Sexta-feira, dia 15, nós recebemos para nossa segunda live especial do Mês da Mulher: Patrícia Nate, do Lady Lúdica, e Sabrina do Valle, do Board Game Girls. Eventos que, apesar de possuírem o mesmo objetivo, seguem estratégias distintas. O primeiro é misto, enquanto o segundo é exclusivo para mulheres. E isso é ótimo, pois dá opção para todos os gostos e necessidades.
Ambos os eventos, que ocorrem no RJ, surgiram mais ou menos na mesma época, e muitas comparações foram feitas no sentido de determinar qual era o modelo certo ou diminuir um diante do outro, estabelecendo uma falsa competitividade predatória. É triste ver a dificuldade das pessoas em enxergarem a pluralidade não só como algo bom, mas também muito necessário.
Apesar de já estarem caminhando para o seu segundo ano de existência, eles ainda sofrem em diferentes graus com o preconceito daqueles que limitados por uma visão que só enxerga a si mesmo, despreza e ataca tudo aquilo que é diferente ou que não gira em torno de sua própria pessoa ou do grupo da qual faz parte.
O que não falta no RJ são eventos de boardgames convencionais, praticamente todos os fins de semana tem algum acontecendo, às vezes até mais de um, dá para escolher onde ir. Mesmo durante os dias de semana, encontramos com facilidade opções de jogatinas, sejam organizadas por lojas ou por grupos de jogadores particulares. O RJ é um dos estados com mais opções disponíveis, então por que eventos femininos incomodam tanto? Por que a existência de um exclusivo causa tanta comoção negativa?
O primeiro passo para vencermos o nosso preconceito é reconhecer que ele existe. Ninguém nasce “desconstruído” por ser mulher, negro, gay ou parte de alguma outra minoria. Se nós reproduzimos preconceitos, imagina aqueles que não vivem em suas vidas sob o julgo de tais questões.
Todos precisamos refletir sobre nossos atos e ideias diariamente. Isso é um processo que precisa ser consciente: o olhar além do próprio umbigo e se colocar no lugar do outro. Reconhecer o seu lugar no mundo em relação ao outro, enxergar seus privilégios e refletir como lidar com eles, não fechando os olhos para sua existência, mas utilizando como ferramentas uteis para ajudar aos menos favorecidos.
Seria maravilhoso se tais eventos não fossem necessários, se vivêssemos em uma sociedade verdadeiramente igualitária. Porém, quanto mais ódio é dirigido contra iniciativas de representatividade e criação de locais seguros, mais fica demonstrado o quanto elas precisam existir.
Respeite o outro. Respeite o diferente. A diversidade nos enriquece e fortalece enquanto seres humanos. O que é certo para você, pode não ser para o outro. O seu sistema de pensamento e padrão de crenças não é o único correto ou o mais elevado. É apenas o que funciona para você dentro de um determinado tempo-espaço.
Construa pontes e não muros, façam as pessoas se sentirem bem-vindas e respeitadas. E se elas precisam de um lugar só delas apenas aceite. Somos todos diferentes e podemos usar o poder lúdico do hobby que tanto gostamos para abraçar as pessoas, como elas são, não tentando fazê-las se adequar ao nosso padrão.
Lady Lúdica e Board Game Girls, cada um ao seu jeito, tornam o nosso hobby mais plural e acessível, sendo espaços para se trabalhar a diversidade de pensamento, portas abertas para que mais mulheres descubram os jogos de tabuleiro modernos e aquelas que já conhecem possam estar em um ambiente em que se sintam mais livres e confortáveis.
Antes de atacar a iniciativa, vamos pensar sobre o que levou ela a existir em primeiro lugar. Olhar para nossas próprias atitudes e posicionamentos, pensar sobre onde podemos estar falhando. Não sermos tão rápidos e levianos ao ignorar a fala do outro como “mimimi”. Entender que o mundo é bem mais amplo do que eu ou o meu grupo de amigos.
KosherX::Eu vejo essa questão da seguinte forma: se alguém criasse um evento exclusivo para homens, proibindo a entrada de mulheres e gays, você problematizaria isto da mesma forma que problematiza questões sociais complexas através de um reducionismo tão simplista e pueril como você o fez nestas linhas redundantes?
Caso encerrado.
