ricardomii::professor, interessante sua analogia. Você acha que as editoras se aproveitam desse comportamento dos jogadores ou apenas estão entregando "o que eles querem"? Não estaria essa estratégia ligada ao comportamento cada vez mais imediatista da sociedade?
Eu não diria que existe algo errado por parte de quem compra ou vende de forma que isso se caracterize como qualquer tipo de oportunismo. As "editoras" estão fazendo um trabalho bastante necessário que é fomentar o acervo dos jogadores. Os jogadores estão comprando, obviamente por que possui jogos a disposição.
Meu desconforto é que não consigo enxergar a compra e venda de jogos, mas sim de novidade. O que é novidade vende. O que não é lota as prateleiras.
Grande maioria quer fazer vídeo e falar da novidade. Grande maioria quer jogar a novidade. E quando essas coisas deixam de ser novidade caem no limbo ou são desmerecidas pela próxima novidade.
Isso é muito ruim inclusive para quem vende os jogos. Um lojista que trabalha com uma margem de 30% e não consegue escoar o produto enquanto ele tá "no hype" corre o risco de ficar com o dinheiro encalhado por muito tempo. E o posterior lucro, não compensa o tempo que esse dinheiro fica parado.
Para os jogadores é ruim principalmente no que tange ao seu planejamento de expansão da coleção. Não entendam isso como uma necessidade de comprar tudo. Mas quando o jogador é inclinado a dar preferência sempre "à novidade", o ciclo vicioso se completa e a coisa toda se torna somente uma corrida para abrir a caixa do próximo lançamento.
Creio que cada um tenha o direito de fazer o que quiser de sua vida, mas somos uma espécie que deveria se diferenciar pelo exercício do pensamento e por vezes me assusta o quanto abdicamos disso.
Concordo
danilopatro que o mercado está em expansão e isso pode ser um reflexo natural. A divulgação dessas novidades também é "natural", ainda que seja por vezes exagerada. Quanto a isso me pergunto duas coisas:
Se você só vende pão quentinho e quando não está quente ele encalha, só compra pão quem sabe o horário em que o pão está quentinho certo? Então só compra pão quem possui o habito de comprar naquele horário. E se o publico é quem já costuma comprar, pode-se falar em expansão?
Banco imobiliário vende muito, por que sempre está na prateleira. Sem pressa de ser vendido. A necessidade de "vender" logo, dada a fragilidade desse "pseudo mercado", deixa bons jogos por pouco tempo nas prateleiras. Talvez tempo insuficiente para que pessoas de "fora" tenham contato com ele. isso por que quem publica o jogo, deixa pra quem vende todo o risco de um eventual prejuízo pelo fracasso de venda do jogo.
Quando vejo lojas pagando publicidade de jogos, eu penso que algo está seriamente errado. Esse papel deveria caber as editoras, cabendo ao lojista fazer propaganda de seu negócio e de seus serviços.