Sou super adepto de regras caseiras (e pela quantidade de arquivos que já upei na Ludopedia seria impossível alguém contestar essa afirmação! haha).
Acredito que o imbróglio com o assunto se deva a um termo usado no vídeo (gostei do vídeo, aliás, bem direto e sem enrolação, me senti numa mesa numa sexta descontraída hehe), que é "tá quebrado". Esse termo, para mim, é uma leitura chula e superficial de uma obra como um todo. Toda regra, em teoria, deveria ser holística, levar o conjunto inteiro da obra em consideração e ser desenhada com todo cuidado, e acredito que a maioria é feita assim mesmo (mas não nego que existem caso de jogo feito no modo 'pressa' ou 'preguiça' mesmo), de tal forma que para alegar que um jogo ou regra é 'quebrada' temos que ter muito, muito cuidado.
O que acontece, no meu caso (e por isso advogo a favor de regras da casa), é que por mais bem feito que um jogo seja desenhado, ainda assim ele não leva em conta uma coisa essencial: Meu gosto. Salvo o designer seja meu conhecido e queira muuuuuito me agradar, acho que não vai acontecer de um jogo acertar o tom em tudo ao meu gosto e particularidades de minha mesa. Logo, tendo em vista o jogo como um produto mercadológico, que deve por obrigação (reforçando mesmo) se vender para a maioria das pessoas, criar o fetiche do produto (Marx para os mais íntimos), é totalmente compreensível que o jogo não irá me agradar totalmente. Aqui que entra a Regra da Casa: Uma alteração que vise melhorar a experiência para mim, e geralmente seguindo características muito próprias para mim e meu tipo de mesa!
Pelo que acompanho os entusiastas designers amadores por ai (e usando eu mesmo como parâmetro), geralmente quem faz ou mesmo busca regras da casa tende a buscar por características específicas: Reduzir o impacto da sorte, alterar tempo de jogo, remover eliminação de jogador, criar um modo campanha, diminuir ou aumentar a dificuldade e/ou criar um modo solo ou até cooperativo. Raras são as vezes que uma regra da casa ultrapassa muito longe uma dessas características (inclusive tem gente que se dedica exclusivamente a criar modos cooperativos ou solos).
Para finalizar, sinceramente, acho regras da casa o máximo! A interação com o analógico vai além do jogo, o jogador/usuário consegue interagir e interferir no universo do jogo diretamente (mesmo que de forma não canônica, apesar de existirem casos que elas se tornam de fato), moldando o jogo a sua preferência, coisa que um jogo digital não é capaz!
Acho que é isso!
Apoio toda criação de regra da casa, se ela visar melhorar a experiência e nunca faltar com respeito aos criadores originais da obra!