Na antiguidade clássica, por volta do século IV a.C, os espetáculos eram encenados em anfiteatros e o local onde ficavam os dançarinos e músicos era conhecido por “orkestra”. Já na Itália do sec. XVII, surgiram as primeiras óperas. Como tudo no Renascentismo, as primeiras óperas buscavam inspiração nas ates gregas e romanas e por isso o espaço entre o público e o palco, onde ficavam os instrumentos, ficou conhecido como Orquestra. Daí o sentido da palavra evoluiu ao que hoje conhecemos, designando o conjunto de instrumentos musicais reunidos com o intuito de executar uma obra musical, chamadas de sinfonias. E para que tudo isso? Só para avisar que Symphony Tá na Mesa!
Symphony é um jogo criado em 2018 por Angelo Tonin. De dois a seis jogadores, com duração média de 45 min, em Symphony temos que ajudar a criar uma orquestra e tocar a Sinfonia!
- Agora eu tenho que saber tocar para jogar? Tô fora…

Calma, ser desprovido de talentos artísticos. Por o acaso é preciso ser um CEO bem-sucedido para jogar Smartphone ou um pobre operário Polonês para sofrer em Kolejka? Então, mesma coisa com Symphony. O jogo é dividido em duas etapas: Orquestra e Sinfonia. Na primeira, cada jogador coloca Cartas de Instrumento no tabuleiro de apresentação (Nota da Sra. Slovic: O tabuleiro representa um palco e colocando os instrumentos na mesma posição que ficam em uma apresentação, o jogador ganha vários bônus. Mas não preciso conhecer esses locais. O tabuleiro já indica). Ao colocar uma carta o jogador pode escolher em tomar posse dela ou de outra que não tenha dono (Nota do Sr. Slovic: O jogo já começa com algumas cartas no tabuleiro, como a de Maestro e de Primeiro Violinista). Quando o jogador escolhe um instrumento para si, ele coloca suas fichas de Notas Musicais nela. Cada carta é um instrumento diferente, que tem notas e propriedades diferentes.

Já na segunda etapa, os jogadores vão alocar suas notas no Tabuleiro de Partitura (Nota da Sra. Slovic: Sim, realmente é uma partitura). Cada nota na partitura dá ao jogador uma pontuação diferente. Algumas só podem ser colocadas naquele espaço vinda de instrumentos específicos. Há uma ordem para a pôr as notas, que é definida pela posição dos instrumentos na orquestra.
- Ai, já tá ficando difícil. Não quero aprender música para jogar. Magoei!
Para desse chororô tudo. Já disse que não precisa ser doutor em Teoria Musical para jogar. É só conhecer as regras, que no começo parecem ser bem complicadas, mas na verdade são intuitivas. Faz o maior sentido ser do jeito que são. Além da pontuação ao tocar (Nota da Sra. Slovic: Ou seja, colocar uma nota), há três pontuações intermediárias, onde vê quem tem a maioria de notas em cada uma das páginas da partitura (Nota do Sr. Slovic: Além do tabuleiro ser dividido em três partes, algumas notas estão também agrupadas em áreas coloridas. Ter a maioria nesses locais também rendem pontos de vitória). Depois que todas as notas da quinta coluna da orquestra for alocada na música, ocorre a última pontuação intermediária e a pontuação final.

O jogo tem várias regras variantes (nota do Casal Slovic: Inclusive há dois manuais. Um com as regras simplificadas e outro com as regras normais e as variantes. Pode ignorar o primeiro). Entre as variantes estão cartas de objetivos, maestro famosos (Nota da Sra. Slovic: Que podem alterar a configuração inicial do jogo) e draft das cartas de instrumentos no início da partida (Nota do Sr. Slovic: Quem já jogou Sushi Go sabe do que estamos falando. Deixa o jogo muito melhor).

No geral, Symphony é tudo aquilo que estávamos esperando em um jogo de música. O manual é um pouco confuso, para tirar algumas dúvidas é melhor recorrer às regras simplificadas (Nota do Sr. Slovic: Eu disse para ignorar o manual e já começar com as regras normais, não para jogar fora), mas nada com o que se preocupar (Nota do Casal Slovic: Nós conseguimos aprender a jogar com o manual em italiano, sem saber quase nada no idioma. Vocês conseguem também. E até agora ainda não existe versão em português e achamos difícil ter em algum dia). Há quatro fichas ventre e verso para o tabuleiro as sinfonia e só são usadas três em cada partida, e não são usadas todas as cartas de instrumento, o que dá ao Symphony uma grande rejogabilidade. Algumas cartas, como as do Coro, só entram em cena quanto há mais de quatro jogadores. Você não precisa conhecer nada de música para jogar Symphony, mas tenho certeza que vai sair da partida com alguma informação nova do universo da Música Clássica. Pelo menos você vai conhecer uma baqueta.

E é isso!