Difícil conseguir classificar mais precisamente os jogos atuais, mas é legal o debate.

Bastante interessante a discussão desse episódio do podcast. Uma coisa bacana de repararmos é que em todas as esferas da criação contemporânea - artes, literatura, cinema, séries, música e até na gastronomia - a questão do híbrido ocupa papel central nas poéticas. Natural que nos jogos de tabuleiro isso também ocorra; de fato, nos últimos anos abundam exemplos de board games que se localizam na interseção e no interstício das categorias canônicas, ampliando as definições que utilizamos para descrever as coisas.  Essas categorias, como em todos os aspectos sociais, são constantemente alargadas e distorcidas para contemplar as inovações. Chegamos num ponto que concordo com o que vocês falaram no podcast: o dualismo euro e ameritrash não abarca mais os designs que estão sendo desenvolvidos. Novos conceitos e vocabulários inevitavelmente são necessários para descrever esse hibridismo tão característico de nossos tempos.
Novamente parabenizo pelo ótimo tema da conversa!

mosolovo::Bastante interessante a discussão desse episódio do podcast. Uma coisa bacana de repararmos é que em todas as esferas da criação contemporânea - artes, literatura, cinema, séries, música e até na gastronomia - a questão do híbrido ocupa papel central nas poéticas. Natural que nos jogos de tabuleiro isso também ocorra; de fato, nos últimos anos abundam exemplos de board games que se localizam na interseção e no interstício das categorias canônicas, ampliando as definições que utilizamos para descrever as coisas.  Essas categorias, como em todos os aspectos sociais, são constantemente alargadas e distorcidas para contemplar as inovações. Chegamos num ponto que concordo com o que vocês falaram no podcast: o dualismo euro e ameritrash não abarca mais os designs que estão sendo desenvolvidos. Novos conceitos e vocabulários inevitavelmente são necessários para descrever esse hibridismo tão característico de nossos tempos.
Novamente parabenizo pelo ótimo tema da conversa!

Grande Pedro!
Que bom que curtiu a discussão! Eu confesso que sempre fico com um pouco de receio de discutir essas categorias pré-estabelecidas porque as pessoas se balizam muito por isso, mas cada vez mais eu tenho dificuldade de me balizar. Como o Fadda falou, a propaganda da vez é jogo de miniatura temático com mecânicas euro-style, vejo direto isso. Até KS de euro-style wargame já vi mais de um, então sei lá. O butilheiro e eu uma vez estávamos conversando sobre a separação por escolas, mas essa é uma classificação ainda muito difícil da galera enxergar. É mais uma discussão pra fazermos no futuro.

Forte abraço!

Excelente ponto levantado pelo mosolovo! A fluidez da cultura é inevitável, mas enquanto o jogo híbrido é resultado desse intercambio de experiências culturais, quase como um pidgin/crioulo linguístico, a linguagem caminha a passos um pouco mais lentos (mas nem tanto!), fazendo necessário ressignificar termos consolidados. Então ainda é importante termos (no sentido de possuir) termos (no sentido de expressões) com capacidade de comunicar nossas ideias. Se dissermos "este é um jogo híbrido, não dá pra classificar" é um jeito meio que preguiçoso de pensar. Traz mais informação dizer "este é um euro temático e tem sorte, mas é compartilhada no início do turno e não no resultado da ação do jogador" ou "esse é um jogo que tem muitos elementos de war game, tem um tema fofinho e uma mecânica que é atraente para para um eurogamer".

Até a frase "é tipo war" é algo que já usamos: "o encaixe das peças é tipo carcassonne, mas cada um faz o seu"; ou "tem um turno de negociação tipo Catan"; ou "é tipo xadrez, mas quem define o movimento, são as cartas que você tem".

Que é exatamente o que vocês fizeram. Saíram tentando buscar quais as influências de quais jogos vieram para fazer aquele jogo.