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Aqui, trazemos mensalmente uma lista de jogos que indicamos dentro de um determinado tema. Sinta-se mais que à vontade para trazer também suas indicações. Vamos adorar saber!
O tema deste mês é algo que acontece com bastante frequência nas mesas de jogatina (mais do que queremos admitir) e que pode render bastante risada ou aflição. Vamos falar qual jogo que cada uma de nós não entendeu nada da explicação, achou que ia aprender a jogar enquanto rolava a partida e acabou que passou a partida inteira sem ter ideia do que estava fazendo. Acontece nas melhores famílias, não é mesmo? E aí, já te veio algum jogo na cabeça? Vem conferir quais foram as nossas experiências e aproveita para nos contar também das suas!
UMA LHAMA PERDIDA NO ESPAÇO!
Foto do Projeto Gaia (por Paula Bassi)
O meu jogo foi com certeza o Projeto Gaia. Para quem não conhece ele é conhecido como o irmão mais velho do Terra Mystica e nele cada uma das jogadoras representará uma facção que visará terraformar planetas vizinhos para crescer e prosperar. Cada facção possui também habilidades e desvantagens em relação umas com as outras.
Para começar eu não curtia muito a temática espacial nos jogos de tabuleiro, pois pra mim a vida já é complicada demais no planeta Terra, pra que ir colonizar um outro lugar não é mesmo? (Diga-se de passagem, que após jogar Black Angel minha opinião sobre jogos espaciais mudou). Entretanto, naquele chuvoso dia de outubro de alguns anos atrás resolvi dar uma chance para o Gaia, já que o jogo era um lançamento e todas estavam falando sobre. Eu ainda não havia jogado Terra Mystica (sei que não é obrigatório jogar um antes do outro, mas creio que teria dado uma boa ambientada nas mecânicas) e após a longa explicação, a qual ouvi atentamente, descobri ao longo do primeiro turno que não sabia direito o que fazer com tantas opções disponíveis e tão poucos recursos. O sentimento não durou a partida inteira, mas foi intenso até mais ou menos a metade do jogo.
Claro que naquela época eu era ainda verde no hobby e um jogo desses pode parecer intimidador, então minha dica para a Adrilhama do passado seria: espera que o final da partida não vai ser tão ruim quanto o começo!
ALQUIMIOQUÊ?
Amanda fingindo que sabia o que estava fazendo
Quem nunca, não é mesmo? Na verdade, isso já me aconteceu com alguns euros, dependendo da explicação, acabo “fingindo” que entendi e sigo pro jogo, na cara de pau mesmo, na esperança de aprender jogando. Minha memória mais recente me diz que o último jogo em que fiz isso foi Trismegistus: The Ultimate Formula, da editora Board & Dice.
Trismegistus é uma referência ao filósofo egípcio Hermes Trismegistus, cuja enorme e variada produção leva também a crer que possa ser uma figura mítica. É desse personagem que herdamos o termo hermético para designar o que é de difícil entendimento, ou seja, até o nome do jogo já indica que será tenso!
Neste jogo, você se torna uma alquimista, cientista, tentando realizar seus experimentos químicos e publicá-los. Confesso que na primeira vez, dei uma enrolada e as fichas foram caindo durante a partida, mas só caíram totalmente quando o jogo acabou e aí sim, eu estava pronta para jogar… rs
LISBOIEI
Minha estreia com Lisboa foi tipo uma viagem pelos mares portugueses: navegar era preciso, entender não era possível. Acostumada aos títulos do Lacerda, designer português, autor desse título e famoso pelos eurojogos de tipo “bonito e funcional”, pensei que seria o mesmo esquema de “maquininha” que eu costumava adorar. Ora, pois! Dava para ir para um lado, pro outro, fazer isso e aquilo, e só na hora de contar os pontos eu fui entender (um pouco) quais eram os caminhos daquela história. Além do mais, estava entre amigos e o papo acabou rolando solto, passamos um bom tempo viajando por assuntos da vida, e foi tão agradável que eu “Lisboiei” na partida.
Para quem não conhece, Lisboa reconta a reconstrução da capital lusitana após um intenso terremoto, acontecido em 1755. O jogo é, ao mesmo tempo, um eurojogo, de construção de cidade e econômico, estratégico e hiper temático no seu enredo. E eu, perdida ao aprendê-lo, só no final percebi que se passava em cima de um mapa real do centro lisboense – que ironia, não é mesmo? Vale a viagem!
FUI PRA ÁFRICA E NÃO VOLTEI!
Foto tirada do Board Game Geek
Deixando de lado o fato de que eu realmente gostaria de ir pra África e ficar por lá, devo dizer que isto quase me aconteceu quando joguei o belíssimo The Great Zimbabwe!
Quando joguei este jogo pela primeira vez, minha empolgação era enorme. Imagine só: eu iria, pela primeira vez, jogar um jogo tematizado na África! Talvez tenha sido a animação, ou o fato de estarmos no meio de um corujão (nem me pergunte que horas que estávamos jogando!), ou porque o jogo é profundo mesmo. Ou talvez tenha sido uma mistura de tudo. Fato é que passei o tempo inteiro do jogo tentando entender o que estava fazendo, mas terminei querendo repetir a dose – agora com mais norte!
Por ser um jogo econômico com muita logística e que é preciso chegar a X pontos para vencer, pontuar é um belo desafio. Ainda mais para alguém que não sabia nem qual Deus escolher para louvar ao construir meus monumentos (sendo este um dos maiores direcionamentos do jogo).
Se você não conhece o jogo, recomendo que dê uma pesquisada e delicie-se. A pessoa aqui ficou tão perdida que nem me arrisco a contar muito mais. De qualquer forma, meu desejo ao fim do jogo se mantém: quero muito jogá-lo novamente!
GUILDAS PARA QUE LHES QUERO!
Eu até tentei escolher outro jogo para não ser muito repetitiva em minhas escolhas, mas a verdade é que eu nunca me senti tão perdida em um jogo quanto na minha primeira partida de Feudum. Em minha defesa, eu não era a única a não entender nada do que estava acontecendo. Meus outros dois parceiros de jogo também pouco vislumbravam das mecânicas complexas e intrincadas desse magnífico jogo. Passaram-se um par de horas para começarmos a jogar com alguma noção das coisas e, mesmo assim, jogamos errado! A questão de Feudum é que, pelo menos para as minhas referências, seu sistema de jogo não tem igual.
A história se passa em uma fantasiosa terra repleta de criaturas mágicas, terrenos diversos e muita treta. Basicamente, fomos expulsas do reino e temos que lutar para nos restabelecer e recuperar nossa honra. O mais difícil de entender, para mim, foi o sistema de Guildas, cujas ações influenciam uma na outra e no jogo em si. Também, as ações que você pode executar em uma Guilda dependem do seu nível de domínio sobre a mesma. É de dar um nó na cabeça! Eventualmente, conseguimos desenrolar este belo jogo, que acabou se tornando um queridão aqui em casa. Mas dá-lhe paciência e coragem para encarar a primeira partida!