Review: Azul - Pavilhão de Verão
Após completar os palácios de Évora e Sintra, o rei de Portugal, Manuel I, agora precisa que os artesãos mais talentosos do reino concentrem seus esforços na construção de um Pavilhão de Verão para homenagear a corte.
Terceiro jogo de uma trilogia, Azul: Pavilhão de Verão parece querer alcançar o equilíbrio de ser um jogo mais estratégico do que o Azul original, sem perder a leveza e a simplicidade nas regras. Algo que, ao meu ver, ele consegue, e ainda acrescenta alguns novos elementos bem interessantes.
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Preparação (Setup)
A preparação inicial de uma nova partida de Azul: Pavilhão de Verão, é parecida com a do jogo original, onde todas as 132 peças coloridas, também chamadas de azulejos, são colocadas na sacola que acompanha o jogo. A seguir, são posicionados em círculo, no centro da mesa, um número de tiles de fábrica (expositores) igual a duas vezes o número de jogadores mais um (exemplo: com dois jogadores 5, com três jogadores 7, e com quatro jogadores 9), colocando sobre cada um desses espaços quatro peças sorteadas da sacola aleatoriamente. A peça branca com o número 1 é posicionada no centro deste círculo.
Cada jogador então escolhe um tabuleiro individual, que deve inicialmente estar virado com o lado colorido para cima, e um marcador com a sua cor, que pode ser preto, branco, cinza ou bege.
Novidade desta versão, o tabuleiro central, ou quadro de pontuação, será usado para marcar a pontuação dos jogadores e o avanço das rodadas (essa trilha indica também a cor que será o coringa da rodada), além de acomodar as peças bônus e mostrar quantos pontos as estrelas e os conjuntos de números valem no final da partida.
Cada jogador então coloca seus marcadores no espaço 5 da trilha de pontuação. A seguir, o indicador de rodadas é colocado no espaço 1 da sua respectiva trilha (que vai de 1 a 6), e dez peças são sorteadas da sacola e colocadas de forma aleatória na grande estrela no centro do tabuleiro. Essas peças poderão ser escolhidas e coletadas pelos jogadores, conforme as condições da tabela que fica à esquerda da estrela forem cumpridas.
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Jogo e pontuação
Fase de Adquirir Azulejos: Sorteie um jogador inicial para a primeira rodada. Ele então deverá escolher uma fábrica de onde irá recolher peças, respeitando as seguintes condições: 1) escolha uma cor, que não seja o coringa, e pegue todas as peças dessa cor; 2) se houver uma ou mais peças da cor coringa no espaço escolhido, o jogador da vez deverá pegar UMA dessas peças-coringa, juntamente com as demais da cor que ele escolheu; 3) todas as peças que sobrarem no espaço de fábrica que não forem coletadas pelo jogador deverão ser alocadas no centro do círculo; 4) ao invés de uma fábrica, o jogador da vez poderá escolher uma cor e coletar todas as peças desta cor do centro do círculo, se houver, porém, se ele for o primeiro a fazer isso, deverá coletar também a peça com o número 1, sofrendo uma penalidade de -1 para cada peça colorida que ele tiver coletado nesta jogada, inclusive o coringa, que segue a mesma regra já descrita antes. As próximas coletas, após a primeira, não sofrerão penalidades. Esse processo de coleta de peças, com os jogadores se alternando em sentido horário, continua até que todas as peças tenham sido coletadas. A peça com o número 1 habilita ao jogador ser o primeiro a posicionar azulejos no seu tabuleiro individual e o primeiro a escolher azulejos das fábricas no início da próxima rodada.
Fase de Jogar e Ganhar Azulejos: Começando pelo jogador que coletou a peça com o número 1 impresso, cada jogador, em sentido horário, poderá posicionar uma peça em seu tabuleiro individual, no espaço de estrela onde for permitido (por exemplo, azulejos azuis só podem ser posicionados na estrela de cor azul), da seguinte forma: se um jogador quiser colocar uma peça no espaço 4 da estrela violeta, ele deverá ter 4 azulejos daquela cor, posicionando 1 no espaço desejado e dispensando os outros 3 para a torre de descarte. Caso, ao posicionar uma peça, exista uma ou mais peças adjacentes à ela, o jogador irá pontuar aquele número de peças imediatamente (exemplo: ao posicionar uma peça vermelha no espaço 5 da estrela vermelha, e lá já houver as peças 4, 3 e 2, todas interligadas, sem pular espaços, o jogador irá marcar 4 pontos de vitória). A estrela central do tabuleiro individual não possui uma cor específica. Ao invés disso, ela só pode abrigar uma única peça de cada cor. Caso, ao posicionar uma peça, o jogador consiga circular um dos símbolos do tabuleiro, que podem ser colunas, estátuas ou janelas, o jogador poderá coletar peças bônus do tabuleiro central em quantidade equivalente àquele símbolo (1 peça para colunas, 2 para estátuas e 3 para janelas). Após a compra de qualquer peça bônus, a mesma é reposta imediatamente no tabuleiro central.
