Pilgrim (Nick Case, 2022)
Estamos na Europa do século XIV, somos abade da Igreja Católica. Precisaremos construir rotas da nossa cidade até os locais de peregrinação; construir prédios; ajudar os pobres; e adquirir piedade. O tema não me agradou, principalmente considerando tudo o que o catolicismo promoveu. O jogo conta uma história excessivamente romantizada no meu ponto de vista.

E um euro médio-pesado que usa uma série de mecânicas de forma bem integrada. Existem oito ações possíveis que são sorteadas e colocadas envolta do tabuleiro. No seu turno, você escolherá um desses locais (ou a cidade no centro) para pegar todos os seus abades e distribuí-los nas ações seguidas, tal como na mancala. Existem ligações da e para cidade. Depois disso, você escolherá uma das ações para realizar, não precisa ser necessariamente a que você deixou o seu último meeple. Caso você tenha mais peças do que qualquer outro jogador, a sua ação terá força 2. Em caso contrário, a ação vai ter força 1. Se alguém tiver mais presença que você, você precisará pagar um recurso para poder fazer a ação. Essas ações têm vários efeitos, mas os mais importantes são a geração de recursos e a construção de rotas a partir da cidade central com peças que lembram as tradicionais peças de 18XX. A construção dessas rotas até os locais de peregrinação é (creio) a principal fonte de pontos de vitória, mas não é a única. Há também uma disputa por quem doa mais recursos para os pobres em cada uma das 4 eras e uma pontuação por prédios doadas.

Eu gostei bastante de Pilgrim, a forma como o jogo combinou mancala, controle de área e seleção de ações me conquistou completamente. Há quem deprecie a sobreposição de mecânicas, tratando como se fosse algo não inovador. Eu discordo, misturar elementos já existentes e fazer algo novo me parece genial. Por outro lado, a construção das rotas não me agradou, e ela é uma parte central do jogo. O pior momento dela, na minha experiência, é quando faltou componentes de determinado tipo para o jogador completar uma rota grande que ele ficou a partida inteira trabalhando nela. Também gostaria de ver uma variedade maior de estratégias. Até pode ser que existam e eu não tenha visto, mas acho que não tem. Certamente o jogo me deixou com sentimentos contraditórios, mas me deixou a certeza de que recomendam que conheçam Pilgrim.

Ainda não foi anunciado para o Brasil e eu acredito que não seja. Ele é da Spielworxx, uma editora com tiragens relativamente pequenas e sem parceria com editoras nacionais (até onde eu sei). Talvez seja uma oportunidade...