Já existe bastante material dizendo como é o Tiny Epic Dinosaurs, mas e o modo solo?
Cada jogo um reino diferente! Vamos conhecer esse aqui focando no solo?
Dino Ranching! Fazendeiros independentes começaram a criar dinossauros para vender aos maiores compradores para uso em seus parques temáticos de alta emoção. Você é um desses fazendeiros em Tiny Epic Dinosaurs que é um jogo de 45 minutos para 1-4 jogadores de criação de dinossauros, colocação de trabalhadores e gerenciamento de recursos. Os jogadores controlam uma equipe de fazendeiros e estarão adquirindo, criando e vendendo dinossauros.
Olha lá, praticamente o tema mais amado/odiado depois dos zumbis! É gerenciamento de 3 recursos, montagem e organização de celeiros numa ilha/fazendinha, e cumprir contratos em 6 rodadas. Temos 2 tipos de dinossauros que devem ser alimentados para não fugirem gerando penalidades, sendo complementados por vários dinos especiais que são únicos, e resolvem habilidades de posicionamento e recursos adicionais por exemplo. O jogo é esse festival de colocar um trabalhador num slot e resolver ação, onde a mesma não ficará bloqueada mas passará a custar mais trabalhadores, para que possa ser novamente "visitada"(e utilizada) naquela rodada. O jogo entrega também uma boa duração, não dá pra cansar mas também não fica parecendo que terminou quando estava ficando bom. Uma boa sacada é que você ganha um trabalhador a mais para a segunda metade da partida (que são as rodadas 4,5 e 6), e também tanto o número de contratos quanto o layout e os slots disponíveis para alocação variam de acordo com o número de jogadores.
Essas são as linhas gerais beeeem resumidas, vamos dizer o que faz o jogo bater forte, no que ele bate de kina e focar no modo solo.
No que Tiny Epic Dinos “bate forte”?
Mantendo regras simples , faz você desenhar e redesenhar sua "ilha", devidamente pensando em áreas de contenção, gerando novos dinos que são provenientes dos casais, te punindo com fugas que arrebentam os celeiros (herbívoros) ou com fugas que resultam em outro dino sendo devorado (carnívoros). O parque soa dinâmico e atuante a partida inteira, te dando trabalho e te recompensando, quase na mesma proporção. O que queremos dizer é que a estrutura do parque conta, e é mais da metade da proposta de gerenciamento do jogo, diferente de um dino island da vida. As cartas de tecnologia garantem certo grau de rejogabilidade pois algumas delas realmente mudam tua forma de jogar, seja pelo que elas alteram dentro das mecânicas, seja por proverem mais pontuação de formas diferentes. O jogo não tenta reinventar sua própria roda a cada partida, mas tem dinâmicas de gerenciamento onde você se vê atendendo necessidades diferentes de formas diferentes, e aqui e ali fazendo o que dá (um pouco mais estratégico do que tático, por assim dizer). Não chega a ser médio, mas faz muito pra um eurozinho leve de worker placement.
Outro ponto é que vem muita coisa na caixa, pode não surpreender os adeptos da série tiny, mas como um comentário geral, é incrível ao abrir tudo na mesa:
No que Tiny Epic Dinos “bate de KINA”?
Ok, não é o small epic dinos, é “tiny” mesmo, mas os meeples são REALMENTE pequenos, estilo ração de gato, e acabam sendo meio ame ou odeie. Pelo fator beleza, é tranquilo admirar o detalhe das pequenas formas, bem executadas, bem cortadinhas na madeira. Já no manuseio, pode desagradar os mais desprovidos de destreza hehe. As cartas trazem alguns exames de vista gratuitos também. Se compararmos com o galaxies que foi outro título da série que veio BR, não havia esse problema, nem no tamanho dos meeples/cubos, nem nas informações das cartas. Embora isso seja algo que se apresenta em outros tinys, ainda cabe constatar esse "pequeno" (literalmente) problema. Vale dizer também que ele pede mesa quase como um jogo de caixa grande, não é um defeito mas pode pegar um desatento de surpresa.
