITO difícil de aprender (mete um spyfall na cara dessas, metaforicamente).

Uma abordagem que surtiu bom efeito até agora é a que chamo de: sociedade secreta dos boards (lenda urbana de minha autoria, de nada).
Você chega falando: há uma cultura oculta de jogos de tabuleiro nas mãos de uma elite, centenas de jogos sendo lançados em português sem ninguém divulgar para a sociedade.
Tecnicamente tudo isso é verdade, pouca gente conhece, publicidade fraca e boa parcela é abastada, ué?
Daí completa: algumas pessoas querem que fique só entre eles(não é mentira). Aí a pessoa já sente que está "por fora da maçonaria e cavaleiros templários alienígenas rosacruz do papelão colorido", fica até meio pistola com essa falta de divulgação e você consegue o ouvido dela. kkkkkkk. Se a pessoa for levemente paranóica é tiro e queda.

rodrigocaruso::Uma abordagem que surtiu bom efeito até agora é a que chamo de: sociedade secreta dos boards (lenda urbana de minha autoria, de nada).
Você chega falando: há uma cultura oculta de jogos de tabuleiro nas mãos de uma elite, centenas de jogos sendo lançados em português sem ninguém divulgar para a sociedade. .

Vou usar dessa, gostei! hahaha

Ótimo post e ótima lista!
Tenho vários familiares e alguns amigos que introduzi no hobby (e até eu mesmo) a partir de jogos mais simples, que se assemelham mecanicamente aos clássicos, mas com mais profundidade. E os clássicos ajudam porque alguns conceitos estão presentes lá (dedução, controle de área, rolagem de dados etc), mesmo que as pessoas não saibam o que significam.
E esses jogos mais simples, gateway são excelentes para fazer as pessoas se apaixonarem pelo hobby!
Vivi e vivo ainda uma situação com a minha namorada que é muito atípica. Ela tem minha idade (33), mas até três meses atrás ela nunca tinha segurado um controle de videogame ou jogado qualquer boardgame! Não sabia que existia Banco Imobiliário, War ou qualquer um dos clássicos!
Mas ela se interessou por BG. Começamos com jogos simples, como Concept, Dixit, Kingdomino e Código Secreto. Depois passamos para jogos um pouco mais complexos, como 7 Wonders Duel e Wingspan.
Em 3 meses ela se tornou uma apaixonada por BG, ama jogos um pouco mais complexos como Paladinos do Reino Ocidental e Grand Austria Hotel, além de ter me convencido a comprar Scythe num leilão e me comprado de surpresa o Marco Polo II.
A lição que eu tirei ensinando ela é: tenha paciência com jogadores novos, deixe experimentar mecânicas diferentes e introduza a complexidade aos poucos. Jogos pesados são ótimos, mas aprenda com os clássicos: poucas mecânicas e poucas regras no começo fazem com que as pessoas consigam jogar e aprender rápido. Daí, é só ir apresentando jogos que somam algo mais que temos uma nova pessoa convertida ao hobby!

Qualquer extremismo deve ser encarado com cuidado e análise. 

Entendo que pode haver preconceito oculto em muitas atividades e expressões do cotidiano, mas realmente não consigo generalizar isso quando leio ou ouço "não é tipo War".

Dependendo de quem veste (essa camisa), como publica ou fala com seus amigos, essa frase só brinca com o desconhecimento do receptor da mensagem, atiçando o interesse dele por um mundo tão grande em que os jogos de tabuleiro pertencem.

Qual seria o problema de defender outros jogos que julgaria serem melhores? Cada um tem seu ponto de vista e cabe sabermos como usar essa frase (ou qualquer outra) para o bem do hobbie e principalmente da amizade!

Mais uma vez, tem coisas que podem ser usadas para o bem e para o mal. Depende de como nós usaremos as informações e ferramentas que temos.

E deixo aqui minha curtida também pela lista dos jogos "tipo"! Gostei das dicas!

NEGS::Rapaz, acabei de responder um podcast dos 3DU's sobre "preconceitos" no Hobbie e falei exatamente sobre esse tipo de gamer tóxico que acaba afastando outras pessoas do grupo de Bg.

