maripedroso::Jogos de cartas fazem muito sucesso aqui em casa. Em geral são rápidos e fáceis de explicar. Basta embaralhar e já está tudo pronto para jogar.
Por isso, assim que saiu Oh My Goods! pela Papergames já fui dar uma olhada em reviews e gameplays. Aproveitei uma promoção para pegar o jogo e de quebra finalmente comprei o Isle of Skye.
Nos últimos tempos tem sido uma luta conseguir convencer minhas filhas de jogarem comigo. Finalmente um dia desses consegui apresentar a elas o Isle of Skye, também lançado aqui no Brasil pela Papergames.
Fizemos duas partidas em sequência. Na primeira, utilizamos os tiles de pontuação sugeridos no manual. As meninas tiveram mais dificuldade do que eu esperava, principalmente no momento de dar preço aos tiles e escolher qual jogar fora. Na hora da compra a indecisão foi menor, mas percebi que elas ficavam as vezes perdidas na escolha. Como esses dois momentos são chaves para o jogo, as más escolhas delas refletiram na pontuação final. Na segunda partida, a diferença de pontos diminuiu, mas ainda assim eu venci. Nessa segunda partida sorteamos os tiles de pontuação, e isso confundiu-as um pouco, pois vira e mexe elas queriam comprar os tiles com animais pensando na pontuação da primeira partida.
À noite fui dormir pensando em maneiras de facilitar o jogo. A solução que encontrei foi tentar mostrar a elas, antes de se colocar preço em cada tile, as opções que elas teriam, baseadas na minha avaliação. Infelizmente não consegui jogar outra vez com elas para testar essa opção.
Estreamos também o Oh My Goods!. Novamente, elas tiveram dificuldade em entender a dinâmica dos combos, para fazer mais pontos. Além disso, diversas vezes elas queriam modificar a posição do trabalhador. Seja porque ficou faltando um recurso somente, e o trabalhador estava atento, ou porque no fim elas conseguiram todos os recursos, mas o trabalhador estava distraído. A Dora ainda, assim como eu, contratou um assistente. Ela achou difícil escolher em qual estabelecimento deixa-lo, não tendo sido muito feliz em momentos que o trocou de lugar.
Novamente fui dormir pensando em maneiras de facilitar as regras para elas. Acho que o principal no Oh My Goods! é entender a dinâmica dos combos, e conseguir baixar cartas que possibilitem a transferência dos recursos de um estabelecimento com valor menor do bem manufaturado para outro de valor maior. Mas isso é algo que se aprende jogando.
Para resolver a questão do trabalhador e dos assistentes, eu criei duas “regras da casa” valendo somente para elas. No início do jogo cada uma recebe 4 fichas. A ficha pode ser descartada para trocar a posição do trabalhador de atento para distraído ou vice-versa. A segunda regra foi que elas podem mudar os assistentes de estabelecimento, sem ter que pagar por isso.
A ideia da “regra da casa” foi muito bem recebida pelas duas. Se no dia anterior elas tinham ficado frustradas por perderem por uma grande diferença de pontos, no dia seguinte elas ficaram ansiosas para testar as novas regras. Principalmente a mais velha! No entanto, deixei claro para elas que as regras devem ser utilizadas somente até elas pegarem o jeito do jogo.
A experiência foi muito boa, e as regras aprovadas. A Nina utilizou menos fichas, mas ela não foi muito feliz nas cartas que recebeu. Diversas vezes olhei a mão dela para dar dicas de cartas que seriam boas, mas realmente não veio nenhum combo (não sei como!). Já a Dora utilizou 3 ou 4 fichas, e trocou o assistente de estabelecimento diversas vezes. Mas ao contrário do jogo anterior, ela compreendeu a dinâmica dos combos, inclusive ganhando o jogo.
Boa noite!
Obrigado pelo relato, e por compartilhar sua experiência.
Iniciamos no Hobby na quarentena da pandemia, e temos dificuldade nos mesmos termos com nossa filha (8).
Nem sempre a nossa Dora (chará da sua Dora) quer jogar conosco, pois acha alguns jogos de nossa coleção difíceis. No entanto, alguns como Agricola, Recicle: Tempos de crise, Splendor, Encantados, For Sale, Reykholt etc, ela gosta, e elabora estratégias bem interessantes.
Outros ela se interessa pela temática, e "murcha" quando percebe a "complexidade" e/ou "mecânica não atraente pra ela", como Fungi, Cosmos, Xingu, Viticulture etc.
No caso do Oh My Goods!, ela achou difícil, mas jogamos só uma vez com ela e ela desistiu na metade. Talvez ainda nao compreendeu a sinergia dos combos.
Vamos testar as regras da casa
Acho que não peguei a informação... quais as idades delas na época do relato?
Obrigado ; )