E quanto custa pra explorar esse reino?
Está por 145-180 e se você achar caro, só posso dizer que está certo, são tempos difíceis para os camponeses e mesmo os nobres tem reclamado dos gastos de provisões também. Este kina que vos fala crê que 100-120 estaria muito bem pago obrigado, se você concorda, é esperar por promoções, por enquanto ele está com uma boa quantidade ofertada no mercado e não deve esgotar do nada.
SOBRE O SOLO MODE
O estilo de partida é contra um oponente controlado por uma automa que usa 4 ou 5 cartas de 8 em cada rodada. O jogo tem várias pequenas fases, mas o oponente virtual só vai participar da fase de alocação de trabalhadores, checando sempre se já atende e cumpre um contrato. O jogador tem que fazer uma coisa de cada vez, mas ele joga otimizado, beeeeem otimizado mesmo. E aí que começam os problemas, ou disparidades se preferir...
Algumas pessoas criticam automas que não pagam pelos custos e conseguem as coisas de formas muito diferenciadas, para este kina que vos fala isso não é problema, mas algumas vezes isso se traduz em jogar contra “alguém” com otimizações onipresentes e esmagadoras, e aí sim fica difícil dizer que não é problema algum. O playmate/tabuleiro do jogo é formado por 4 grandes cartas nomeadas como A/B/C/D, quando a automa revela uma carta (ela tem a iniciativa até que você a reclame pra si) ela não ocupa um slot de alguma área, mas sim umas dessas 4 áreas INTEIRAMENTE. Ou seja 25% do que está disponível já “encarece” pro jogador em termos de trabalhadores necessários para as ações. Daí ele ganha dinossauros, ou resolve ações, de acordo com um dos 4 tipos de oponente que estiver enfrentando, como por exemplo o larápio/poacher:
Ao ganhar dinossauros ele já tenta resolver algum contrato, um dos problemas, é que se a embaralhada das cartas propiciar (você quis dizer: “deu azar/se ferrou”) o automa vai ganhar por rodada, coisa de 3 ou mesmo 4+ dinossauros. Então caso seja familiarizado com o bot do Wingspan, sabe aquela carta mais forte (a carta automubon society) que você coloca para um desafio maior? METADE das cartas do automa já são mais fortes do que deveriam, por fornecer 2 dinos ao invés de 1. Isso acontece quando ele consegue resolver uma carta numa área vazia, ou seja uma área em que o jogador não conseguiu alocar trabalhador antes dele. Então se no multiplayer você de quando em quando vai fazer leitura de mesa pra bloquear ou atrapalhar os oponentes, no solo basicamente a partida inteira É SOBRE ISSO. Achou ruim? Relaxa que na rodada 4+ quando você ganhar um meeple adicional, ela jogará uma carta adicional também, 5 ao invés de 4.
O que ocorre é que você quer (e muito) que ao invés de obter novos sauróides, o automa execute alguma ação, que quase sempre é apenas acumular recursos. Como pode ser visto acima, vai até 13 a quantidade, e aí ao bater nesse máximo passa a existir uma ação que o bot faz ao invés de ganhar mais das plantas, das carnes ou dos mantimentos. Então você vai ter que se debruçar sobre essa guerrinha de fazer ele resolver as ações de ganho de recurso (até a barrinha bater no 13) para impedir que ele brote dinossauro e cumpra contratos a ponto de você não alcança-lo mais. No playmate dele está sinalizado em quais letras ele ganha esse ou aquele dinossauro (pro velociraptor a obtenção seria nas cartas B/C).
