Fala Meus Queridos
Como vocês estão? Faz um bom tempo que não escrevo por aqui, não é? Mas vim aqui falar sobre um jogo que há um tempo atrás eu já havia jogado uma prévia e agora conseguir jogar sua versão final que será lançado esse ano pela MeepleBR.
Adivinhou qual jogo que é?
Sim. Hoje vou falar sobre o Brazil Imperial, jogo do designer Zé Mendes, criador também do Futboard.
Como falei anteriormente, eu havia jogado o Brazil Imperial no começo de 2019, quando o Zé Mendes levou o protótipo do jogo para nossa jogatina semanal. Bem, daquela vez eu já havia ficado bastante admirado. Admirado pelos componentes, que eram belíssimos. Pela arte das cartas, que era de cair o queixo. E admirado pela jogabilidade, pois o jogo fluía muito bem e era bastante estratégico.
E então veio a oportunidade de jogar a versão finalizada do jogo no Tabletopia. Será que houveram mudanças? Foram para melhor? Continuarei com o sentimento de que esse jogo talvez seja o melhor jogo nacional já lançado?
Desenrola PaladinoMonge. Tá demorando demais já. O que Achou?
Aff, menino, Calma, Já vou falar. Mas antes dê o seu like e se inscreve no can... (eita, desculpe. Força do hábito.)
(uma das versões anteriores do Brazil. Será que o Zé Mendes tem ainda esse protótipo?)
Antes de responder a essas perguntas, cabe ressaltar que eu joguei via computador e que não tinha o jogo em mãos, mas, como o designer já falou, o que está no tabletopia é a versão finalizada. Então pode esperar receber aquilo que lá se encontra.
Dito isso, vamos começar falando dos componentes e da arte.
Os componentes são os mesmos que eu tive o prazer de jogar lá em 2019. Meeples diferenciados para cada facção. Isso é sensacional. E quanto a arte? Nossa. Ela está divina. Maravilhosa.
O cuidado com a arte desse jogo, não somente nas cartas, mas no tabuleiro e nos tiles, é algo que vemos em jogos que estão em financiamento coletivo no Kickstarter. Chama bastante a atenção e não difícil você se pegar olhando a carta na mão para admirar sua arte (no tabletopia basta apertar espaço com a carta selecionada para ela pular na tela do computador e você começar a babar)
(essa arte é linda demais. É de encher os olhos)
O tema discorre sobre o período histórico de nosso País, mais especificamente no período Colonial. E aqui preciso parabenizar o estudo que foi feito por parte do designer. Que aula de história. As figuras histórias nas cartas de quadro, os monarcas, o setup do mapa dependendo da quantidade de jogadores, tudo isso tem o toque do tema e do estudo que foi feito. O cuidado é tão grande que os poderes que as cartas têm estão ligadas ao que a figura histórica fez naquele período.
Só isso já valeria uma nota 10 e uma menção honrosa. É de um primor que poucos jogos já criados tiveram esse cuidado.
E agora vamos falar do jogo em si. Já ia perguntar sobre isso né manolo?
Brazil Imperial é um jogo 4x.
Que? Jogo 4 x?
Vou explicar. Jogos 4x são jogos em que você eXplora, eXpande, eXtrai e eXtermina (está vendo os 4x aí?). Resumindo, em Brazil você vai explorar as redondezas, descobrindo novas áreas, vai expandir seu domínio, construindo novas estruturas, vai extrair produtos dessas construções e áreas e irá lutar pela sua soberania contra os outros jogadores, retirando do tabuleiro suas unidades militares. Além disso, durante o jogo, os jogadores passaram por 3 eras distintas onde novas construções são liberadas, bem como novos produtos poderão ser explorados e extraídos.
Desse ponto você já tira que é um jogo onde tem bastante interação entre os jogadores. Não somente por causa das batalhas, mas pela exploração que é feita ao andar no mapa, culminando, aí sim, em batalhas.
Mas vamos por partes como já dizia o Jack Estripador.
(Eu já disse que essa arte é linda né?)
