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  4. Its a Wonderful World, o que justifica o preço de R$ 335,00?

Its a Wonderful World, o que justifica o preço de R$ 335,00?

It's a Wonderful World
  • Ralvisprog
    493 mensagens MD
    avatar
    Ralvisprog04/01/21 21:31
    Ralvisprog » 04/01/21 21:31

    Acredito que a Lagartixa está voltando a  forçar hype através de influencers, com o intuito de não acontecer o encalhe.
    Outra coisa: o tal do mofo, ocorrendo em jogos com 1 a 2 anos de prateleira forçou a venda por preço de custo, o que no fim das contas é prejuízo. Alguém com certeza pagaria esta conta. E não foram só jogos nas lojas, mas também no estoque da editora que saíram dessa forma e com este preço.
    Por último,  se.o povo continuar caindo no hype  e pagando, vai sempre rolar aumento. Vide a série azul que sempre custou na faixa de 250 e retornou a prateleira esta semana com preço de 330. Quem estava esperando pra comprar, se ferrou. Melhor pegar usado. Agora, se.todos comprarem, a política de valores absurdos continuará.

    4
  • iuribuscacio
    3182 mensagens MD
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    iuribuscacio04/01/21 22:00
    iuribuscacio » 04/01/21 22:00

    Mestre Guerra::
    iuribuscacio::
    P.S. Quanto ao Small World de R$ 500,00, eu prefiro nem falar nada. Mais um pouco e as lojas de boardgames vão começar a abrir crediários, para seus clientes, ou as Casas Bahia vão começar a vender boardgames.

    Eu comprei meu Burgundy em 2018 no site das Casas Bahia.

    Caro Mestre Guerra

    Não tem problema algum ter comprado jogo no site das Casas Bahia.

    A grande questão que eu discuto, é que eu tenho certeza que você não precisou abrir um crediário, para comprar o Burgundy, ainda mais em 2018. Já os jogos de hoje, daqui a pouco vão precisar ser vendidos na base de 10x sem juros, de tão caros.

    Um forte abraço.

    Iuri Buscácio

    2
  • HU3Brutus
    1009 mensagens MD
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    HU3Brutus04/01/21 22:59
    HU3Brutus » 04/01/21 22:59

    Olá Iuri, 
    estava realmente esperando esse tópico!

    Na verdade esse jogo me incomoda tanto que eu mesmo também estava pra fazer esse tópico. Então concordo contigo em tudo. O jogo tá caro e não parece valer o quanto estão pedindo. Nesse sentido vou colocar a questão em alguns tópicos:

    • Qualidade do Jogo
    • Tiragem e Produção
    • Mercado Recente de BG no Brasil


    Qualidade do Jogo

    Quando vi esse jogo me deu realmente um susto. Primeiro que a arte com essa leve referência a Guerra Fria me deu uma sensação de que estava chegando um Twilight Struggle reformado. Fui atrás do que o jogo oferece e vi que essa referência é da linha colada com cuspe, nada disso se reflete na mecânica do jogo. 

    Depois vi que o jogo é um jogo de maquininha extremamente rápido, com muitas cartas que você puxa num draft e tenta construir. Isso já me despertou outra relíquia: Race for the Galaxy. Achei que chegara um jogo da altura do Puerto Rico Espacial em tabuleiro, mas também vi que não chega aos pés. Acho a comparação com 7 Wonders um pouco injusta, pois uma das maiores elegâncias do jogo do Bauza é a inexistência de recursos, as construções são pagas modularmente com a quantidade de produção instantânea. It's a Wonderful World entrega o contrário, você pode "construir" diversas cartas de uma vez, mas ao mesmo tempo consegue armazenar recursos de uma rodada para a outra guardando nos projetos que quer construir. 

