Quando saiu a primeira ilustração de Charterstone o jogo me chamou a atenção. Mais para frente fiquei sabendo que seria um jogo legacy e que o mesmo seria lançado no Brasil pela Ludofy. Imediatamente eu sabia que iria comprá-lo e seria a nossa primeira experiência com jogos legacy, tanto para mim quanto para as minhas filhas.



Recebi o jogo no final de 2017, início de 2018, mas só conseguimos jogar a primeira partida em fevereiro, dado que as meninas estavam viajando janeiro todo. Já a partida de número 12 aconteceu somente agora, em março de 2019, fechando a campanha. Isso mostra como tem sido difícil jogar quando estamos em casa. Em meio a compromissos, amigos, outros jogos e claro, a competição com a TV e a internet que tem sido desleal. Também senti que muitas vezes elas não queriam jogar Charterstone por se tratar do mesmo jogo. Mas quando jogávamos elas se divertiam na grande maioria das partidas. Suponho que elas não tenham abraçado a campanha como eu acreditei que fosse acontecer.

A Nina ficou com o título azul, a Dora com o roxo e eu fiquei com o verde. Decidi não utilizar os automas, pois pelo que eu tinha visto não era algo realmente necessário.

Infelizmente fica difícil escrever esse texto sem que ele contenha SPOILERS, por tanto, se você não jogou ainda e pretende jogar, não leia esse texto a seguir. 



A primeira partida me pareceu um pouco burocrática demais, pois boa parte do tempo tínhamos que ficar colando as novas regras e histórias. Embora as meninas tenham curtido o lance de ter que colá-las no manual. Por outro lado, tudo era novo e a vontade de jogar era grande. Pegar as cartas do Index também foi uma diversão, embora deixo aqui uma dica para quem ainda não jogou: preste atenção no índice quando diz, por exemplo 101-105.“–“ indica um intervalo de cartas da 101 até a 105, e não somente as cartas 101 e 105. Logo em uma das primeiras partidas eu cometi esse erro e deixei de pegar uma nova regra, o que fez que jogássemos errado algumas vezes.

A Dora começou jogando muito bem, e revezamos as vitórias durante quase o jogo todo. A Nina conseguiu vencer somente uma vez. Acho que um dos motivos se deveu ao fato dela não ter focado muito em construir e abrir novas caixas. Ela perdia muito tempo fazendo ações mecanicamente, pegando recursos e moedas, mas sem utilizá-los efetivamente para fazer pontos de vitória. Isso foi determinante para ela ficar em terceiro lugar. Com uma pontuação sempre menor do que as nossas, ela preencheu bem menos as estrelas na caixa, portanto ela sempre começava com menos recursos do que eu e a Dora. Além disso, tendo eu e Dora completado todas as estrelas, inclusive a parte de extras, fez com que tivéssemos uma pontuação final bem mais alta.



A Dora, por outro lado, foi quem liberou o minion de gato, o que a deu uma vantagem logo cedo em poder fazer pontos de vitória cada vez que alocava o seu gato em um de seus edifícios. Por isso ela nomeou o seu título de A Vila dos Gatos! Além disso, ela construiu alguns prédios bem interessantes que a davam muitos pontos, como o Spa onde ela trocava 4 moedas por 5 pontos de vitória e ainda o Resort, que ela construiu em uma das ilhas do céu, que é melhor ainda, onde você troca 5 moedas por 7 pontos de vitória. Nem preciso dizer que ela usou essa ilha no último jogo, encobrindo justamente o Spa. Dessa forma somente ela podia usar esse edifício.

O título da Nina foi nomeado Vila dos Cristais. Olhando agora, ela ficou somente com edifícios de valor até 10, e um com valor 15. E os edifícios que davam pontos de vitória não eram nada poderosos. Já o meu título foi nomeado Valfenda e para dizer a verdade, eu também não tinha nada de muito especial que me desse pontos de vitória, embora tenha ficado com dois edifícios de valor 20 e dois de valor 15, além de alguns combos ao longo da partida que foram se modificando.



Em algumas partidas eu senti que não só a Nina, mas a Dora também não focava em fazer os objetivos, construir edifícios e abrir caixas, o que acabava alongando o jogo, e elas começavam a ficar cansadas. O que eu procurava fazer nesses casos era eu mesma acelerar o fim do jogo, tentando construir e abrir caixas com mais frequência, mas sempre dando dicas para elas fazerem o mesmo, principalmente focando em conseguir mais pontos de vitória utilizando o Porto da Nuvem. Por outro lado, sentimos que algumas partidas foram rápidas demais, e não conseguimos fazer tudo o que queríamos. Como ao final da partida temos que escolher as cartas em função da capacidade era preciso tomar cuidado para não perder os edifícios e caixas do nosso título para dar sequência as construções. Uma vez as cartas indo para o baralho geral acabava sendo mais difícil conseguir as cartas de volta. Em alguns momentos liberamos tipos de cartas novas e eu senti que elas demoravam a sair, o que era uma pena. Os tesouros foram liberados infelizmente somente para a última partida. Tinha muita carta legal, mas que nem vimos a cara. Acho que um dos benefícios de se jogar após a campanha é possibilitar utilizarmos essas cartas que foram pouco usadas.

No final a campanha acabou dessa forma:



Falando no jogo após campanha, ainda não tivemos a oportunidade de jogar. Para dizer a verdade nem li com calma as regras para uma partida normal. Mas coloco aqui uma preocupação levantada por muitas pessoas. Para quem jogou com menos do que 6 pessoas, jogar com os títulos não utilizados pode ser ruim dado que os edifícios foram construídos sem critério algum. Mas mesmo os títulos jogados por nós estão longe do ideal. Eu por exemplo construí novos edifícios no final somente para aumentar o valor dos mesmos. Não necessariamente eles se encaixam bem com os outros edifícios. Por isso estou pensando em analisar os edifícios não utilizados e tentar distribuí-los para ficarmos com 6 títulos mais equilibrados.

Voltando a campanha, vale aqui o registro de dois momentos que foram bem interessantes. Um deles foi a vela, que deu um clima diferente para a partida. Outro foi a impossibilidade de utilizar os minions. Devo dizer que estávamos tão acostumadas a usá-los que foi difícil não poder fazê-lo em uma das partidas. Aliás, acho que os minions foram uma das coisas mais legais do jogo como um todo. Outro ponto muito interessante da campanha, e que eu esperava uma empolgação maior das meninas, foi o de nomear os personagens e outras cartas como amigos e visitantes. Mas não conseguimos colocar a imaginação para funcionar da forma esperada, e fui eu quem mais nomeou as cartas utilizadas.

Depois do término da campanha eu tirei um tempo para ler as impressões de outras pessoas. Interessante notar que em diferentes campanhas houveram reclamações de títulos mais fortes do que os outros e por isso a pessoa ganhou a campanha. Mas não vi pender para nenhum título em particular. Acho que cada campanha foi bem diferente da outra, e me parece que se tiverem títulos mais fortes do que outros foram em função de como cada pessoa jogou, que caixas abriu e que edifícios foram utilizados. Ou seja, todos me pareceram bem equilibrados.

A Recharger pack já está preparada e esperando a oportunidade para jogarmos novamente, dessa vez com mais 3 amigas, sendo uma delas a Malu, que tem a idade próxima das meninas. Acho que o jogo será bem mais interessante jogando em 6. Só espero conseguir marcar de jogarmos com mais frequência para que a campanha não leve tanto tempo. As meninas gostaram da ideia e disseram que gostariam de jogar novamente. Então eu acho que posso dizer que colocando na balança tivemos uma experiência bem positiva.