Em Brazil Imperial você vai lutar pela sua soberania que se traduzirá em pontos de vitória. Esses pontos de vitória são conquistados através das construções que os jogadores fazem, a criação de cidades, as unidades militares que são convocadas, os produtos manufaturados feitos, as cartas de quadros compradas e, é claro, as cartas de objetivos que são completadas.
Essas cartas de objetivos, além de gerar pontos de vitória, conduzem o jogo ao seu final, pois é a partir delas que as eras vão se passando e, ao concluir uma carta da era III, o jogo é finalizado naquela rodada. Os pontos dessas cartas não são altos, mas é a partir delas que os jogadores conseguem colocar Palácios no tabuleiro, ganhando bonificações e pontuação no final do jogo.
Como estou falando das cartas, vamos falar das cartas de quadros. Além de ter uma arte estupenda (eu já disse isso, não é?) Elas trazem poderes e habilidades que auxiliam o jogador durante toda a partida. O jogador pode ganhar mais força para batalhar, ou mesmo maximizar sua produção ou pontuação no final do jogo. Logo, são cartas muito importantes e que vale a pena ficar de olho nas que estão disponíveis para compra.
Mas e o jogo em si? Como é que ele se desenvolve?
Olha, sua dinâmica é até simples. O jogador tem um marcador para cada era em que o jogo se encontra (segura aí que você logo vai entender porque 3 marcadores). E com esse marcador ele coloca em uma das ações disponíveis em seu tabuleiro individual e faz aquela ação. Depois de fazer a ação ele pode se movimentar 1 espaço adjacente uma de suas unidades militares. E ainda pode usar o Bônus de movimento que cada ação tem, totalizando 2 movimentos por turno. Esses bônus são específicos de cada e espaço. Feito isso, ele passa a vez e é o próximo jogador. Bem simples.
E quais seriam essas ações? Vamos a elas.
(o tabuleiro do jogador é bastante prático e tem todas as informações necessárias do jogo).
Convocar: os jogadores podem convocar uma de suas unidades militares para o mapa pagando seu custo. Unidades militares derrotadas ficam no estoque do jogador e podem ser convocadas novamente, mas sem precisar pagar seu custo. Além disso o jogador pode pegar 1 carta de batalha
Pegar Quadros: O jogador compra, pagando seu custo, um dos 6 quadros disponíveis para compra
Construir: o Jogador constrói uma das construções disponíveis pagando seu custo. Ao construir, o jogador já produz nessa construção. Cabe salientar que cada era tem determinadas construções e que uma construção de uma era posterior só poderá ser construída quando os jogadores estiverem naquela era.
Reformar: O jogador produz novamente em uma de suas construções. Ou ele pode virar o tile para ter uma outra construção, realizando sua produção. O Custo para essa ação é de 1 produto.
Manufaturar: O jogador manufatura um produto. No total temos 6 produtos manufaturados que, além de dar pontos no final do jogo, também atualizam as ações citadas, deixando-as mais fortes.
Porto: O jogador pega um recurso qualquer do estoque
Mercado: O jogador pode fazer 1 troca no mercado conforme encontra-se no tabuleiro do jogador
Um detalhe é que uma mesma ação não pode ser feita duas vezes seguidas. Ou seja, o marcador sempre tem que ir para outra ação. Pode parecer besteira, mas isso dá um peso estratégico muito grande ao jogo, pois um outro jogador pode ir na ação de quadros e comprar aquele quadro que você queria por exemplo.
Vamos falar rapidamente da batalha do jogo. Ela acontece sempre que um jogador adentra um espaço de outro jogador. Porque eu faria isso, você se pergunta? Bom. Primeiro para tirar de suas terras uma unidade inimiga. Segundo, que você pode dominar uma construção de outro jogador, usando seus recursos e ganhando seus pontos de vitória, caso o jogo acabe e você ainda esteja dominando aquela construção.
Para se desenrolar a batalha, os jogadores somam a força de suas unidades militares e cada jogador pode jogar até 3 cartas de batalha. Essas cartas têm poderes distintos que podem mudar o resultado final. Quem ataca tem que vencer. O empate é do defensor. Mais simples que isso não tem como.
