Uau! Parece que vocês leram meu pensamento...eu estou atrás de um jogo de conflito estilo Arcadia Quest (mas com preço mais acessível) para apresentar para umas pessoas de fora do Hobby que jogam Dota. Sempre que eu apresento um eurogame, eles gostam mas eu vejo que desejariam uma interação a mais. Broom Service até que deu certo por conta da ação corajosa das cartas...

Vou ouvir o episódio!

Abraço!

Excelente cast! E FINALMENTE estou atualizado no feed do GBG! (Aêêêê!)

Com a participação do toledoesilva, isso aqui só não virou o Meeple Vortex porque não tinha piada do tio do pavê! Parabéns a todos!

E achei muito legal a definição de multiplayer solitaire como jogos solos jogados ao mesmo tempo.

Queria discordar apenas num ponto do Gustavo (provocado pelo Toledo) quando ao ter um tipo de interação que não é positiva ou negativa olhando um efeito lá na frente. Acho que isso complica um pouco a estruturação dos conceitos. E pra isso vou usar o próprio exemplo de Catan, que se disse ser positiva (os dois ganham) e, por conta disso, quem ganhou pode prejudicar (até no próximo turno) a pessoa com quem negociou. Pra ficar mais fácil a categorização acredito que é mais útil avaliar se a interação é positiva ou negativa apenas no efeito imediato para as partes envolvidas (porque, no futuro, se o jogo é competivivo, o que você quer é ganhar de quem negociou). No mesmo sentido, interação direta ou indireta também deve ser vista apenas imediatamente, porque todo jogo que tem interação direta, você também afeta o outro jogador com consequências de ações no futuro.

Pra saber se é positiva ou negativa, direta ou indireta, eu proporia os seguintes questionamentos:
Os dois têm um resultado imediato e positivo (ou negativo) decorrente da interação?
O alvo da ação do jogador é algo que pertence a outro jogador (ou é algo que não é do outro jogador, mas interfere na sua próxima decisão)?

Outras informações que poderiam ser dadas sobre o jogo seriam a intensidade e a frequência da interação (direta ou indireta / positiva ou negativa). E, talvez esse possa ser um ponto sensível para saber se um jogo é ou não apropriado para um determinado perfil de jogador.

Eu escrevi que apenas iria discordar de um ponto, né? Vou apenas questionar um segundo ponto:

butilheiro: Por que combates precisam ter um território? Normalmente um jogo exclusivamente de cartas não tem territórios e eu consigo imaginar combates neles. E porque precisam disputar um território? Por que não podem apenas disputar um bem ou eliminar uma ameaça?

O Toledo lembrou do Tabulices, que era um podcast que discutia muito sobre conceito de jogos, termos usados e que falou sobre interação. Eu também queria lembrar que o Lukita desenvolvia também o "Meeple Academy" (em quadros do Meeple TV Radiocast ou em vídeos autônomos) com as mesmas intensões. Coincidentemente, Toledo, Lukita, Danilo e PH são professores.

tuliobarros::Excelente cast! E FINALMENTE estou atualizado no feed do GBG! (Aêêêê!)

Com a participação do toledoesilva, isso aqui só não virou o Meeple Vortex porque não tinha piada do tio do pavê! Parabéns a todos!

E achei muito legal a definição de multiplayer solitaire como jogos solos jogados ao mesmo tempo.

Queria discordar apenas num ponto do Gustavo (provocado pelo Toledo) quando ao ter um tipo de interação que não é positiva ou negativa olhando um efeito lá na frente. Acho que isso complica um pouco a estruturação dos conceitos. E pra isso vou usar o próprio exemplo de Catan, que se disse ser positiva (os dois ganham) e, por conta disso, quem ganhou pode prejudicar (até no próximo turno) a pessoa com quem negociou. Pra ficar mais fácil a categorização acredito que é mais útil avaliar se a interação é positiva ou negativa apenas no efeito imediato para as partes envolvidas (porque, no futuro, se o jogo é competivivo, o que você quer é ganhar de quem negociou). No mesmo sentido, interação direta ou indireta também deve ser vista apenas imediatamente, porque todo jogo que tem interação direta, você também afeta o outro jogador com consequências de ações no futuro.

Pra saber se é positiva ou negativa, direta ou indireta, eu proporia os seguintes questionamentos:
Os dois têm um resultado imediato e positivo (ou negativo) decorrente da interação?
O alvo da ação do jogador é algo que pertence a outro jogador (ou é algo que não é do outro jogador, mas interfere na sua próxima decisão)?

Outras informações que poderiam ser dadas sobre o jogo seriam a intensidade e a frequência da interação (direta ou indireta / positiva ou negativa). E, talvez esse possa ser um ponto sensível para saber se um jogo é ou não apropriado para um determinado perfil de jogador.

Eu escrevi que apenas iria discordar de um ponto, né? Vou apenas questionar um segundo ponto:

butilheiro: Por que combates precisam ter um território? Normalmente um jogo exclusivamente de cartas não tem territórios e eu consigo imaginar combates neles. E porque precisam disputar um território? Por que não podem apenas disputar um bem ou eliminar uma ameaça?

O Toledo lembrou do Tabulices, que era um podcast que discutia muito sobre conceito de jogos, termos usados e que falou sobre interação. Eu também queria lembrar que o Lukita desenvolvia também o "Meeple Academy" (em quadros do Meeple TV Radiocast ou em vídeos autônomos) com as mesmas intensões. Coincidentemente, Toledo, Lukita, Danilo e PH são professores.

