Excelente tema, como sempre!
Ouvi o cast e fiquei com uma vontade tremenda de contar quantas vezes a palavra 'rejogabilidade' apareceu nele! Achei intrigante o quanto precisamos repetir a mesma coisa para descrever um conceito de algo que não deveria se repetir! 
Quando eu penso em 'rejogabilidade' e depois de ouvir e pensar bastante no cast e no tema, duas coisas ou dois tipos de rejogabilidade me vieram à mente: a rejogabilidade mecãnica e a humana.
1- rejogabilidade mecânica
Poderia ser definida como o tipo de componentes, materiais ou mecânicas inerentes que compõe a caixa de um jogo, que permitam que cada partida seja diferente uma da outra, pelo fator aleatório da abertura inicial da partida ou mudanças durante a mesma.
Sempre penso nisso, quando abro a caixa do Eclipse. Tem tanta coisa sorteada no início e durante a partida que é verdade que matematicamente é muito complicado calcular quantas variáveis existem. As raças são sorteadas, as tecnologias à disposição são sorteadas no começo do jogo e a cada turno, cada hex do tabuleiro modular, cada upgrade de nave possível durante as partidas e por aí vai. Embora exista uma linha mestra a seguir (explorar, desenvolver, expandir) é extremamente difícil entrar na partida com uma estratégia definida.
Muitos jogos, ao mudar a ordem de certas peças no início do jogo, já garantem partidas diferentes.
2- humana
O fator humano, dentro de alguns jogos, em minha percepção é que fará toda a diferença, mesmo que o jogo aparentemente tenha baixa rejogabilidade. Em especial nos abstratos, esse fator pode ser notado com mais facilidade. É muito complicado conseguir prever o que um jogador fará ou deixará de fazer com as opções que ele tem diante dele. Essa probabilidade de escolha, na mente humana é o fator mais aleatório dos jogos, na minha opinião. The Resistance ou Puerto Rico, que foram mencionados, são bons exemplos disso. Jogos completamente diferentes, com propostas diferentes em termos de mecânica, com simplicidade de regras ou uma maneira de começar, mas que por causa das pessoas que estarão na partida, podem fazer dele, experiências memoráveis.
The resistance tem praticamente quatro regras: sorteie os papeis, monte um grupo de missão, aprove o grupo, vote na missão. Mas dependendo de cada jogador ali, o mesmo grupo pode ter centenas de partidas únicas, porque em cada uma delas, um participante tentará mudar sua forma de agir. Se em algum momento, um novo participante é adicionado ao grupo, a dinâmica deve ser 'resetada' e o grupo levará outro tempo e diversas outras partidas para ir descobrindo mais do novo jogador.
Em Puerto Rico é a imprevisibilidade da decisão do jogador à sua frente que faz com que o jogo traga sempre uma partida nova e por isso mesmo, desafiante.
Dito isso, entendo que alguns jogos se tornam repetitivos quando o mesmo grupo joga sempre da mesma maneira e cada participante faz sempre a mesma coisa. Ou em casos de alguns jogos que se vendem como tendo alto fator de rejogabilidade, mas no fundo serão partidas sempre iguais, porque só tem um caminho a ser percorrido pelos jogadores e só muda mesmo, a configuração inicial, mas a maneira de jogar não é alterada. São jogos esses, que muitas vezes se assemelham a uma corrida. Nada mais a fazer do que tentar correr mais que os outros.
Abraços e até a próxima!