A diferença de linguagem entre os jogos digitais e analógicos parece algo que não é bem compreendida na grande maioria das vezes por quem  traz uma franquia digital para o mundo analógico. Não raro os euforicos compram todo produto que sai com o nome de sua franquia preferida apenas por que ela pode comprar (e as vezes sem poder também). Não raro, grandes nomes do jogos digitais não alcançam o mesmo sucesso quando é convertido em tabuleiros, cartas, marcadores, dados, etc.

O nome de uma grande franquia pode ser o suficiente para vender um jogo analógico (ou qualquer outra coisa). Um nome de peso pode iludir o consumidor graças ao grande marketing que ele traz consigo e camuflar com muita purpurina um jogo medíocre. Na verdade o nome deuma grande franquia pode ser suficiente para vender qualquer coisa, principalmente em tempos que consumidores se assemelham a zumbis andando de um lado para o outro em sua caminhada pelo consumo.

Entendo que a massificação cultural que se convencionou chamar de cultura Geek (se é que se pode se chamar isso de cultura) criou seus dogmas, seus herois e suas lendas para que pudessem ser empacotados em embalagens “descoladas” e ostentadas  por qualquer um que possa pagar o seu preço. O geek é pop e “o pop não poupa ninguém”.

A expansão mundial do mercado americano e alemão de jogos analógico provocou um crescimento do consumo desse tipo de produto em outros países e despertou também  o interesse deoutors segmentos da industria. Claro que essa “festa” não passaria desapercebida da industria que mais lucra ano após ano nos ultimos tempos: a industria de games.

É dificil pensar em nossos dias em alguém que não tenha contato com algum tipo de jogo digital. Do casual ao Hardcore, os jogos digitais ocupam ou já ocuparam muitas horas de vida da grande maioria das pessoas  onde esse tipo de etreternimento esta disponível. É dificil pensar em um jogador(a) de jogo analógico que não tenha alguma história para contar de experiência com  algum jogo digital.

 Não é de se estranhar que varias empresas “de fora” do mundo dos jogos analógicos se aventurem (e façam isso cada vez com mais frequência) em criar seu próprio  jogo de cartas ou tabuleiro. O que não é nenhuma novidade para quem tem algum contato com esse hobby há mais de 20 anos. A novidade é que agora existe uma maior penetração desse tipo de produto já que o numero de pessoas que apreciam jogos analógicos é muito maior do que há 30 anos atrás e ao mesmo tempo a “cultura geek” é algo mais massivo.

Diferentemente de quem torce o nariz para esse tipo de coisa eu acho muito bom que as histórias contadas nos video-games possam ser contadas fora deles também.  O grande ponto que eu questiono é o fato de que não basta apenas que o jogo possua um nome expressivo, o jogo tem que ser bom. E para ser bom é preciso que quem desenvolve o jogo entenda que ambos os meios (ditial e analógico) possuem linguagens específicas e muitas vezes distintas apesar da aparente familiaridade.

E por que esse questionamento? Estou cabsado de ouvir pessoas da area digital achar que criar um jogo analógico é muito mais fácil que um jogo digital. E eu não estou falando de produção, mas de design. Criar um jogo analógico pode ser (não necessariamente) menos custoso  (é verdade) mas nem por isso mais fácil.

Essa ilusão em si é um grande problema quando se pega um grande nome do formato digital e cola-o (mal e porcamente) em um jogo de analógico genérico resultando em algo sem relevância alguma para quem é do hobby analógico e não traduz para o “fisico” a experiência do jogo digital.

Note que isto não quer dizer que o jogo vá se tornar um fracasso de venda. Como eu disse antes os zumbis estão aí para isso mesmo. Note que um fracasso de vendas não signifique que o jogo é ruim. Note que exstem pessoas independente do jogo ser bom ou ruim irá torcer o nariz quando souber que o jogo em questão é uma (con)versão de algum jogo digital.

Não foram poucas as vezes que presenciamos (principalmente nos ultimos 10 anos) jogos analógicos com “algum quê” de jogo digital. Assim como fomos presentados com muita coisa frustante tivemos varias surpresas boas. É desse assunto que vamos falar na próxima postagem.