Há trinta anos, não passava de ficção científica para quase todos. Vinte anos atrás, começou a se popularizar. Dez anos, sua principal função ainda era ligações, mas isso já estava mudando rapidamente. Agora, tem grandes chances de você estar lendo essa análise em um e usá-lo se tornou praticamente obrigatório, seja no trabalho ou no lazer. E o que será daqui 10 anos? A única coisa que já sabemos é que Smartphone Inc. Tá na Mesa!
Smartphone Inc. é um jogo criado por Ivan Lashin em 2018. Para um a cinco jogadores, com duração média de 90 minutos, nele somos CEOs de uma gigantesca empresa de celular tentando conseguir a maior fatia do mercado possível.
- Jogo de celular? Agora vai fazer análise do Candy Crush, hahaha…
Nada disso, pássaro raivoso de araque. Smartphone é um jogo que simula muito bem o mercado das empresas de telefonia. Temos que planejar desde a produção até a venda, passando por toda cadeia produtiva: pesquisa de novas tecnologias, rede de distribuição, precificação… É bem complexo, mas, mesmo assim, suas regras não são tão complicadas quanto parece (Nota do Sr. Slovic: São até intuitivas).
O jogo tem duração de cinco rodadas, divididas em oito fases: Planejamento, Precificação, Produção, Desenvolvimento, Pesquisa, Expansão, Vendas e Lucros. O tabuleiro é um mapa mundi dividido em áreas de atuação das empresas, que iniciam a partida separadas, mas logo começa a competição pelos melhores mercados. Cada área indica quais as preferências dos clientes daquela localização. Alguns compram baseados no preço, outros em tecnologias. Saber o que seu cliente quer é fundamental para o sucesso no jogo. De nada adianta colocar o preço nas alturas e não conseguir vender, porque naquela região só se interessam por aparelhos baratos. Do mesmo jeito, colocar um preço baixo não ajuda nas vendas, se seu público se interessa por tecnologias que seu produto não tem.
- Cara, parece muito para minha cabeça…
Estranho, sempre achei que tinha muito espaço de sobra em uma cabeça de vento. Se bem que realmente esse jogo não é para todos (Nota do Casal Slovic: Na verdade, é sim. Sabe como é, tem gente que só sabe reclamar). As três primeiras fases do turno são jogadas simultaneamente, por isso não tem muito espaço para copiar o que o coleguinha está fazendo. E se o planejamento não for bem-feito, toda a estratégia pode ir para o ralo. As outras fases segue a ordem do turno, que é decidida por quem tem o preço mais baixo, ou seja, quem vendo por um preço mais baixo, vende primeiro. Porém como os Pontos de Vitória são baseados no lucro das vendas, as vezes vender um único aparelho por um preço altíssimo é muito mais significativo do que acabar com seu estoque, mas ganhar pouco.
O mapa foi feito para ser ideal com cinco jogadores, por isso há uma IA (nota da Sra. Slovic: Inteligência artificial, ou seja, o tabuleiro, que no caso se chama Steve, joga contra você. Entendeu a referência?) para ser usada em partidas com quatro ou menos (nota do Sr. Slovic: Mas não é necessário jogar contra a IA. Existem tiles para modificar o tabuleiro, alterando a partida com menos jogadores) e também para o modo solo (Nota da Sra. Slovic: Agora sim o Steve é obrigatório). E existe um outro tabuleiro, com o mapa da América do Norte, para até três jogadores, mas ele, junto com outras modificações como os Objetivos e os CEOs, são extras do jogo (Nota do Casal Slovic: Digamos que é a versão 1.1 do Smartphone).
No geral, Smartphone Inc. é um jogo muito bom. É uma simulação econômica muito bem implementada, tornando-o um jogo vem denso (Nota do Sr. Slovic: Do jeito que eu gosto). Não há um único caminho, a cada partida temos que nos adaptar ao mercado, principalmente se usar a mini expansão que vem com os objetivos. Smartphone é um jogo que se vence nos detalhes.
E é isso.