    A última comparação vai pro Splendor que me dá uma sensação bem parecida, (180 reais) onde você cumpre contratos que aumentam a sua receita para cumprir contratos. Enfim, dada todas as comparações cheguei a conclusão que esse jogo não é capaz de ser melhor que nenhum dos que citei, e que são igualmente mais baratos. Quero até testar o jogo num futuro para ver o quanto pode ser divertido, mas com certeza não irei comprá-lo. (Até porque já comprei jogo demais). Não que o jogo não possa ser divertido, mas não dá para pagar isso num jogo mais ou menos, que não inova nada e que é pior que outros em quase tudo. O jogo nem tem tema, é um caixa-encaixa de cubinhos coloridos para bebês crescidos.


    Tiragem e Produção

    It’s a Wonderful World portanto, me parece o contrário da elegância. Um verdadeiro elefante branco na mesa. Quando falamos de elegância nos referimos a como um jogo usa dos recursos que possui extraindo o máximo de cada um deles. Vemos elegância nos baús de Oh My Goods! (que são cartas), por exemplo e quando eu olho para It’s a Wonderful World me parece que há muito mais componente que o necessário. 

    Primeiramente acho aquele tabuleiro (além de horrível) completamente desnecessário. Ele serve apenas para apoiar cubos e apontar a ordem de resolução das produções, coisa que uma carta conseguia apontar. Depois vem a quantidade absurda de cubos, é divertido brincar com cubinhos, mas outra vez pensando como designer (mais gráfico e de produção do que de jogos) vejo que eles são bem inúteis. Daria para ter um marcador de produção ou armazenamento num pequeno tabuleiro individual ou até mesmo uma só cor de cubos ou outros marcadores, já que a cor a ser completada já está impressa na carta basta colocar o cubo marcando que já pagou. 

    Enfim, a sensação geral é que o jogo entrega no máximo a experiência de um card games das caixinhas da papergames, mas é vendido como o novo Terraforming Mars ou Tikal. Sem contar que enquanto ele é vendido por 350, o Tigris & Euphrates (clássico imperdiível) está encalhando sendo vendido a 130 reais por ai. 


    Mercado Recente de BG no Brasil

    Para terminar vou falar um pouco de preço. De início creio que alguns dos jogos que você comparou são comparações um pouco injustas. Os jogos ditos "evergreen" como Terraforming Mars, Catan: O Jogo, etc, possuem uma tiragem muito maior, que sem dúvida gera uma economia de escala a ponto de trazer alguns jogos mais baratos e teoricamente seria justificativa para que um jogo novo e desconhecido saia um pouco mais caro. Na época que trabalhei com editoração de livros via como era difícil trabalhar com impressão off-set. Só para calibrar a máquina o operador gastava em torno de 150 páginas A0, isso multiplicado por 4 cores CMYK e considerando que é necessário imprimir dos dois lados daria em torno de mil folhas jogadas fora apenas para calibrar a máquina. Dentro dessa situação nenhuma tiragem menor que mil cópias era possível.

    Mas o que acontece com It’s a Wonderful World é completamente diferente.

    Assim como você estou bem assustado com o valor cobrado atualmente pelos jogos. Vejo o preço que paguei nos meus jogos e me assusto todo dia com os preços hoje praticados, mas acho que isso teve um início: quando foram trazidos Twilight Imperium (Fourth Edition) e Gloomhaven. Eu mesmo nunca tinha comprado um jogo tão caro e estou com um TI4 agora do meu lado e acho que muita gente também ampliou seu gasto e seus parâmetros quando viu isso. A vinda desses dois jogos caros ao brasil tendo ambas as edições esgotado mostrou para a galápagos que o fundo do poço é muito mais embaixo. Que as pessoas estão dispostas a pagar muito mais caro do que estava sendo praticado e It’s a Wonderful World é um sintoma disso. (Quando eu falo galápagos espero que você entenda Asmodee, já que esse editora hoje faz parte de uma holding mundial com táticas bem mais agressivas de obter lucros, mas que também atende muito mais rápido e com mais qualidade)

    Me parece que já foi o tempo onde designers de jogos tinham de quebrar a cabeça para diminuir ao máximo os componentes de um jogo para que ele fosse barato o bastante para que um editora aceitasse o risco de publicá-lo. Os recursos de 7 Wonders, Oh My Gods!, Race for the Galaxy, mesmo de Projeto Gaia são resultado disso, mas parece que essa onda passou. Alguns designers desconhecidos como esse Frédéric Guérard hoje conseguem convencer uma editora a publicar um jogo tosco e sem lapidação e a editora aceita apenas porque as pessoas podem pagar.

