Bom dia, ludômanos!
Finalmente, estou de volta ao calorão do Brasil e com internet à minha disposição. Após duas semanas de férias, que por coincidência acabaram ficando justamente menos de 48h após o lançamento do jogo, vou poder voltar a ter o contato frequente que tive durante a campanha de FC do Quissama.
Gostaria de tecer alguns comentários, ainda que eu corra o risco de ser redundante, pois já postei algo no BoardGames Brasil (vejam https://www.facebook.com/groups/boardgames.brasil/permalink/944150715627141). Como muitos não acompanham por lá, peço compreensão por alguma eventual reprise.
Acho muito bom que tenhamos este e outros canais para trocar ideias e discorrer sobre jogos disponíveis no mercado. Opiniões divergentes enriquecem nossa visão e nos ajudam a formar nossa própria opinião.
O manual. Lamento que tenham tido alguma dificuldade em compreender as regras. Tentamos explicar da melhor forma possível e abranger todas as situações. Eu tinha feito o manual em uma certa sequência, que parecia a mais lógica para mim. Quando fomos para a versão final, fui orientado a alterar a ordem de algumas explicações. Ou seja, nem todos tem a mesma sequência de raciocínio. Interessante que dei o manual para jogadores de primeira viagem e não tiveram dificuldade em entender, até por não ser um jogo complexo. Talvez, como vc mencionou, o barulho da situação não tenha ajudado, e até mesmo diversos leitores (ao mesmo tempo?). Quando leio uma regra nova, prefiro ficar sozinho e em silêncio, para depois compartilhar com os amigos e familiares.
As cartas. Desde a entrega do jogo, este foi o tópico sobre o qual mais escrevi e falei... tanto em mensagens pessoais, como públicas (ver link mencionado anteriormente), bem como em comentários face a face. Em resumo, elas saíram mais finas do que eu esperava e desejava, mas a Ludens Spirit garante a qualidade e durabilidade delas, devido ao seu revestimento especial. Outro fator é que, durante a campanha, muitos falavam sobre os sleeves, então não chega a me preocupar. Pessoalmente, não vou sleevar as minhas, até porque gostei bastante da textura delas e de como deslizam bem para embaralhar. Falo sobre isso naquele link anterior.
O quinto jogador. Quissama foi originalmente idealizado para 2 a 4 jogadores. No decorrer dos playtests, surgiam umas raras oportunidades em que havia 5 jogadores, e ninguém queria ficar de fora. Ontem mesmo estreei meu Trajan, mais um dos inúmeros jogos concebidos para até 4 jogadores. Tivemos que fazer uma dupla para contentar a todos. Então resolvi aumentar a possibilidade para 5 jogadores, para evitar as (pensava eu) raras ocasiões em que temos 5 jogadores. Para isso, não haveria nenhuma necessidade de mudança de regras. Ofereci então a opção de aquisição dos meeples extra. Como podem ver, a Ludens Spirit, que fabricou e está vendendo o Quissama, disponibiliza o conjunto de meeples por cerca de R$ 5,00, o preço que paguei quando montei os protótipos. Tentei colocar no Catarse esse mesmo valor, mas então descobri que o valor mínimo era de R$ 10,00. Como no Catarse não se trata de uma "venda" e sim de um "apoio", ficou aquele valor. Afinal, eu já estava com o orçamento super ajustado desde o começo, pois o projeto não visava lucro (na prática, eu literalmente "doei" o jogo para os primeiros apoiadores, para ter um bom start). Para minha grande surpresa, um número expressivo de jogadores pediu o kit para o 5o jogador. Muitos, acredito eu, com o mero desejo de apoiar a campanha. No seu podcast, vcs mencionam que esperavam cartas extras. No entanto, para quem acompanhou a campanha, era muito claro que o acréscimo tratava apenas de meeples extras. Sobre a informação na caixa, entendo a reclamação. A penúltima versão da caixa previa que fosse "2-4(5) jogadores". Acabou sendo impresso como 2 a 5.
O tapete. Esta foi uma ideia que surgiu após a campanha e por isso não foi oferecida lá. Enquanto criava o berço plástico, a Ludens bolou esse acréscimo para quem quiser organizar os itens que ficam fora do tabuleiro e são comuns a todos os jogadores (mercado, senzala, compra e descarte). Se eu tivesse tido essa ideia antes (durante a campanha), certamente teria colocado à disposição para adquirir. Não podia ser meta extra, pois como falei, o orçamento era extremamente limitado. Falta-me o lado vendedor.
Ordem do turno. É aquilo ali mesmo, como explicado no manual. Primeiro, compra-se a carta extra do ministério; a seguir, jogam-se as habilidades dos personagens; depois, todas as combinações de cartas (portanto, incluindo conquista de personagens e trocas no mercado, que podem ser feitas em qualquer ordem); finalmente, o descarte e reposição de cartas na mão.
Personagens. Como vcs viram, os personagens são centrais na rejogabilidade de Quissama. Após algumas partidas, fica legal jogar com a variante de menos personagens, forçando os jogadores a variar estratégia. Também as outras, limitando os Escândalos e as Bênçãos Imperiais, tornam as partidas mais disputadas. Interessante mencionarem o Alemão, tanto no texto quando no áudio. Parece que se tornou o mais polêmico dos personagens. Uns acham muito difícil, outros muito fácil, outros simplesmente o ignoram. Como criador, confesso que curto as diversificadas opiniões sobre cada personagem.
Silêncio. Como mencionei no começo, estava em férias por duas semanas. Avisei isso em alguns canais, e contava detalhes para quem se dava o trabalho de entrar em contato diretamente comigo. Diferentemente do Brasil, outros países não disponibilizam WiFi gratuita para seus clientes. Aqui, qualquer lanchonete de esquina faz isso. Dependia de chegar à noite na pousada daquela cidade ou vilarejo e torcer para que eles tivessem uma internet. Aí, digitava do meu celular as mensagens que julgava mais urgentes, o que incluía comunicar-me com meus filhos. Realmente, muitos posts foram ficando pra trás.
Pronúncia. Finalmente, uma palavrinha sobre seu post, que reflete o que foi escrito. A pronúncia do Quissama não deveria gerar dúvidas (embora tenha gerado). Lê-se simplesmente conforme as regras de nossa ortografia e gramática. Se fosse "Quissamã" (como uma cidade do RJ) ou "Quissamá", a grafia seria diferente e também clara, com a devida acentuação. Se alguém preferir, pode consultar os vídeos em que eu mesmo ou o On Board disponibilizamos e pronunciamos o nome. Ah, e os meeples são mesmo de resina, como acertadamente escrito no artigo. Julgamos por bem gastar mais com meeples de alta qualidade, em vez de peças plásticas.
Ufa, acho que consegui discorrer sobre tudo - pelo menos por agora, hehe. Nem eu estava aguentando tanto silêncio! Quem me conhece, sabe 
Abraços e obrigado por terem investido tempo escrevendo e lendo sobre Quissama!
Ricardo Spinelli