tuliobarros::Jefferson2020::Mas, falando sério, a questão que eu vislumbro, como mero consumidor, pequeno/médio colecionista e não-especialista, é certa falta de criatividade conjugada com a apropriação mercadológica (e cara, porque nunca custa menos que R$ 25,00) de atividades muito simples que qualquer adulto ou criança poderia fazer em sua casa, com os meios que já possuem.
Não estou aqui defendendo que jogos devem ser complexos, cheios de componentes, etc. Mesmos esses praticamente já não têm mais o que inovar.
Quero apenas defender a liberdade de crítica ostensiva a qualquer jogo no hobby, ainda que de forma “ácida” (como costumam dizer os mais sensíveis), e que não deveria ser abafada com o argumento de que há gosto para tudo e para todos, e que só importa a diversão.
Afinal, criticar também é divertido. O que não deveria divertir é ofender pessoas. E mercadorias de papelão não são pessoas.
Acho que estou pegando uma conversa meio que fora do contexto, mas até onde entendi, parece interessante. E como postou aqui... virou conversa pública! 
Concordo com você que há falta de criatividade, mas claro, é em parte. Num conjunto de elementos semelhantes, uns serão mais parecidos que outros; serão pouco inovadores; serão praticamente idênticos. Mas outros serão extremamente diferentes; tão diferentes que podem até desafiar porque foram classificados como elementos daquele conjunto. Pra qualquer coisa: veículo, vestuário, jogo, relógio, comida... E quanto mais se tem daquilo, mais produtos semelhantes vão aparecer, a final de contas, criatividade e inovação, por definição são mais raras do que cópias, versões e adaptações.
O conceito de caro e barato também é fluído e não tem nada a ver com preço. Um restaurante aqui do lado, o Comida Caseira, vende uma marmita gigantesca a R$ 12,00. Uma oferta de fast food fatalmente você vai pagar o dobro para ter menos comida. E pagaria seis vezes mais se fosse a outro tipo de restaurante para comer, provavelmente, 25% da quantidade de comida que é ofertada pelo Comida Caseira. A mesma lógica você aplica para qualquer outro bem (ou serviço).
Por fim, a mim só resta veemente discordar da frase "praticamente já não têm mais o que inovar", sem apresentar nenhum exemplo. Porque essa é a beleza da inovação: é rara e não serei eu que vou inovar. Mas quando eu tiver contato com um jogo inovador, certamente vou reconhecer a inovação. Agora, se eu vou gostar, já são outros 500. 
Uma linha editorial muito importante do Spiel des Jahres é que eles procuram sempre o jogo que tem mais capacidade de seduzir uma pessoa a jogar. Isso tem a ver com inovação: se até hoje alguém ainda não joga com tantos jogos lançados no mercado, qual é o diferencial que este jogo tem que fará com que alguém mude de ideia? Em 2018, The Mind (que muitos nem acham que é jogo) estava concorrendo. E ganhou Azul que é um jogo um primor de elegância de regras e componentes. O "The Mind" de 2021 foi o MicroMacro: Cidade de crime (que muitos acham que nem é jogo) e adivinhe: ganhou o Spiel. É inegável o caráter inovador de "Onde está o Wally? - O jogo". 
De fato, reconheço que ainda pode haver algum espaço para inovação no hobby.
Mas, não concordo que a versão gigante de Onde está Wally seja uma inovação. E eu já respondi o porquê.
A sacação de The Mind realmente foi surpreendente. Mas também tenho dúvida se representou, de fato, uma inovação. Ora, essencialmente, não passa de mais um jogo de dedução simples de cartas. E põe simples nisso.
Mas, o que me incomoda é vê-lo sendo vendido a 60 reais (ou mais), sem que novos consumidores sejam informados por influenciadores e lojistas que tanto amamos que basta ter um conjunto grande de cartas numeradas (Pega em 6, por exemplo) para jogá-lo (e isso não é pirataria, é jogar um jogo original com regras diferentes). É o exemplo típico de jogo que deveria custar o preço de um UNO no máximo (menor preço hoje 13 reais), tanto lá fora como aqui, e isso pra mim é inaceitável.
Se não conseguimos nem derrubar o fetiche (hype?) que recai sobre a mercadoria simplíssima que é o The Mind, então, é melhor não reclamar dos preços dos board games em geral. É uma batalha perdida.
The Mind deveria ser execrado, exemplarmente, por todos, a começar por colecionistas experientes, ao menos como forma de experimentar o mercado.
Mas não vemos isso acontecer, não é mesmo? É como se uma pretensa destruição do fetiche que ronda o The Mind ameaçasse comprometer todo o castelo mercadológico do hobby.
Ainda quanto a preço, sempre insisto que só é razoável comparar board games modernos (eu prefiro chamá-los de supérfluos de papelão) com livros e brinquedos convencionais. Compará-los com o mercado de comida, videogame, cinema e até automóveis como já vi, não me parece adequado.
Gosto de pensar que o board game está exatamente entre um livro e um brinquedo convencional (não eletrônico), sem ser nenhum deles. Mas, já há board games acompanhados de eletrônica (seria inovação?).
Enfim, caí de cabeça no hobby durante a pandemia, já estou com uma montanha de jogos, todos vendidos por editoras nacionais, e é claro, com o ágio honestíssimo da pandemia de 40%, e consumindo muito conteúdo, porque é muito viciante, especialmente para quem ainda está confinado. Isso me permite falar algumas bobagens, ainda que com base em uma pequena experiência. Grande Abraço.