“O que esperar de” é uma série de comentários abordando características de um jogo, de preferência jogos que possuem pouca informação. Seu intuito é auxiliar aqueles que estão em dúvida sobre compra-lo ou não. Tudo aqui se trata da minha experiência de mesa e nada mais.
O que esperar de Exploradores – Lost Cities?
Já pensou um jogo no qual você junta a sua equipe e bravamente parte para desbravar lugares desconhecidos e descobrir cidades e ruinas perdidas? Se você estiver buscando essa alucinante aventura pode procurar em outro lugar, pois não é neste jogo que irá encontrar. Este é sinceramente o tema mais aleatório que eu já encontrei vinculado a um jogo rsrsrs. Pensando bem, acho que ficaria muito melhor um tema de crianças juntando pedrinhas para fazer colar, porque de exploração não tem nada –‘. Contudo, deixando isso de lado podemos conhecer um jogo incrível (pelo menos é o que eu acho).
Acirrado até a tampa!
Meu maior número de jogatinas acontece em dois players, entretanto, eu não tenho qualquer jogo exclusivo para duas pessoas, exceto Fungi. Todos são jogos para 2 a 4 jogadores e que são balanceados para estes números. Acontece que muitas vezes eu tenho uma impressão de que, por mais que eu goste de um jogo em dois players, ele fica melhor com maior número de jogadores. Este é o ponto alto de jogos exclusivos para dois, pois não necessitamos retirar cartas, tiles ou dados já que eles são pensados exatamente para uma dupla. No caso de Lost Cities isso culmina em um jogo extremamente acirrado.
Diferente de jogos como Fungi e Patchwork (eu ainda não joguei 7 wonders duel), em Lost Cities não torcemos para que o adversário não pegue o que precisamos, mas sim ficamos pensando: “Quando esse maldito vai liberar a carta que eu quero???”. Já participei de partidas em que o oponente não dava o braço a torcer de forma alguma, e isso é terrível (é no mau sentido, mas se reverte em bom sentido neste jogo rsrs). De igual modo, as vezes é você quem está fazendo o Kiko: “Eu tenho a carta que você precisa e eu não te do-ou”. Essa interação é brilhante e transmite uma sensação de verdadeira guerra! Você deve pesar muito bem o quanto vale esperar a bondade de seu oponente em liberar a carta que você quer (isso se estiver na mão dele, porque você pode estar muito bem confabulando...ou não).
(Como fica a mesa em fim de jogo)
Uma leve pedra no sapato
Num primeiro instante a pontuação deste jogo pode parecer bem estranha, e requer que você tenha números em mente na hora de baixar as cartas. Isso acontece porque os movimentos iniciais te concedem pontos negativos e você precisa superá-los. Pode ser que você precise de pelo menos uma adição e subtração pra se sentir seguro em descer algumas cartas, e isso pode ser ruim para pessoas que reduziram todo seu ensino fundamental a uma calculadora. Sem ter as somas em mente você pode ficar muito às cegas sobre seu progresso na pontuação. É claro que isso não é um impeditivo, mas acho que pode te ajudar no seu desempenho. Bom, é o Knizia, né?
Eu não tive nenhum problema quanto a isso, primeiro porque cálculos básicos não são dificuldade pra mim, mas depois porque eu jogo Lost Cities no BGA, e ali a contagem da pontuação é imediata.
Raras exceções
Na minha opinião, poucos são os jogos que não perdem muito quando são jogados em plataformas e Lost Cities é um deles. O plus de se jogar presencial certamente é aquela leitura de expressões, chacotas ou juras que o jogo proporciona, mas quanto a leitura de mesa e proposta, não vejo perdendo em nada.
Raro, mas acontece
Se você pretende jogar Lost Cities, saiba que em algumas partidas você definitivamente vai perder para o azar. É raro, mas acontece. Já estive em partidas que meu oponente comprava tudo o que precisava (números baixos) enquanto a minha mão era um show de horrores. Como o jogo é disputado em rodadas a combinar (geralmente melhor de 3), eu perdi porque em uma rodada eu fui completamente azarado. Não quero transmitir a impressão de que é um jogo que foge do seu controle, porque não é, longe disso. Contudo, quero deixar ciente de que isso pode acontecer.
Por outro lado, é muito satisfatório quando você está focado em uma cor e começa a obter as cartas que deseja. Ver a sua pilha de cartas bem grande e sequenciada faz você enxergar a vitória no horizonte. Vamos deixar de lado o medinho que dá ver o oponente cheio de pilhas... Essa é uma parte essencial no balanceamento do jogo, a alternância entre pegar cartas pequenas e grandes, pois se você pegar somente números baixos você pontua negativamente, mas se você pega somente números altos dificulta sua jogada porque não irá conseguir fazer a progressão desejada. A mão ideal é aquela que alterna entre números menores e maiores, pois te dá uma segurança para iniciar uma sequência.
(Exemplo de uma mão boa, mas que não deve ser revelada ao oponente)
É reconhecido?
Percebo que não se fala muito nele aqui no Brasil e no momento em que escrevo está bem difícil de achar. A produção feita nele mais o fato de vir pela Devir deixou o preço pesado para o número de componentes. Acho que a segunda afirmativa pesa mais... Tem um tabuleiro que não precisava, bastava colocar 5 cartas das respectivas cores para formar a pilha.
Esse fator não apaga o brilhantismo desse jogo. Como é uma queda de braço de respeito, perder a partida traz aquele sentimento: “Tá bom, cara. Você é melhor que eu ☹”. Por outro lado, você sente o maior “Tug life” quando vence. Eu gosto disso. O jogo é rápido, leve e divertido, o que me faz querer outra e outra partida.
*
*
Se você chegou até aqui, fica o meu muito obrigado. Caso tenha gostado, se inscreva no canal
"O que esperar?" para receber as notificações dos reviews!
Se você estava indeciso sobre a aquisição deste jogo, espero ter ajudado.