Caros Boardgamers
Eu gostou muito dos vídeos do Fabrício e costumo acompanhar o After Match. No entanto, nesse fragmento específico acho que ficou faltando tratar mais do tema descrito na chamada do vídeo. Talvez o título é que esteja em desacordo com o conteúdo. Isso porque se a proposta era falar sobre a elitização do hobby, pelo menos na minha opinião o tema foi muito pouco explorado. Gastou-se mais tempo falando da questão da produção de conteúdo e do papel do criador de conteúdo, do que propriamente de elitização do hobby.
Além disso, mais uma vez na minha opinião, o principal aspecto em relação à elitização do hobby não foi abordado, que são os preços cada vez mais altos. O hobby não está se tornando elitizado porque meia dúzia de jogadores mais antigos, que já possuem coleções maiores de boardgames, estão ameaçados com o lançamento de jogos clássicos. A elitização do hobby ocorre porque no patamar em que estão sendo fixados os preços dos jogos, somente a elite tem condição de comprar. Por isso, o pessoal "da antiga" não precisa se preocupar se eles vão deixar de ser os únicos a possuírem uma cópia do El Grande, porque com o preço de lançamento a quase R$ 800,00, certamente esse jogo não será para qualquer um, mas somente para a elite. Com isso, o pessoal da antiga só terá de dividir o privilégio (porque com esse preço, pelo menos para mim, isso é um privilégio), de possuir o El Grande com mais uma meia dúzia de privilegiados, então não vai mudar muita coisa, em termos da quase exclusividade de ter o jogo na estante.
É desse modo que eu enxergo esse processo de elitização do hobby, e foi isso, com todo o respeito, que eu achei que faltou no vídeo, principalmente se for considerada a enorme, e muito merecida, influência que o Fabrício tem dentro do hobby. Por isso espero sinceramente que esse aspecto tenha sido melhor abordado ao longo do restante do bate papo, que acabou de fora desse fragmento do vídeo integral.
Um abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio