Afastados da região dos reinos livres após conflitos, guerras e preconceito, a maioria dos Maug-kjott exilaram-se, marcharam para o noroeste do continente e criaram tribos e uma sociedade mais rústica, baseando sua liderança em força e honra. A grande maioria das comunidades Maug-kjott dedicam seu tempo a se estabelecerem para não precisarem de comércio ou relações com cidades de outras raças. Muitas das comunidades adotaram a adoração a deuses da natureza e espíritos primitivos para auxiliarem na vida tribal. É extremamente comum nessas comunidades existir um xamã que decide o rumo da tribo junto ao líder.
Abandonados e marginalizados nas cidades, os Maug-kjott ainda lembram de quando partiram das cidades e deixaram a civilização humana para trás. Tudo aconteceu há não mais que 7 décadas, logo após os conflitos entre a Tríplice Aliança e os selvagens do sul, onde centenas de Maug-kjott lutaram e morreram ao lado dos humanos, anões e elfos, com o intuito de defender as cidades nas fronteiras humanas dos ataques de orcs, trolls e outras raças selvagens que vinham ameaçando a paz nas regiões livres. Mesmo fazendo parte de todos os conflitos, os Maug-kjott nunca ganharam o direito de estabelecer vilas nem clãs. Esse sentimento de desprezo então os motivou a partir para uma vida repleta de dificuldades, mas livre das amarras humanas.
Mesmo após a vida quase tribal, as aldeias Maug-kjott ainda adotam certos aspectos culturais de outros raças, como a ideia de profissões, o uso de calendário anual, e até mesmo técnicas de forja, alquimia de alto nível, criação de bebidas e posturas de combate foram adaptadas a partir da convivência com os anciões em cidades humanas para a vida tribal após a migração, porém essa adoção de culturas destoa bastante entre aldeias. Algumas tornaram-se vilas produtoras de alimentos, e outras quase que academias para combatentes.
Existe um pacto de sangue entre as tribos Maug-kjott de não agressão, e o mesmo é renovado anualmente com a celebração do novo "ciclo solar". Durante poucos dias, as tribos se unem em uma grande celebração de prosperidade, sacrifícios pelo ciclo passado, troca de conhecimentos e mercadorias exóticas, essa celebração serve ainda para que os lideres das aldeias possam colocar sua diplomacia a teste.
O processo para decidir o líder de uma tribo Maug-kjott chama-se Forerslag (Foreg - líder e Slag - Batalha) e consiste de 3 desafios físicos que são feitos ao mesmo tempo pelo líder atual e o desafiante; se o líder local não estiver apto a realizar o desafio, ele pode ser substituído pelo filho ou irmão. Os desafios são:
O desafio de coragem do lobo: o mais simples dos testes, consiste nos dois participantes ficarem completamente nus e desarmados no portão da vila ao amanhecer e partirem em direção ao norte, eles devem resistir ao frio e perigos sem ajuda e voltar no amanhecer do próximo dia.
O desafio do grande javali: após retornarem, os participantes devem descansar, pois ao meio dia o segundo desafio começa. Cada participante deve mostrar sua perícia com armas durante uma caça. Aquele que trouxer a maior ou mais brava presa antes do sol nascer, vence o desafio. Normalmente os participantes procuram por criaturas que sirvam de alimento para a tribo inteira, isso mostra respeito com os ancestrais e crianças da tribo. Enquanto esperam, os que ficam se unem e preparam um banquete para recepcionar os que foram a caça.
O desafio de combate do urso: O último desafio começa ao amanhecer do terceiro dia. Um combate mano a mano. A tradição diz que o líder pode escolher qualquer arma e o oponente deve usar uma igual, mas normalmente a arma escolhida são os punhos. A luta termina somente quando um dos participantes morre ou se rende ao rival. Se o líder ganhar, ele deverá comandar a tribo por mais um inverno, se não, o desafiante toma seu lugar e deve decidir o destino do antigo líder, agora destronado.
- Autor Iago Barreto