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Os jogadores irão alocando azulejos dessa forma até quando não tiverem mais nenhum, ou simplesmente decidam passar. Ao passar, o jogador poderá guardar até quatro peças nos espaços nos cantos do seu tabuleiro, para utiliza-las na próxima rodada. As que ultrapassarem esse limite devem ser descartadas e o jogador irá perder um ponto por cada uma dessas peças.
Peças da cor coringa da rodada poderão ser usadas em qualquer quantidade para completar o número de azulejos necessários num posicionamento de uma cor que não seja a sua própria. Por exemplo, se o coringa da rodada for a cor verde e você tiver 3 peças verdes, essas 3 poderão juntar-se a outras 3 peças laranja e assim posicionar uma peça laranja no espaço 6 da estrela laranja. Porém, nessa rodada em que o verde é o coringa, essas peças não poderão ser usadas para preencher qualquer espaço da estrela verde. Além disso, caso alguma peça coringa seja guardada para a próxima rodada, ela não será mais coringa nesta próxima e aí sim poderá ser usada como uma peça normal da sua cor.
As rodadas vão seguindo da mesma forma, em duas fases, com as peças sendo colocadas 4 em cada fábrica a cada rodada, escolhidas e posicionadas, e a cor coringa mudando a cada início de rodada. Caso as peças da sacola acabem, as peças da torre de descarte deverão ser devolvidas à sacola para reposição.
No final da rodada 6 o jogo termina e os pontos são somados da seguinte forma:
Total de pontos atuais na trilha de pontos de vitória + total de pontos das estrelas completas, conforme o valor de tabela de cada cor + total de pontos conquistados caso o jogador possua todos os espaços com o número 1 do seu tabuleiro individual preenchidos (4 pontos), todos com o número 2 (8 pontos), todos com o número 3 (12 pontos) e com o número 4 (16 pontos). Quem tiver mais pontos de vitória no final vence a partida!
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Bela produção
As peças em formato de losango dessa versão são muito bonitas e feitas com um material de ótima qualidade. Conforme as estrelas vão sendo montadas no tabuleiro individual, o visual adquire um aspecto 3D muito elegante e agradável de se ver.
Elementos que já existiam em versões anteriores como a sacola para sorteio das peças e os tiles de fábrica mantém o bom nível, enquanto que a torre de descarte é um acréscimo muito bem vindo e extremamente funcional.
O insert, que já vem dentro da caixa do jogo, acomoda com perfeição todos os componentes, com todas as peças separadas em saquinhos plásticos, ficando parte desse conteúdo dentro da torre, e parte fora num espaço próprio.
As cartelas, tanto do novo tabuleiro central, quanto dos tabuleiros individuais, também seguem o mesmo padrão dos jogos anteriores, sendo que esses últimos mais uma vez possuem dois lados, um com um modelo pronto para seguir e outro com opção para um posicionamento mais livre.
Esse outro lado do tabuleiro individual não possui estrelas com cores pré-definidas, podendo ser montado de acordo com a preferência de cada jogador. Neste caso, poderá haver mais de uma estrela amarela, por exemplo, ou mais de uma estrela multicolorida, em qualquer espaço. Porém, ainda é preciso respeitar a regra de que, uma vez iniciada uma estrela com uma cor, ela deverá continuar a ser preenchida com peças daquela cor, e no caso das multicoloridas só deve haver uma peça de cada cor.
As únicas coisas na produção do jogo que me incomodaram um pouco foi a falta de espaço no tabuleiro central para alocar os marcadores de pontos, o que faz com que o posicionamento de mais de um marcador no mesmo espaço seja difícil, e as cores desses mesmos marcadores, que poderiam ser menos parecidas entre si e um pouco mais chamativas.
Para quem é indicado: Quem gostou do primeiro Azul muito provavelmente vai gostar dessa nova versão também. Ela transmite a mesma sensação de estar montando mosaicos com azulejos do jogo original, porém é diferente o bastante na distribuição das peças, reaproveitamento de peças que sobram, uso de peças-coringa e possibilidade de adquirir peças bônus, que justifica sim dizer que se trata de um jogo novo. Como jogo de introdução a novos jogadores o primeiro Azul ainda é imbatível. Mas se você quer um desafio um pouco maior, com uma camada a mais de estratégia, Azul - Pavilhão de Verão pode ser uma ótima escolha.
Para ver a ficha técnica e a nota do jogo, acesse nossa página: planetameeple.com.br, nela você vai encontrar mais matérias sobre board games, card games, RPG e tudo mais ligado a jogos.
E para você, qual a melhor versão do Azul? Deixe sua opinião nos comentários.
Abraço a todos e boas jogatinas!
