Escrita por Filosofo_R (Rodrigo Monsores)

TEMA
The Builders é um divertido jogo de alocação de trabalhadores e gerenciamento de recursos, em que os jogadores competem entre si para ver quem será o melhor construtor do Reino. Para isso, eles contratam trabalhadores, iniciam construções e gerenciam seus recursos visando ter o máximo de eficiência para marcar pontos. O jogador que obtiver mais pontos ao final será o vitorioso.
OBJETIVO
Obter o maior número de vitórias com suas construções e dinheiro, ao final da partida.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Game Designer: Fréderic Henry;
Ilustrações: Sabrina Miramont;
N° de jogadores: 2 a 4;
Tempo médio de partida: 30 minutos;
Edição: Asmodee, Bombyx;
Principais mecânicas envolvidas: Alocação de trabalhadores, gerenciamento de recursos e manejamento de cartas na mão.
Figura 1 – Caixa e componentes do jogo
O JOGO
A cada turno, o jogador irá realizar normalmente 3 ações, à sua escolha, as quais podem ser:
1) Iniciar uma construção: o jogador pega uma das cartas da oferta da pilha de construções, que fica aberta na mesa, e a coloca, diante de si. O jogador pode ter qualquer número de construções iniciadas à sua frente; Cada carta comprada custa 1 ação
2) Recrutar um trabalhador: o jogador pega uma das cartas da oferta da pilha de trabalhadores, que fica aberta na mesa, e o coloca, diante de si. O jogador pode ter qualquer número de trabalhadores em sua equipe, inclusive trabalhadores de mesma classificação (ex: 3 Laborers, 2 Crafstman, 2 Masters). Isto porque cada carta de trabalhador é única e oferece níveis diferentes de conhecimento entre os 4 possíveis (Alvenaria, Carpintaria, Arquitetura e Olaria). Cada carta comprada custa 1 ação.
3) Enviar um trabalhador para uma construção: o jogador seleciona um de seus trabalhadores, paga o seu valor de trabalho em moedas e o coloca ao lado de uma construção iniciada, de maneira que os requisitos da construção fiquem alinhados aos recursos conferidos por aquele trabalhador. Enviar um trabalhador para uma construção custa apenas 1 ação; contudo, enviar 2 trabalhadores para a mesma construção no mesmo turno custa mais duas ações, ou seja, um total de 3 ações no turno. Enviar 3 trabalhadores custará mais 3 ações além das 3 anteriores, custando um total de 6 ações! (sendo que 3 serão ações extras. Para cada ação extra, o jogador paga 5 moedas. Nesse exemplo, ele teria que pagar um total de 15 moedas!). Contudo, enviar trabalhadores para construções distintas continua custando apenas 1 ação para cada trabalhador.
4) Pegar moedas: O jogador pode abdicar de uma ou mais ações para pegar moedas. 1 ação vendida – jogador pega 1 moeda; 2 ações – pega 3 moedas; 3 ações – jogador pega 6 moedas.
Figura 2 – Área de jogo
Finalizando uma construção – Não conta como uma ação. Quando todos os requisitos necessários para concluir uma construção são atingidos, o jogador recebe determinado valor em moedas, vira a carta de construção para mostrar que está finalizada, recebendo imediatamente pontos de vitória. Os trabalhadores que estavam alocados naquela construção retornam imediatamente para a equipe do jogador, ficando novamente disponíveis para serem enviados a outras construções.
Máquinas – São construções especiais que não dão dinheiro ao finalizá-las, mas valem pontos de vitória e funcionam como trabalhadores, ou seja, podem ser enviadas para uma construção como um trabalhador normal, com a diferença de que não é preciso pagar moedas para alocá-la na construção. Isso pode ser bastante vantajoso, dependendo da situação.
Figura 3 – Diversos elementos do jogo
Fim de Jogo – Quando um jogador obtiver 17 pontos de vitória, contando suas máquinas e construções (sem contar moedas) ativará a rodada final da partida. Todos os jogadores que ainda não tiveram seu turno na rodada atual terão seus turnos e, após isso, o resultado final é contabilizado. Então, se o primeiro jogador ativou o final do jogo, todos os demais ganham ainda um turno; contudo, se o último jogador da rodada conseguir 17 pontos, o jogo termina imediatamente! E esse é um fator a ser observado, pode definir facilmente uma partida. Após todos terem seus turnos, contam-se os pontos, somando-se 1 ponto de vitória para cada grupo de 10 moedas que o jogador possuir. Quem tiver mais pontos, vence!
Figura 4 – Situação de final de jogo (o jogador marcou 17 pontos em construções e máquinas e 1 ponto em moedas, totalizando 18 pontos).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não se engane pelo tamanho da caixa e pelo fato desse jogo ser um filler. The Builders é um grande jogo em que é preciso bastante planejamento para cada uma de suas ações. Jogar sem planejamento fará com que você se veja rapidamente sem dinheiro e com mais dificuldade de construir, tendo que vender ações. Saber escolher bem seus trabalhadores (todos são diferentes!), alocá-los corretamente nas construções de maneira a obter o máximo de eficiência, selecionar bem as construções a serem iniciadas, gerenciar bem seu dinheiro... Esses são apenas alguns dos desafios do jogo, sem contar o fato mais interessante e que pressiona os jogadores: o jogo é uma corrida desenfreada para construir mais rápido e ganhar pontos antes do adversário.
Sobre os componentes, a palavra que eu tenho a dizer é uma só: magníficos. O jogo vem em uma lata muito bonita e bem acabada, o trabalho de arte de Sabrina Miramont é de encher os olhos, e torna o jogo bastante imersivo em seu tema. Sim, há tema, e o tema está muito bem aplicado nas mecânicas do jogo.
O jogo tem desafio bastante para jogadores mais avançados no mundo dos boards, mas também é acessível para quem está começando, não é tão complexo a ponto de não poder ser apresentado a um iniciante. E, inclusive, vai agradar aos iniciantes do ponto de vista de sua arte e beleza.
Vi algumas comparações desse jogo com Splendor. Muito provavelmente as pessoas os comparam devido ao fato de que ambos os jogos são “corridas” para marcar pontos e que selecionamos cartas de uma oferta coletiva da mesa. Mas, “The Builders” é muito diferente de Splendor e essa comparação não é válida.
Há muitas camadas estratégicas escondidas por trás da aparente singeleza desse jogo e ele exige ainda mais planejamento do que em Splendor. Outra questão é que o tema em “The Builders” dá a sensação de ser mais imersivo do que em Splendor, falo isso por ser apreciador de ambos os jogos. Então, se por acaso há dúvida em adquirir o “The Builders” por achá-lo parecido com Splendor, vá em frente, os jogos são bastante diferentes e há espaço para os dois na coleção, se os temas te agradam.
The Builders não é um jogo caro e é fácil de ser encontrado, sendo independente de idioma. Uma caixa pequena, leve e que pode ser levada para qualquer lugar. E um fato que não mencionei antes, mas que acho o máximo toda vez que o jogo é sobre as moedas: elas são de plástico, mas fazem barulho de metal de verdade! Sinceramente, os fabricantes de jogos poderiam adotar essa ideia e usar esse tipo de material para todos os jogos que usassem moedas, bem melhor que o papelão, sem dúvida. Claro que todo esse capricho vem da Asmodee / Bombyx que prezam pela qualidade absoluta no material de seus jogos.
Talvez tenha me alongado demais no texto, mas o objetivo sempre é ajudar, mostrando o máximo possível para que o leitor tire suas próprias conclusões. The Builders é divertido e merece um lugar na minha coleção. Espero que curtam bastante e boa jogatina!