    Hoje a diferença entre jogos euros e ameritrashes é muito mais sutil do que antigamente, mas acho que talvez o trash tenha apenas mudado de discurso. A crítica que gerou o nome ameritrash dizia que eram jogos cheios de maquiagem, belas miniaturas, mas que mecanicamente não tinham requinte algum. Talvez It’s a Wonderful World tenha inaugurado um novo marco, um novo paradigma ao ameritrash. O jogo de mecânicas copiadas de jogos euro estabelecidos, com milhares de componentes para ressaltar aos olhos, mas que não chega aos pés de nada que copia. Basicamente um produto ruim.  

    Enfim, me desculpe pelo enorme texto, mas acho realmente que estamos mimando essas editoras. Descobriram que á possível fazer design ruim e vender com arte bonita e muito marketing. Enquanto isso um clássico indiscutível, ao qual são escritos livros de aberturas como Tigris & Euphrates, fica encalhado e mesmo com uma arte e produção primorosas é vendido pela metade do preço do It’s a Wonderful World.

    Obrigado por compartilhar do meu incômodo e um abraço!

    10
  • Luiz_1914
    269 mensagens MD
    avatar
    Luiz_191404/01/21 23:43
    Luiz_1914 » 04/01/21 23:43

    HU3Brutus::Olá Iuri, 
    estava realemente esperando esse tópico!

    Na verdade esse jogo me incomoda tanto também que eu mesmo estava pra fazer esse tópico. Então concordo contigo em tudo. O jogo tá caro e não parece valer o quanto estão pedindo. Nesse sentido vou colocar a questão em alguns tópicos:


    • Qualidade do Jogo
    • Tiragem e Produção
    • Mercado Recente de BG no Brasil


    Qualidade do Jogo

    Quando vi esse jogo me deu realmente um susto. Primeiro que a arte com essa leve referência a Guerra Fria me deu uma sensação de que estava chegando um Twilight Struggle reformado. Fui atrás do que o jogo oferece e vi que essa referência é da linha colada com cuspe, nada disso se reflete na mecânica do jogo. 

    Depois vi que o jogo é um jogo de maquininha extremamente rápido, com muitas cartas que você puxa num draft e tenta construir. Isso já me despertou outra relíquia: Race for the Galaxy. Achei que chegara um jogo da altura do Puerto Rico Espacial em tabuleiro, mas também vi que não chega aos pés. Acho a comparação com 7 Wonders um pouco injusta, pois uma das maiores elegâncias do jogo do Bauza é a inexistência de recursos, as construções são pagas modularmente com a quantidade de produção instantânea. It's a Wonderful World entrega o contrário, você pode "construir" diversas cartas de uma vez, mas ao mesmo tempo consegue armazenar recursos de uma rodada para a outra guardando nos projetos que quer construir. 

    A última comparação vai pro Splendor que me dá uma sensação bem parecida, (180 reais) onde você cumpre contratos que aumentam a sua receita para cumprir contratos. Enfim, dada todas as comparações cheguei a conclusão que esse jogo não é capaz de ser melhor que nenhum dos que citei, e que são igualmente mais baratos. Quero até testar o jogo num futuro para ver o quanto pode ser divertido, mas com certeza não irei comprá-lo. (Até porque já comprei jogo demais). Não que o jogo não possa ser divertido, mas não dá para pagar isso num jogo mais ou menos, que não inova nada e que é pior que outros em quase tudo. O jogo nem tem tema, é um caixa-encaixa de cubinhos coloridos para bebês crescidos.


    Tiragem e Produção

    It’s a Wonderful World portanto, me parece o contrário da elegância. Um verdadeiro elefante branco na mesa. Quando falamos de elegância nos referimos a como um jogo usa dos recursos que possui extraindo o máximo de cada um deles. Vemos elegância nos baús de Oh My Goods! (que são cartas), por exemplo e quando eu olho para It’s a Wonderful World me parece que há muito mais componente que o necessário. 