Um aspecto legal de design é que foram feitos 4 estilos/comportamentos de automa, isso dá rejogabilidade sim, mas infelizmente elas não foram escalonadas em termos de dificuldade, então fica aqui uma pequena (ou minúscula/tiny
) prestação de serviço pra comunidade: o Cientista e o Larápio são o “NORMAL”, o reprodutor é o “HARD” e o empreiteiro o “VERY HARD”. Explicando melhor, o larápio toma alguns recursos seus, mas é lidável e permite algum grau de antecipação, o cientista a menos que pegue cartas de tecnologia absurdas também joga de forma lidável. O reprodutor tira dinos do bolso (a vontade é de falar de outro canto) e vai cumprir mais contratos como consequência. O empreiteiro joga no modo “tenho raiva da minha vida” pois ele eleva o que o reprodutor faz, cumprindo contratos da forma que pode, e não dando os dinos faltantes, ou seja “ops, tenho 2 dos 3 requeridos, sem problema... contrato cumprido, ponto pra dentro... hahahaha” (risada maligna e ecoante).
Então como fazer para amar o jogo (fazendo jus ao “i love dinos” da canequinha) também no modo solo?
As sugestões de ampla aceitação nas discussões são que o jogador deve começar com a iniciativa, e que se o automa puder cumprir um contrato não faz mais nenhuma ação, se fizer uma ação da carta, não poderá cumprir contrato. Nossa sugestão é a seguinte:
CONSIDERE NÍVEIS DE DIFICULDADE
É como um sistema de pontos, sendo nível 1 a partida mais fácil e nível 10 a partida mais difícil, estilo jogue 10 para ganhar 1(ou nem isso
). Estilo o tabelão de países e cenários do Spirit Island.
Cientista 1 ponto de dificuldade
Larápio 2 pontos
Reprodutor 3 pontos
Empreiteiro 5 pontos
Nas regras normais a automa joga 4 cartas nas rodadas 1,2,3 e nas rodadas 4,5,6 como o jogador ganha um meeple/uma alocação a mais, ela passa a jogar 5 cartas, então sim, o player pode ser triturado nisso
. Vamos alterar (em forma de sugestão é claro) essa dinâmica:
*A automa joga 3 cartas e na rodada 4+ passa a jogar 4 cartas : 0 pontos de dificuldade
*4 cartas a partida intera: 2 pts
*4 cartas e na rodada 4+ passa a jogar 5 cartas: 5 pts
Então basta combinar as 2 confirgurações para jogar partidas com certo nível de desafio, podemos considerar 1,2,3 para um relaxed mode (meio training mesmo), de 4 a 6 seria o nível médio/para quem já pegou as manhas do jogo, e de 7 a 10 é o desafio original ligado no volume quase máximo ou máximo mesmo, também conhecido como “vamos ver como irei perder”.
E qual é o problema de ser difícil? Alguém pode perguntar... O problema é que acaba caindo no patamar do ‘jogo ingrato”. Sim, ingrato... pois difícil ou desafiante é uma coisa, ingrato é outra instância. Eu acredito que não tenho perfil de mal perdedor, o problema da dificuldade aqui, é que ela é arremessada no jogador sem preocupação alguma com equilíbrio e possibilidade da partida ser mais ou ser menos “justa”. Essa sensação me veio entre a segunda e terceira partida, pois mesmo atribuindo as derrotas a uma curva de aprendizado, vi que é um problema muito relatado pela comunidade, chega ao ponto de criarem tópico estilo “consegui ganhar”, putz fala sério!
Muitos jogadores não se importam, porque contemplam mais o modo multiplayer, mas se você é entusiasta de modos solo e não os vê como uma reles opção a mais pra jogar, vai querer algo balanceado e jogável, e não sentar pra jogar apenas para ver se uma inteligência artificial vai fazer uma vez e meia, ou o dobro do teu score (empreiteiro, estamos falando de você
)
Então por enquanto é isso, dessa vez o jogo bateu mais de Kina do que gostaríamos, porém no que concerne SEU MODO SOLO. Espero ter sido claro, sem haterismo, eu gostei mais ainda do jogo ter a opção de jogar sozinho, até as falhas pesarem mais do que uma armadura completa...mas é uma “casa” que apreciamos demais, por isso os possíveis “fixes” e house rules. (inclusive citando a comunidade e o nosso tempero próprio). Então até o próximo reino a explorar, batendo forte, e também batendo de “kina”! 
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