Ah, então eu vou sair batalhando a torto e a direito.
Meu querido gafanhoto, eu não indicaria isso. Você pode até ganhar uma batalha. Mas existirão outras. E dependendo das cartas jogadas, você pode ter unidades militares destruídas, mesmo vencendo, deixando a mercê de outros jogadores. Sem contar o sangue nos olhos de quem perdeu a batalha anterior. Então, quando jogar Brazil Imperial, você irá ficará com o dilema: ataco ou não ataco? Porque ele está vindo para esse lado? Vou é me defender...
Essa sensação de guerra fria é intensa no jogo. A tensão é enorme. E o cagaço de perder uma construção valiosa fará com que o jogador pense duas vezes antes de entrar em uma batalha (vou conseguir ganhar mesmo?). Olha, vou afirmar algo aqui que muitos irão revirar os olhos, mas acho que essa sensação de guerra fria é muito melhor implementada aqui que no Scythe. Pronto. Falei.
(É treta que você quer? Então vem! VEM!!!!)
Outro ponto importante do jogo é a passagem das eras. Quando um jogador completa uma missão de uma era, aquela era se passa para todos os jogadores. Por exemplo, um jogador completa a carta de missão da era I, agora todos os jogadores irão para a era II.
A ida para uma nova era libera novas construções e não é obrigado o jogador completar uma carta de missão de uma era anterior. Se estou na era II, já posso concluir a carta dessa era. Mas além disso, o jogador vai pegar o marcador da era corrente. Se lembra que falei que tem 3 marcadores de eras usados para fazer as ações? Então, quando se passa da Era I para a Era II e da Era II para a Era III, o jogador vai pegar o marcador da era passada, vai girar ele, e escolher uma ação para colocar esse marcador embaixo. A partir de agora, quando o jogador fizer essa ação com esse marcador, ele terá um bônus do marcador na fase de movimento.
E aqui já vou começar a responder as perguntas lá em cima (vou repetir não. Vai lá e dá uma olhadinha vai). O jogo teve melhorias desde a primeira vez que joguei. E essa questão dos marcadores é uma delas.7
Anteriormente, o jogador tinha que ficar alternando entre os 3 marcadores nas ações. Isso travava algumas ações que são mais interessantes e forçava o jogador a fazer ações que ele não queria. Isso fazia com que a era III ficasse arrastada, além de aumentar consideravelmente o peso estratégico do jogo.
Agora não. O jogo ficou bem mais fluído e dando aos jogadores o poder de terminar a partida de uma forma mais rápida.
Os custos de algumas construções também foram alterados e as ações tiveram pequenas melhorias. Resumindo: o jogo teve um pente fino muito bem feito deixando-o melhor do que antes.
Ao final da partida de Brazil ficou a sensação de estar jogando um jogo fechadinho e muito temático. Mas mais que isso, ficou a sensação de querer jogar mais. De entrar novamente naquele mundo e tentar outras estratégias.
Hoje posso falar sem medo que o Hype criado em cima desse jogo é real. Ele é definitivamente um jogo a ser olhado com carinho e que é muito melhor que muitos jogos lançados lá fora e que pedimos as editoras para trazer para a gente. Temos um exemplar de um desses jogos maravilhosos. É brasileiro.
(as cartas de objetivos são dividas por Eras)
Sem sombra de dúvidas, afirmo que Brazil Imperial é o melhor jogo de um designer nacional que já joguei. Espero ter muitas e muitas partidas desse jogo e que ele sirva coma uma porta de entrada para os jogos 4x.
Se você gosta de jogos temáticos, muita interação, partidas dinâmicas e muito sangue no olho, Brazil Imperial é para você.
Espero de coração que eu tenha conseguido passar a sensação que tive ao jogar esse jogo. Sei que ele não é para todos. Suas regras são mais complexas, podendo ser classificado como um euro médio, mas isso não significa que não possa ser apreciado por novos jogadores depois de um tempo. Para todo jogo é importante olhar seu grupo e ver se o jogo se encaixa. Aqui para mim ele se encaixa como uma luva e não vejo a hora de entrar novamente no Brazil Imperial.