    Primeiramente acho aquele tabuleiro (além de horrível) completamente desnecessário. Ele serve apenas para apoiar cubos e apontar a ordem de resolução das produções, coisa que uma carta conseguia apontar. Depois vem a quantidade absurda de cubos, é divertido brincar com cubinhos, mas outra vez pensando como designer (mais gráfico e de produção do que de jogos) vejo que eles são bem inúteis. Daria para ter um marcador de produção ou armazenamento num pequeno tabuleiro individual ou até mesmo uma só cor de cubos ou outros marcadores, já que a cor a ser completada já está impressa na carta basta colocar o cubo marcando que já pagou. 

    Enfim, a sensação geral é que o jogo entrega no máximo a experiência de um card games das caixinhas da papergames, mas é vendido como o novo Terraforming Mars ou Tikal. Sem contar que enquanto ele é vendido por 350, o Tigris & Euphrates (clássico imperdiível) está encalhando sendo vendido a 130 reais por ai. 


    Mercado Recente de BG no Brasil

    Para terminar vou falar um pouco de preço. De início creio que alguns dos jogos que você comparou são comparações um pouco injustas. Os jogos ditos "evergreen" como Terraforming Mars, Catan: O Jogo, etc, possuem uma tiragem muito maior, que sem dúvida gera uma economia de escala a ponto de trazer alguns jogos mais baratos e teoricamente seria justificativa para que um jogo novo e desconhecido saia um pouco mais caro. Na época que trabalhei com editoração de livros via como era difícil trabalhar com impressão off-set. Só para calibrar a máquina o operador gastava em torno de 150 páginas A0, isso multiplicado por 4 cores CMYK e considerando que é necessário imprimir dos dois lados daria em torno de mil folhas jogadas fora apenas para calibrar a máquina. Dentro dessa situação nenhuma tiragem menor que mil cópias era possível.

    Mas o que acontece com It’s a Wonderful World é completamente diferente.

    Assim como você estou bem assustado com o valor cobrado atualmente pelos jogos. Vejo o preço que paguei nos meus jogos e me assusto todo dia com os preços hoje praticados, mas acho que isso teve um início: quando foram trazidos Twilight Imperium (Fourth Edition) e Gloomhaven. Eu mesmo nunca tinha comprado um jogo tão caro e estou com um TI4 agora do meu lado e acho que muita gente também ampliou seu gasto e seus parâmetros quando viu isso. A vinda desses dois jogos caros ao brasil tendo ambas as edições esgotado mostrou para a galápagos que o fundo do poço é muito mais embaixo. Que as pessoas estão dispostas a pagar muito mais caro do que estava sendo praticado e It’s a Wonderful World é um sintoma disso. (Quando eu falo galápagos espero que você entenda Asmodee, já que esse editora hoje faz parte de uma holding mundial com táticas bem mais agressivas de obter lucros, mas que também atende muito mais rápido e com mais qualidade)

    Me parece que já foi o tempo onde designers de jogos tinham de quebrar a cabeça para diminuir ao máximo os componentes de um jogo para que ele fosse barato o bastante para que um editora aceitasse o risco de publicá-lo. Os recursos de 7 Wonders, Oh My Gods!, Race for the Galaxy, mesmo de Projeto Gaia são resultado disso, mas parece que essa onda passou. Alguns designers desconhecidos como esse Frédéric Guérard hoje conseguem convencer uma editora a publicar um jogo tosco e sem lapidação e a editora aceita apenas porque as pessoas podem pagar.

    Hoje a diferença entre jogos euros e ameritrashes é muito mais sutil do que antigamente, mas acho que talvez o trash tenha apenas mudado de discurso. A crítica que gerou o nome ameritrash dizia que eram jogos cheios de maquiagem, belas miniaturas, mas que mecanicamente não tinham requinte algum. Talvez It’s a Wonderful World tenha inaugurado um novo marco, um novo paradigma ao ameritrash. O jogo de mecânicas copiadas de jogos euro estabelecidos, com milhares de componentes para ressaltar aos olhos, mas que não chega aos pés de nada que copia. Basicamente um produto ruim.  

