Pódio do GP de Cingapura

Continuando o campeonato mais molhado de toda a história (sim, é nosso o primeiro campeonato, então não estou mentindo, ele é o mais molhado da história, e também o mais seco), tivemos neste final de semana a quarta etapa do Campeonato de Formula D da Curitiba Lúdica, em Cingapura. Essa foi uma das corridas mais duras e difíceis do ano, com uma nova onda de quebras e com apenas alguns fortes chegando ao final. Vamos aos detalhes.

A volta voadora, e a volta vergonhosa
Relembrando a época dos treinos com as voltas voadoras dos anos 90, André Modt simplesmente destruiu a concorrência. Usando pneus macios e com uma pilotagem agressiva e precisa, o piloto da No T, No Shade fez a pole com muita segurança. Rafael “Bianchi”, líder do campeonato, fechou a primeira fila. Por outro lado, o jovem Rafael Lodi, da Mirandas, fez uma volta patética, ficando alguns minutos atrás do penúltimo colocado. Sobre isso ele falou ao final da classificação, “Eu não gosto de correr assim, sem ter alguém na frente pra me guiar, é muito difícil lembrar para qual lado são as próximas curvas. Na próxima corrida vou seguir alguém na classificação...”

Da esquerda para a direita, no fundo: Pedro Miranda, Rafael Lodi, "Juan Pablo" Trentini, Marcos Khun, Rafael "Bianchi" Martins, Leonardo Oliveira e André Modt. Na frente: Gabriel Lodi e Fabiano "Alboreto" Pedroso

Chuva e batidas, mais uma vez
Pela terceira vez em quatro corridas tivemos chuva, as conversas no padock são de que os pilotos já estão ficando cansados disso. Nesse final de semana não tivemos muitas batidas, mas assim mesmo muita gente saiu da corrida, desta vez por problemas mecânicos. Gabriel Lodi, que finalmente disputava uma volta final, acabou tendo problemas quando entrou rápido demais na curva 1 e quebrou sua suspensão no muro, “Eu nunca andei tão rápido como naquela reta, então não sabia que era tão difícil frear o carro e infelizmente bati, mas to feliz, conseguir guiar uns 50 metros na última volta.”, disse um positivo Gabriel. Seu primo Rafael, que vinha fazendo uma corrida de recuperação muito boa depois de uma classificação ridícula, também quebrou na mesma curva. Ele ficou desconcentrado com a visão do carro do primo parado, “Aquela visão me desorientou, partiu meu coração ver mais uma vez o carro do meu primo quebrado. Com isso acabei perdendo a concentração e bati, pelo menos parei meu carro do lado do dele.” Leonardo Oliveira também foi vítima da suspensão e abandonou após passar por destroços na pista, o que fez se companheiro chorar. Pudemos ver uma lágrima escorrer pelo rosto de André Modt através da viseira translúcida do seu capacete. Completando a lista dos que sofreram com os muros e os destroços está o líder do campeonato, Rafael “Bianchi”, que abandonou ainda na metade da primeira volta. Rafael, saiu do carro e foi embora sem falar com a imprensa. O mesmo foi visto mais tarde tirando fotos num parque de diversões de Cingapura, ainda aproveitando a liderança do campeonato.

Rafael curtindo a noite de Cingapura

De Professor à Dick Vigarista
A surpresa da etapa foi a corrida moralmente comprometida de Fabiano “Alboreto” Pedroso. O experiente piloto, que é conhecido por evitar confrontos na pista, se viu envolvido em algumas disputas controversas nesta etapa. Já na primeira volta ele acabou raspando rodas com o seu companheiro de equipe na grande reta. Depois de quase bater, e passar mostrando o dedo do meio, Fabiano reclamou no rádio da equipe, “Fala praquele taxista bastardo sair do meio da pista!!! Francês de 80$7@, acha que é o dono da rua!!!” A atitude chocou a equipe e o seu companheiro, que foi alertado das reclamações e respondeu, “Ahh o velhinho tá maluco, ele não pode falar assim, é feio pra alguém da idade dele. Diga que vamos resolver no octógono lá do motorhome depois da corrida.” Fabiano “Alboreto” se viu envolvido ainda em outra polêmica quando deliberadamente jogou Pedro Miranda para o muro, fazendo-o abandonar. Pedro, conseguiu reagir bem ao jogo sujo do adversário, “Não esperava isso dele, de agora em diante vou cuidar melhor para vê-lo apenas pelo meu retrovisor nas próximas corridas.”
 
Dick Vigarista tirando Pedro Miranda da prova

O trio que mereceu
André Modt largou bem e abriu ampla vantagem já na primeira volta. A liderança era tão confortável que ele decidiu fazer a corrida sem parar nos boxes. No entanto, o seu conforto acabou no meio da segunda volta quando ele viu no retrovisor um veloz “Juan Pablo” Trentini se aproximar. Trentini pilotava como os grandes do passado, guiando o carro com velocidade e segurança, desviando até dos pingos de chuva. Bem atrás liderando o segundo pelotão, mas também com uma grande corrida de recuperação, vinha seu companheiro de Eclipse Racing, Marcos Khun, que brigava com Fabiano “Alboreto Vigarista” por um lugar no pódio. A última volta contemplou essas duas caçadas alucinante e uma briga muito intensa, especialmente pelo terceiro lugar. No final a vitória ficou com André Modt, a segunda da sua equipe, seguido de perto por “Juan Pablo” Trentini, e com a terceira posição sendo decidida nos centésimos de segundos, com Marcos Khun vencendo a batalha contra Fabiano “Alboreto”.
Ao final da corrida o trio falou sobre a corrida ainda no pódio, confira abaixo as declarações:
André Modt - “Essa vitória dedico para meu companheiro de equipe que não terminou a corrida, e para todos aqueles babacas que torceram contra mim, especialmente para o Sr. Rafael Bianchi!”
“Juan Pablo” Trentini - “Festejem todos, pois essa vitória é para vocês. Saibam que eu corro pelos meus fãs, pelo espetáculo e pela glória… e pelas mulheres!”, disse o favorito do público, para uma legião de fãs enlouquecidos
Marcos Khun - “Meu carro estava horrível, nada dava certo, larguei mal e ainda assim só consegui chegar em terceiro!”, reclamou o atormentado terceiro colocado
 
Faltando espaço na curva

Encerramento
Depois da quebra de Rafael “Bianchi” o campeonato embolou, trazendo seis pilotos próximos na classificação: Rafael “Bianchi” 63, Fabiano “Alboreto” 53, Leonardo Oliveira 51, André Modt 49, “Juan Pablo” Trentini 45, Pedro Miranda 41, Marcos Khun 31, Osmar Neto 23, Rafael Lodi 16, Gabriel Lodi 12 e Leonardo Miranda 10. Nos construtores a briga também é boa: Minardi Cosworth 116, No “T”, No Shade 100, Eclipse Racing 86, Mirandas 67 e Spyro Gyro’s 35. A próxima etapa será no próximo final de semana, dia 25 de setembro em Suzuka, no Japão.
 
Chegada