Eu não curto Cthulhu.
Nunca liguei pro tema, não gosto de horror/terror em geral, e não consumo esse tipo de material. Nunca foi minha praia, e tá tudo bem.
Porém, grande parte dos meus amigos é muito fã de HP Lovecraft.
Foto de um cara aí que gosta de tentáculos.
E vendo a necessidade de possuir um jogo que entrasse de cabeça nessa temática,
eu acabei esbarrando em Eldritch Horror.
E senhores, esse jogo deve estar no meu top 10 de horror (mas aqui é horror de jogo horroroso mesmo, junto com uns 9 do Vital Lacerda).
Eldritch Horror já começa errado pela sua capa; de 1-8 jogadores? Irmão, se você decidir um dia na sua vida jogar esse jogo pra 8 pessoas, eu vou realmente acreditar que sua sanidade está deteriorando. Nada justifica esse número na caixa, a não ser se você quiser traumatizar uma pessoa e fazer ela nunca mais ter interesse por jogo algum.
Num padrão FFG de qualidade, pelo menos os componentes são bons e bonitos. Tudo muito bem estruturado usando a palheta de cores que é tradicional de jogos desse tema. E é aqui que a gente para de falar bem dele.
Capa mentirosa a gente não curte muito não.
Quando você abre essa caixinha, você vai e deparar com muitos, e eu digo MUITOS componentes. Você literalmente tem uma parte no manual te explicando aonde colocar os componentes e como separa-los, nível estoque de supermercado.
Primeira vez que eu montei esse jogo na mesa eu perdi quase 2h montando sozinho.
“AH, BOMBA MAS COM INSERT FICA MUITO MAIS FÁCIL...”
Também né, esse é o trabalho do insert, se ele não ajudasse não vale nem comprar.
Insert é uma mão na roda.
Além disso tudo, tive um problema sério com o jogo mecanicamente.
E o maior resumo da ópera que eu posso te dar é, o jogo te joga. O tempo inteiro.
Você escolher um investigador é uma decisão estratégica. Se todos os escolhidos fazem mais ou menos a mesma coisa e ignorar algum tipo de interação na mesa (exemplo: ninguém é porrador no grupo), saiba que é uma questão de tempo pra você perder.
Repare, eu não falo isso em um jeito pejorativo. Em muitos jogos a composição de time é essencial pra vitória. Mas aqui a coisa é tão desbalanceada, que eu chuto que 99,9% das pessoas que não fazem times balanceados não tem nem a chance de tentar ganhar.
Inclusive, existem estratégias na internet para ganhar o jogo. Combinações de personagens exatas + itens que podem ser adquiridos. E sinceramente, se você tem que tryhardar tanto assim no jogo só pra conseguir ter a chance de ganhar nele, eu perco o interesse rapidamente. Se você não perde, você pode até se divertir com o jogo.
Não há mitigação de nenhum tipo no jogo, o roll do dado é a lei, e é o que prevalece. Se sua personagem não possuir nada pra mitigar em questão de habilidades, esquece.
Eu tendo a gostar muito dos jogos do
Corey, mas esse definitivamente
tá no final da fila pra mim.
Não vou te perguntar se você tem dado em casa.
Eu tenho amigos que amam esse jogo, sinceramente, eu acho ele uma das piores implementações desse IP em qualquer lugar. Tem jogos tão, mas tão superiores, que não passará nunca na minha cabeça recomendar isso aqui pra alguém.
Quando a segunda edição saiu no Brasil,
eu adquiri a minha. Inclusive,
foi o primeiro jogo que rachei com meu grupo de amigos. Sim, eu racho jogos caros com meus amigos,
não acredito que ninguém deva pagar um Gloomhaven ou um Twilight Imperium (Quarta Edição) sozinho, visto que as pessoas convidadas (e mais frequentes da mesa)
vão usufruir tanto da experiência quanto você.
Mas isso será um tema pra outro post.
Mansions of Madness pega um tema que eu não gosto e o implementa mecanicamente de um jeito tão simples, mas tão mais divertido que EH que nem parece que é da mesma FFG que criou o monstro citado anteriormente.
Fotinha do Mansions.
Mansions roda de 1 a 5 jogadores, você escolhe um cenário no aplicativo,
e ele serve como “mestre” (de RPG) daquela aventura escolhida. Aventuras essas muito bem criadas pela
Nicki Vallens (aprendeu com os erros do passado) e o time de desenvolvedores do app. Ele é relativamente simples, e acaba me lembrando muito o sistema d10 da
White Wolf (
Vampiro: A Máscara (5ª Edição),
Lobisomem: O Apocalipse, etc...) se ele te pede um teste de
força, e você tem
4 de força,
você rola 4 dados, você conta os sucessos (ou falhas) e assim o jogo
segue.
Toda a produção, tanto do app quanto dos componentes são
muito boas. E sinceramente, eu já usei esse jogo pra
iniciar tantas pessoas no hobby que já perdi a conta. E isso tem um valor ímpar nesse hobby.
Aqui o tema casa com a mecânica, existem cenários mais porradores, mais investigativos, mistura entre os dois, monstros boladões, finais diferentes (
dependendo da merd4 que você fizer no cenário), e eu realmente recomendo que você dê uma chance a esse jogo, por mais que você não goste ou não ligue para o Cthulhu,
assim como esse que vos fala.
As miniaturas pintadas dão um grau pro jogo.
Porém, o jogo peca em algumas coisas. Esse jogo também possui muitos componentes, pessoalmente, eu mantenho todas as cartas separadas por tipos, e isso me poupa bastante coisa.
É interessante você também ter uma ordem de separação dos tiles, pois fica mais fácil de procurar eles se você sabe onde ele está. Quanto mais expansões você tiver, mais esse problema se torna maior, então fique de olho.
E por fim, eu acho que esse jogo ganharia uma put4 de uma vida nova se a FFG por algum milagre resolvesse liberar o código do app e deixasse fãs criarem cenários e disponibilizar nele. Mas eu acredito que esse esquema Bethesda de funcionar está a muitos anos de acontecer no mundo dos Boardgames.
Enfim, fica a lição garotada; se vocês acham que um jogo é interessante,
estude sobre ele antes de comprar. Principalmente, se for um tema que é muito utilizado e portanto vai ter muitos jogos com seu nome.
Um salve pra primeira edição que tinha literalmente um Mestre no lugar do app.
Tudo o que vocês fizerem pra poupar seu rico dinheirinho é válido. O que não pode acontecer é você ser tratado como um cultista meia boca.
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Tudo nessa vida é equilíbrio, meus amigos.
#terçou