Caraca, que análise kkkkk a gente concordo com o que vc falou, inclusive concordo sobre a dificuldade de classificar essas interações de uma forma assertiva, a gente só filosofou ai sobre o assunto, mas é bacana que isso tenha gerado esse insight. Vc vai ter diferentes desdobramentos de uma interação, ela não vai ser 100% binária (boa ou ruim), especialmente pq ainda tem jogos com desdobramentos neutros que podem dar frutos bons ou ruins para jogadores no futuro, como sei lá, a ordem das ações no Puerto Rico, que não deixa de ser uma interação ja que toda vez que alguém escolhe uma ação ele afeta a ordem das ações da rodada pra todo mundo e tal. No caso do combate sem território, pra mim o território é a mesa kkkkk

Agora tamo junto atualizado no feed ai kkkk abraço!

gambiarrabg::Fala galera, beleza? No quadragésimo quarto episódio do Turno de Comentários, programa do podcast Gambiarra Board Games, Gustavo Lopes recebe Anderson Butilheiro (Rio 1808, Meeple Vortex) e Guilherme Toledo (Meeple Vortex, Mercado de Ações) para conversar sobre o que define interação, conflito, combate, gritaria, tiro, porrada e bomba nos jogos de tabuleiro. Como grandes filósofos cagadores de regra, tentamos chegar em um consenso sobre a definição desses termos usados comumente nos jogos, porém tentando criar um material de referência para entendermos o que pode ser classificado como uma interação direta ou indireta, positiva ou negativa, o que caracteriza um conflito, o que é um combate e analisando diferentes jogos para delinear uma linha de raciocínio.

O Butilheiro deu uma caneladinha ao dizer que o Optimus (Clever) não possui interação, pois quando um jogador usa o dado, os seus menores são descartados (se você usa um 5 por exemplo tendo também um 3 e um 1, você deve descartá-los), e ao final da rodada, o seu adversário pode usar um desses dados que foram descartados. Sempre que jogo em 2 com minha esposa, fazemos de tudo para não dar esse dado. Então tem interação sim, não é muuuita mas tem.Abraço!

Um jogo que acredito ser bem próxima ao Bingo, citado no Podcast, é o Avenue, Onde vc pega uma carta na sorte, pode gritar para todos que estão jogando o q esta na carta e os jogadores desenham na folha o formato da "estrada", nenhuma ação interfere na ação dos outros jogadores, só do próprio jogador.

Obrigado Gustavo pela discussão e pensamentos apresentados, o trabalho de vcs sempre tem uma ótima qualidade.

Excelente discussão para quem gosta de teorizar (como eu).

Para agregar eu gostaria de pontuar alguns conceitos e quem sabe colocar um tijolinho na construção desse muro de conhecimento.

1) Conflito solo - segundo a filosofia existencialista (Kiekergaard, Heidegger, Sartre), quando o ser humano se depara com múltiplas possibilidades para uma tomada de decisão surge a dentro dele uma angústia. A angustia é o resultado do exercício do livre arbítrio humano em situações não óbvias de resultado (praticamente todas). Internamente o ser humano pode desenvolver vontades e desejos opostos sobre um mesmo tema, citados na psicanálise de Freud como forças internas opostas. Quando tais forcas se equivalem ou seja nenhuma predomina sobre a outra, momentaneamente ou não, revela-se o conceito de CONFLITO interno. Trazendo essa base filosófica/psíquica para a discussão do conflito em board games, onde muitas opções estão diante do jogar e existem muitas incertezas sobre o resultado final (vencer ou perder), pode-se dizer que o conflito está presente sempre, independente da interação dos jogadores, até mesmo eu um jogo solo.

2) Combate - dentre todas as definições de voces, ha algo de suma importância para diferenciar conflito de combate. Combate pressupõe um conflito VIOLENTO com a intenção de exercer algum tipo de dominância sobre o oponente. Esportes são bons exemplos, enquanto um MMA, boxe ou esgrima são esportes de combate porque o ASSAULT eh o seu pressuposto principal. Outros esportes como futebol, vôlei, tênis e ate mesmo futebol americano e rugby (onde o objetivo eh ganhar território), apesar de poder existir violência, não tem como pressuposto principal a mesma e em geral o ASSAULT esta sujeito a punições das regras. A guerras são em geral combativas porém foi muito bem citado pelo Gustavo a guerra fria onde não existiram atos de assault/violência, portanto foi um conflito apenas e não um combate.

Abração 
Kiste

Que episódio mais conflitivo. Não gostei... Kkk
Zoeiras à parte, o bate papo foi ótimo pessoal.
Eu sou desses que já julgou muito os jogos com alta interação, já que sou o rei da "interação negativa para si mesmo". Hehe 
Hoje estou mais aberto a experimentar. Mas para mim depende muito do jogo. Gosto de jogos com draft, por exemplo, que acho que é uma mecânica (ou mecanismo) de bastante interação. Mas sou péssimo em negociação, então essa dinâmica acaba não me agradando muito.
Também me considero desses com problemas de lidar com perdas. Então jogos onde o conflito direto leva a perder recursos, pontos, sua maquininha, o que seja, não me agradam.

Sempre bom ouvir vocês conversando sobre esse universo de BGs.

Abraços