Sorte a nossa que não precisamos disso né? O nosso hobby ainda é dominado pelo sexo masculino e não tão acolhedor ao sexo feminino. Já vi em um grupo que considero bem acolhedor aqui na minha cidade brincadeiras sobre a separação de mesas no evento que eles fazem, com membros brincando sobre ficar na mesa das mulheres que é a dos joguinhos leves.
Basta ter um pouco de empatia, não é difícil. Se elas se sentem mais confortáveis assim qual é o problema? Como a Aline mesmo falou, não vai faltar jogo pra ninguém, isso não vai te afetar de maneira nenhuma...
Claro que o cenário ideal seria um sem segregação e diferenças, mas enquanto não chegarmos lá, deixa elas curtirem o hobby da melhor maneira possível pra elas...
Cada um tem o direito de se organizar e frequentar os espacos que assim desejar, ou não?
Se você considera que algum evento é segregador, use seu direito e não frequente ele. Não vá impor suas regras aos outros, justamente para não dar margem que imponham regras a você.
Sendo dentro da lei, deixa o jogo rolar.
KosherX::Eu vejo essa questão da seguinte forma: se alguém criasse um evento exclusivo para homens, proibindo a entrada de mulheres e gays, você problematizaria isto da mesma forma que problematiza questões sociais complexas através de um reducionismo tão simplista e pueril como você o fez nestas linhas redundantes?
Caso encerrado.
Sorte a nossa que não precisamos disso né? O nosso hobby ainda é dominado pelo sexo masculino e não tão acolhedor ao sexo feminino. Já vi em um grupo que considero bem acolhedor aqui na minha cidade brincadeiras sobre a separação de mesas no evento que eles fazem, com membros brincando sobre ficar na mesa das mulheres que é a dos joguinhos leves.
Basta ter um pouco de empatia, não é difícil. Se elas se sentem mais confortáveis assim qual é o problema? Como a Aline mesmo falou, não vai faltar jogo pra ninguém, isso não vai te afetar de maneira nenhuma...
Claro que o cenário ideal seria um sem segregação e diferenças, mas enquanto não chegarmos lá, deixa elas curtirem o hobby da melhor maneira possível pra elas...
Gente babaca tem em qualquer lugar... No meu caso eu sempre mestrei RPG pra homens, mulheres, gays, hell, eu já interpretei um Gangrel que era gay jogando Vampiro a Máscara.
Eu acho que se tá na mesa, não tem colher de chá, pode ser o que for, jogo pra ganhar não importa quem esteja na mesa, e isso é a maior mostra de respeito que eu posso dar.
Eu já fui no Lady Lúdica, e é um evento bom. Já o outro não posso opinar.
Tiellet::Cada um tem o direito de se organizar e frequentar os espacos que assim desejar, ou não?
Se você considera que algum evento é segregador, use seu direito e não frequente ele. Não vá impor suas regras aos outros, justamente para não dar margem que imponham regras a você.
Sendo dentro da lei, deixa o jogo rolar.
Eu faço isso. Não impus regra alguma, respondi a pergunta que tem dentro do texto da Aline. Concordo, tudo dentro da lei, joguem do jeito que quiser.
Aos colegas que se incomodam com um ambiente exclusivamente feminino, entendam o seguinte. O mundo é exclusivamente masculino. Elas só querem um espaço longe das nossas piadas de quinta série, das nossas cantadas baratas e outras coisas escrotas que nos acompanham desde o nosso nascimento.
Aos que mesmo assim, não entendem, entendam de uma forma ainda mais básica. Cada um faz o que quer, dentro da lei, e ninguém tem nada com isso.
Forte abraço e sucesso, meninas!
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Segue link para Políticas de Uso. Respeito e educação são fundamentais em qualquer lugar, inclusive na internet.
Bombardium::"Por que a existência de um exclusivo causa tanta comoção negativa?"
Porque é segregador.
Você se sente segregado porque em um hobby predominantemente masculino existe um evento em que a sua presença não é permitida?
Como você acha que as mulheres que são desrespeitadas em todos os demais eventos se sentem?
Não disse que me sinto. Estou dizendo que qualquer evento que é somente pra X é segregador sim. Deveríamos estar arrumando formas de fazer tudo funcionar com qualquer tipo de pessoa. Não isolando os grupos.
Deve ser uma merda ser desrespeitado em evento. Mas temos que ir atrás de combater isso.