Após as colinas há um pequeno casebre. Poucos sabem onde exatamente fica, mas muitos dedicam sua vida a encontrá-lo. Envolto em mistérios, as lendas dizem que é preciso ser digno para conhecer o local e seu único morador, chamado apenas de Venerável. Receber treinamento direto de uma figura tão mítica, é o auge da vida de qualquer lutador. Mas ninguém sabe o que precisa fazer para ser digno… Qual preço você está disposto a pagar por tal honra? Venha, Dojo Kun Tá na Mesa!
Dojo Kun é um jogo lançado em 2015 por Roberto Prestrin. De um a quatro jogadores, com duração média de 90 minutos, em Dojo Kun somos mestre de um dojo buscando aprimorar as técnicas de nossos aprendizes e conseguir a glória máxima ao vencer o Grande Torneio.
- Brigar não leva a nada. Abaixo aos jogos que incitam a violência.
Não temos culpa se você sempre apanha muito dos seus colegas na sua aula de Tai Chi Chuan. O objetivo das artes marciais é elevar corpo e mente, desenvolvendo o caráter, a disciplina e autoconhecimento do praticante. Infelizmente muitos levam para a violência sem sentido. Dojo Kun é um jogo de alocação de trabalhadores, que são, primeiramente, o mestre e seu discípulo. Com o andamento da partida é possível conseguir (Nota do Sr. Slovic: Na verdade é extremamente necessário) novos estudantes.
Mas para isso precisa aumentar seu Dojo, que depois de ampliado necessita de novos equipamentos para os novos alunos, mas tudo isso demanda tempo que poderia ser usado para ensinar seus pupilos ou enviando para missões de aprimoramento de suas técnicas, preparando-os para a competição conta os outros Dojos. E não dá para fazer isso tudo ao mesmo tempo.
A partida é dividida em dois anos, sendo que cada um tem três fases de alocação e o Torneio. O tabuleiro é dividido em áreas distintas, onde se pode conseguir novos lutadores e equipamentos, ampliar seu tabuleiro individual (Nota da Sra. Slovic: Seu Dojo), mandar seus alunos em buscas de auto aprimoramento. Algumas ações só podem ser realizadas pelo Mestre. Outras, pelo Mestre ou Primeiro Aluno. E as restantes só pelos Alunos.
Cada lutador tem quatro habilidades de luta (Salto, Bloqueio, Agarramento e Ataque). O nível de cada uma representa a quantidade de dados de uma cor específica que será lançada no Torneio. Quanto maior a habilidade, maior a probabilidade de vitória.
- Então é um jogo de sorte. Não gosto. Vou ficar com o War, ele tem regras melhores.
Do que está falando? Você nem consegue aprender as regras de nenhum da trilogia clássica brasileira (Nota do Casal Slovic: Detetive, Jogo da Vida, War e Banco Imobiliário ou Clue, The Game of Life, Risk e Monopoly). Não chamo isso de fator sorte, mas sim, existe uma certa aleatoriedade. Como em competições da vida real, o mais preparado tem mais chances de vencer, mas mesmo assim, pode tomar uma surra homérica (Nota do Sr. Slovic: D’oh!). Sorte ou azar nos dados durante a competição pode ser contornada com um bom planejamento nas fases de alocação, já que uma habilidade pode anular seu oposto. É bom estar bem preparado antes de entrar em uma briga.
No fim, não vence quem ganhou os torneios, mas quem conseguiu mais Pontos de Glória (Nota da Sra. Slovic: Mas não se descuide, pois ir bem na competição, mesmo não vencendo, garante muitos Pontos de Glória).
No geral, Dojo Kun é um jogo bom, que simula bem o treinamento e a competição de artes marciais. Com menos de quatro jogadores, entra em cena a Escola das Sombras, um grupo rival que participa das competições, controlada pelo tabuleiro. O tema é bem presente no jogo, principalmente no Torneio, onde os jogadores que não estão participando da luta podem apostar no vencedor, podendo ganhando Glória. É divertido ver a mesa vibrando com o jogar dos dados.
E é isso!