No que o FLIP CITY “bate forte”?
A Arte não chega a ser nenhum banquete visual, mas é bonitinha demais, parecendo aqueles jogos de construção de cidade para PC. Vale destacar o mix não usual: deckbuilding + push your luck dá uma refeição beeeem diferenciada, embora ao menos para este kina que vos fala e o grupo dele, deu certa indigestão... nem toda culinária exótica funciona bem afinal
. Uma parcela considerável das cartas tem lógica dentro das regras, com por exemplo, hospital fazendo você obter mais moeda de acordo com a insatisfação do turno(com certa dose de imaginação você estará lucrando com doentes). Igreja aumentando teu limite possível de insatisfação. E estação te dando muitos pontos de vitória e ação extra, para simbolizar que é um lugar de chegadas e saídas o que fomenta o desenvolvimento da cidade.
No que o FLIP CITY “bate de kina”?
Não precisamos mergulhar em excesso no tema, mas sabemos que um reino não se constrói em 1 dia, mas segundo esse jogo ele se desfaz TODO DIA. Isso é estranho até que você se acostume, abrir e fechar sua cidadezinha todo turno... (quem sabe não se acostume e pronto!). O lance de flipar também tem sua problemática... não raro você puxa a carta e ela desliza uma ou mais cartas que vem depois o que acaba revelando mais do que devia... Nisso você pode acabar vendo uma área residencial que não deveria ter visto, e antecipar que vai estourar o limite de insatisfação do turno, por exemplo, zoando a tomada de decisão.
Então seria bem melhor que as cartas tivessem costas normais, ao invés de ser Double sided... o que só acontece pra fazer jus ao nome do jogo(sim, o bendito FLIP). Eu não sou a pessoa com mais destreza do mundo, mas ao ver outros 2 jogadores, com a mesma dificuldade em quase uma meia dúzia de momentos diferentes da partida, não deu pra não considerar como uma particularidade ruim do jogo. Existe uma meia solução que seria ao invés de colocar o deck na sua área de jogo à sua frente, colocar na palma da mão, como se segurasse um smartphone, pois isso dá mais controle na deslizada de carta, mas oras, é uma gambiarra que nem devia ser necessária...
Então pera, o problema do jogo é o FLIP e também a CITY? Ela mesma, que se desconstrói na sua frente, de forma que sobre certo viés é anti-temática? Pois é... 
E quanto custa pra explorar esse reino?
Tá praticamente artigo raro, só vi por 99,00 em uma loja específica... fala sério! Esse é um jogo de 86 cartinhas, vale entre 30 e 50,00 o que na faixa atual vai pra uns 70,00 e na nossa modesta opinião não atingiu o mérito de grande jogo em pequena caixa, por mais que seja um título subjetivo e o lixo de um seja o luxo de outro hehe.
EXTRAS/ALGO+
Tem um modo solo, o problema é que expira fácil, você o derrota e parece não ter mais o que fazer... Se muito vai tentar derrotar uma segunda vez e isso é tudo. Bacana pelo menos é ver que o próprio jogo trás uma mini expansão “o escritório” que dá uma tapinha na forma que a partida desenvolve. O jogo ganhou uma expansão Flip City: Reuse com 2 novas cartas (e portanto 4 novas construções) e uma outra versão stand alone Flip City: Wilderness mas que pode ser jogado juntando com as cartas da primeira versão.
No geral o jogo bateu mais de Kina do que gostaríamos, mas esperamos termos sido claros, sem haterismo, eu gostei do jogo até certos pontos pesarem mais do que uma armadura completa... Então até o próximo reino a explorar, batendo forte, e também batendo de “kina”! 