Vamos detalhar o que pesou mais que armadura completa, e em nossa modesta opinião não é pouca coisa. Sem esquecer as coisas bacanas que falamos acima. O jogo é meio 50/50 se for pra ser mais crítico. Há uma dose considerável de repetitividade nos mapas. São 8 tiles de setor e todos os 9 mapas são 2x2, então tem missão que é uma repetição com 2 ou 3 tiles girados 90º ou 180º em comparação com a forma que foram usados antes. O bestiário é pequeno, cada operação (com 3 partes) te põe contra um time de 3 inimigos mas que são simplesmente o básico, o forte e o único(boss), lembrando que na primeira parte você estará lutando contra um único monstro “all day long”. A solução pra isso é um monster track/trilha de ameaça que fora ser clock da partida, trás novas skills podendo vir 4 por partida (de um total de 8), mas sincera e esteticamente, eu preferia enfrentar mais inimigos diferentes.
O que pesa mais do que qualquer outra coisa é o fator que chamaremos de fator contra-intuitivo. Aqui os mais fãs podem dizer que tudo faz parte da estratégia e da forma de jogar o jogo. Mas é um lance beeeem "ame ou odeie" entendem? Existem 2 pontos que tropeçam um pouco na modesta opinião deste kina que vos fala, o primeiro é em relação aos surgimentos... Por vezes é melhor não eliminar as criaturas por saber onde elas estão, visto que matá-las pode fazer com que surjam super perto de você (após rolar o d12 na fase de reaparecimento), o que praticamente cancela teu serviço rapidamente... parece até que o bicho reviveu! Também vai acontecer com mais frequência do que você gostaria, que o surgimento seja perto de outro personagem que já estava lidando com outro algoz e aí passa a ficar cercado e propenso a morrer.
Isso leva a outra questão, como seus pontos de vida também são as cartas que você usa, por vezes calcula-se e é percebido que se gastar, digamos 3 cartas da mão, para detonar alguém, você ficará com poucas cartas para agüentar o turno dos inimigos. É possível fazer um meio termo e buscar gastar menos cartas, mas o jogador pode se enforcar no resultado da rolagem (menos cartas = menos dados rolados) e pode acabar sendo pior do que gastar mais cartas. Aí vem a parte onde você calcula que (por exemplo) cada inimigo em média te arranca 2 cartas(muitas vezes), se não tiver gasto nenhuma carta, ok você não atacou mas receberá digamos 2 ataques, perderá 4 cartas e ficará de pé, aguardando reposição da mão no próximo turno dos jogadores... a mão cheia é de 5 cartas, você cairia se tomasse 6 de dano. Então a menos que você queira vasculhar, daí precisará da casa/setor limpo pra isso, pode ser mais interessante não matar nenhum monstro.
Então peraí, pode ser melhor não matar os inimigos por pelo menos 2 motivos diferentes(surgimentos e aguentar os ataques que ele vão te fazer)??? É ISSO MESMO? pois é caro(a) companheiro(a) de cavalaria. É aqui que se dividem os jogadores que vão adorar isso porque é uma quebra na linearidade de matar sempre quantos monstros puder, e os jogadores que vão considerar isso um balde de água fria. Me pergunto se isso faz sentido com o que o jogo trás em sua descrição de “cortar caminho por um enxame interminável de monstros”, ou ainda o “conjunto de habilidades de combate brutal”do jogador. Não que ele fosse pra ser sobre chacinar monstros, mas frustra entender que jogar defensivo se mostra muitas vezes melhor, mais acertado.
Pra finalizar temos a sorte em camadas demais. Não, não era pra ser um desses jogos “zero sorte” (estamos analisando um euro hard? Sabemos que não), mas envolve sorte nos aparecimentos dos monstros, sorte nas rolagens dos ataques (desferidos ou recebidos), sorte nos eventos (que podem inclusive tirar o “revive” disponível para os jogadores, deixando numa situação de “caiu” = acabou a partida), e sorte nas cartas vermelhas de ameaças, pois ao trazer novas skills para os monstros, as vezes fornecem uma build ok dentro da ideia de ser desafiado pela versatilidade dos oponentes, mas as vezes deixam cada monstro cheio das capacidades, tipo uma build absurda (lembrando que sorteia-se 4 em 8 cartas que vão sendo reveladas com o clock do jogo andando). Esses fatores levam ao que consideramos a tal “sorte em camadas demais”.
E quanto custa pra explorar esse reino?
O jogo está esgotado. Tem uns 3 na ludopedia agora enquanto escrevo, variando de 370 a 420,00. Creio que o meu foi por volta de 350,00 Isso entre começo e meio de 2017, vendendo um semestre depois por se bem me lembro por 280 ou pouco menos... Se ele fosse relançando viria facilmente por 500,00 que eu francamente não daria pelos fatores 50/50 que explicamos no decorrer da postagem, mas se for seu estilo de jogo essa percentagem muda com toda certeza, pois ele tem atrativos decentes.
EXTRAS/ALGO+

Para não ficar só nas 3 operações foram lançadas mais 2 (África e Europa) com novos times de inimigos, novos tiles para os mapas, novas cartas para os personagens. Também fizeram um “escalation Pack” pra rechear ainda mais os decks dos personagens e também bombar os monstros com novas cartas de ameaça (não que eles precisem
), bem como um hero Pack com o “fireteam delta female” com 6 novas personagens todas mulheres, o que particularmente achei muito legal. Nada disso veio pro Brasil apesar de alguns comentários da MeepleBR que em 2017 (quando trouxe o base) deu certa esperança sem se comprometer muito... A velha chaga das expansões no mercado nacional. Cabe citar que o jogo tem 2 romances, e outros packs mais alternativos, como um randomizador de missões, e um pra implementar modo competitivo, mas são pros fãs extremos, e eles não tem tanta informação disponível, pelo menos na pesquisada que demos para elaborar essa postagem.
Então por enquanto é isso, até o próximo reino a explorar, batendo forte, e também batendo de “kina”!
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