Sempre que me perguntam se "é tipo War" eu fico até feliz pq demonstra pra mim interesse e que a pessoa já passou pelos clássicos. É mais difícil você convencer alguém que veio do Video Game ou outra coisa com mais movimento a ficar um tempo considerável sentado em uma mesa olhando para um pedaço de papel, cubinhos, cartas e miniaturas. Já a pessoa que já viu o War ou o Banco Imobiliário já teve essa experiência e pode ser até que não se importa com as horas gastas para se vencer.

Quando o gamer é esse que despreza os clássicos, geralmente não gosta muito de jogos infantis, leves ou familiares, levando a ter na coleção somente jogos pesados e complexos, sendo assim, relativamente mais demorados (não que sejam ruins, pelo contrário). Esse tipo de pessoa afasta novatos e, provavelmente, me afastaria também.

Como sou bem eclético, se eu tiver que jogar Banco Imobiliário ou War pela milésima vez, gastar um dia inteiro com um jogo que tem somente 4 páginas de regras, eu jogarei feliz e depois apresentarei alguma novidade para essa pessoa, mesmo que eu volte a jogar war depois de novo!

Penso que, para o board gamer, é o momento que vale, a companhia e poder jogar seu jogo, independente de qual seja.

 
A nossa comunidade infelizmente ainda tem uma certa toxidade de vários lados, o euro que acha que é melhor que quem joga american, o cara que nao joga party, o cara que não quer gente novata porque ele esta no hobbie desde que o mundo é mundo, isso acaba impedindo o crescimento na verdade. 
É ter paciência com jogador novo é parte fundamental de quem quer desenvolver o Hobbie. 
É o que falei no texto, os jogos clássicos tem defeitos, eu hoje não jogo mais war, banco imobiliário e similares, mas sei a importância e que não estaria aqui sem eles, é o que você falou, dividir o momento. 

Vladnov::Ótimo post e ótima lista!
Tenho vários familiares e alguns amigos que introduzi no hobby (e até eu mesmo) a partir de jogos mais simples, que se assemelham mecanicamente aos clássicos, mas com mais profundidade. E os clássicos ajudam porque alguns conceitos estão presentes lá (dedução, controle de área, rolagem de dados etc), mesmo que as pessoas não saibam o que significam.
E esses jogos mais simples, gateway são excelentes para fazer as pessoas se apaixonarem pelo hobby!
Vivi e vivo ainda uma situação com a minha namorada que é muito atípica. Ela tem minha idade (33), mas até três meses atrás ela nunca tinha segurado um controle de videogame ou jogado qualquer boardgame! Não sabia que existia Banco Imobiliário, War ou qualquer um dos clássicos!
Mas ela se interessou por BG. Começamos com jogos simples, como Concept, Dixit, Kingdomino e Código Secreto. Depois passamos para jogos um pouco mais complexos, como 7 Wonders Duel e Wingspan.
Em 3 meses ela se tornou uma apaixonada por BG, ama jogos um pouco mais complexos como Paladinos do Reino Ocidental e Grand Austria Hotel, além de ter me convencido a comprar Scythe num leilão e me comprado de surpresa o Marco Polo II.
A lição que eu tirei ensinando ela é: tenha paciência com jogadores novos, deixe experimentar mecânicas diferentes e introduza a complexidade aos poucos. Jogos pesados são ótimos, mas aprenda com os clássicos: poucas mecânicas e poucas regras no começo fazem com que as pessoas consigam jogar e aprender rápido. Daí, é só ir apresentando jogos que somam algo mais que temos uma nova pessoa convertida ao hobby!

Que bom que gostou, é muito comum as pessoas terem na ponta da língua um tipo war, mas para os outros as vezes não, espero que ajude a trazer novos jogadores. 
E o que você falou, paciência é a chave, todo mundo já foi novato. é importante respeitar também quem quer jogar sóparty game, essa ideia que a pessoa passa de um estágio de jogo básico para outro é um mito, muitas vezes ela vai jogar jogo leve para sempre e se divertir com isso. 

DiegoMartins2S::Qualquer extremismo deve ser encarado com cuidado e análise. 

Entendo que pode haver preconceito oculto em muitas atividades e expressões do cotidiano, mas realmente não consigo generalizar isso quando leio ou ouço "não é tipo War".

Dependendo de quem veste (essa camisa), como publica ou fala com seus amigos, essa frase só brinca com o desconhecimento do receptor da mensagem, atiçando o interesse dele por um mundo tão grande em que os jogos de tabuleiro pertencem.

