Eu estava ouvindo o cast em especial no momento que o Rafael berrolder Coelho estava provocando o grupo para tentar diferenciar um jogo cooperativo dos demais. E fiquei com vontade de voltar no tempo para perguntar para vocês: Todo jogo, qualquer que seja, por definição, não seria necessariamente cooperativo?
Precisamos cooperar em cumprir as regras estabelecidas.
Precisamos cooperar para pelo menos um objetivo em comum que seria chegar ao fim do jogo.
Precisamos cooperar para não fazer decisões que sejam antijogo.
Precisamos cooperar para manter o círculo mágico (o que acontece no jogo e na vida real não devem interferir um no outro e vice-versa).
Ou se não, o ato de jogar é um ato de cooperação?
Se esse for o caso, a diferença entre um jogo cooperativo e um jogo competitivo seria apenas uma questão de haver um elemento de competição entre jogadores.
Se há um elemento de competição entre grupos de jogadores, normalmente definimos ele jogo como jogo em equipes (ou entre times), onde cada equipe coopera entre si para atingir o objetivo comum. Mas pode ser que uma das equipes tenha apenas um jogador, como é o caso de Mansions of Madness e Descent: Journeys in the Dark (second edition). Estranhamente esses jogos são associados com RPG, só que, no RPG, o mestre não quer ganhar - não há uma competição -, ele não fará tudo para vencer como ocorre numa mesa de "todos contra um / um contra todos". Logo, para que o jogo seja apenas cooperativo (ou, não seja competitivo), os jogadores devem jogar contra o designer, contra o jogo, contra um ente distinto dos jogadores e que também não tem a intenção de vencer, mas tão-somente, como no RPG, proporcionar uma experiência lúdica a todos os jogadores.
Portanto, um jogo cooperativo necessariamente terá apenas dois tipos de condições de fim de jogo: aquelas que outorgam a todos os jogadores o sucesso; ou aquelas que determinam o fracasso de todos os jogadores. Independente do resultado final, o objetivo do designer é sempre alcançado (ou pelo menos o que ele almejava).