Qual seria o problema de defender outros jogos que julgaria serem melhores? Cada um tem seu ponto de vista e cabe sabermos como usar essa frase (ou qualquer outra) para o bem do hobbie e principalmente da amizade!

Mais uma vez, tem coisas que podem ser usadas para o bem e para o mal. Depende de como nós usaremos as informações e ferramentas que temos.

E deixo aqui minha curtida também pela lista dos jogos "tipo"! Gostei das dicas!

Concordo Diego, existe a brincadeira no Hobbie e faz parte. 
O problema é quando isto volta com agressividade, e talvez você nunca tenha acompanhado, mas acontece infelizmente de pessoas se afastarem por uma resposta truculenta falando que war (ou qualquer similar) é uma porcaria, imagina que esta é a base que você tem e gosta, se alguém desmerece isso te desmotiva. A reflexão que propus é esta, piada faz parte para quem já é do Hobbie, mas talvez com quem está entrando não seja legal. 
Mas estamos aqui para este tipo de bate papo, obrigado por acompanhar. 

rodrigocaruso::Essa abordagem é muito importante, e você deu excelentes dicas. Mas convenhamos que a toxicidade é plenamente bilateral. As pessoas tem a prepotência de já "saberem tudo sobre jogos de tabuleiro" mesmo nunca tendo lido 1 texto sobre o assunto, apenas jogando 10 jogos de supermercado, entre eles alguns de meleca ou tapa, e uns 4 de baralho. Nada contra os estilos, mas a pessoa nadou no raso da variedade, você chega na humildade falando que há muita coisa diferente por aí, jogou mais de 200 jogos e ela joga o raso dela como todo o universo. Ela tem a arrogância de achar que já sabe tudo e vc só jogou 180 versões de banco imobiliário. Somos seres teimosos.

Então considero mais uma questão de "pisar em ovos", pois também você bater com arrogância na arrogância alheia não dará resultado. E olha que já tentei chegar de várias formas diferentes, até na superioridade como teste para ver se "colava" pelo excesso de convicção. Tentei citar os países de primeiro mundo como muito mais boarders e já tomei de volta que a diferença é só o inverno rígido, já minimizando a qualidade dos jogos atuais. A pessoa quer já saber tudo que existe sobre jogos, efeito Dunning-Kruger fortíssimo.
As pessoas já formaram uma opinião "perfeita" gravada na rocha. Outras acham que para ser legal o jogo precisa ser MUITO difícil de aprender (mete um spyfall na cara dessas, metaforicamente).

Uma abordagem que surtiu bom efeito até agora é a que chamo de: sociedade secreta dos boards (lenda urbana de minha autoria, de nada).
Você chega falando: há uma cultura oculta de jogos de tabuleiro nas mãos de uma elite, centenas de jogos sendo lançados em português sem ninguém divulgar para a sociedade. 
Tecnicamente tudo isso é verdade, pouca gente conhece, publicidade fraca e boa parcela é abastada, ué?
Daí completa: algumas pessoas querem que fique só entre eles(não é mentira). Aí a pessoa já sente que está "por fora da maçonaria e cavaleiros templários alienígenas rosacruz do papelão colorido", fica até meio pistola com essa falta de divulgação e você consegue o ouvido dela. kkkkkkk. Se a pessoa for levemente paranóica é tiro e queda.

Rodrigo, entendo que existem ações bilterais, mas discordo um pouco quando diz toxidade, a toxidade vem na minha concepção de dentro para fora. Algumas atitudes de novos jogadores são por falta de conhecer a etiqueta do hobbie, empolgação natural de quem está entrando em um mundo novo e de repente pode achar que sabe mais do que sabe e mesmo medo de parecer "idiota" por não conhecer. 
Nosso hobbie é um nicho, não podemos esquecer, ainda visto por muitos como coisa de nerd (pejorativo) ou de muito inteligente e inalcançável, é um trabalho de formiguinha e tem gente dentro do hobbie que joga contra por querer ser o exclusivão. 
Meu outro texto (parece um esquema de pirâmide, mas é um apaixonado por boardgame) trata disso um pouco.  Este seu modo gamificado de apresentar o jogo é muito interessante, só penso que poe formar novos jogadores com a mentalidade da exclusividade, mas só opiniões, espaço aberto aqui para o debate. 

Abraços.