    Enfim, me desculpe pelo enorme texto, mas acho realmente que estamos mimando essas editoras. Descobriram que á possível fazer design ruim e vender com arte bonita e muito marketing. Enquanto isso um clássico indiscutível, ao qual são escritos livros de aberturas como Tigris & Euphrates, fica encalhado e mesmo com uma arte e produção primorosas é vendido pela metade do preço do It’s a Wonderful World.

    Obrigado por compartilhar da meu incômodo e um abraço!


    Bravo!!
    Assino embaixo e ainda rubrico.
    Falando em preço.... gastei 100 reais na Steam na promoção de final de ano, que tá rolando ainda por sinal....peguei 11 jogos de tabuleiro (expansões e jogos)....
    Só pra vc ter uma ideia...peguei SmallWorld, Twillight Struggle, Through the Ages, Scythe com a expansão, a expansão do Spirit Island, Potion explosion.....entre outros....
    É claro que é mais legal jogar na mesa, com a galera e tal...mas com 100 reais eu não pagava um quarto do novo SmallWorld....fora q sou de cidade pequena e meu grupo é meu irmão e um camarada...q nem animam de jogar tanto assim...então as versões digitais estão dando muito certo pra mim.
    Galera...comprem menos e joguem mais. E outra, como vc disse do Tigris.....tem muita coisa boa e não tão cara....um Oh my goods! da vida não e tão caro e já diverte demais.
    Pena eu ter gastado tanto antes com consumismo besta...não fez falta a grana e tal....mas não repito esses erros de novo. Eu quase me peguei comprando o History of the world só pq estava barato na BF...sendo que minha lista da vergonha já tá grande demais. 
    Resumindo, não compro mais nada com esses preços caros...agora vou focar nos jogos q tenho...físicos e digitais...o único que quero pegar é o Brazil quando sair...isso se não vir custando uma paulada...q acho q será o caso...bem, se vier, meu suado dinheiro não vai levar.
    Parabéns pela resposta no tópico...excelente.

    3
  • iuribuscacio
    3182 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio05/01/21 00:22
    iuribuscacio » 05/01/21 00:22

    Ralvisprog::Acredito que a Lagartixa está voltando a  forçar hype através de influencers, com o intuito de não acontecer o encalhe.
    Outra coisa: o tal do mofo, ocorrendo em jogos com 1 a 2 anos de prateleira forçou a venda por preço de custo, o que no fim das contas é prejuízo. Alguém com certeza pagaria esta conta. E não foram só jogos nas lojas, mas também no estoque da editora que saíram dessa forma e com este preço.
    Por último,  se.o povo continuar caindo no hype  e pagando, vai sempre rolar aumento. Vide a série azul que sempre custou na faixa de 250 e retornou a prateleira esta semana com preço de 330. Quem estava esperando pra comprar, se ferrou. Melhor pegar usado. Agora, se.todos comprarem, a política de valores absurdos continuará.

    Caro Ralvisprog

    Concordo com você

    Enquanto as editoras cobrarem R$ 500,00 em um jogo de cartas, e tiver gente para comprar, elas vão continuar cobrando R$ 500,00 em jogos de carta. E o pior é que, por incrível que pareça, tem gente para pagar esse preço.

    Infelizmente o brasileiro, de um modo geral, tem muita dificuldade de organização e mobilização, mas principalmente de lutar pelos seus direitos. Eu nunca canso de repetir o exemplo dos coreanos em relação ao Tainted Grail, que a editora coreana local produziu com os erros mais grosseiros possíveis e cagou para as reclamações dos consumidores. Como eles não conseguiram nada pelos canais normais, foram para o BGG e deram uma enxurrada de notas 1 no jogo, a ponto de chamarem a atenção da Awaken Realms, a editora proprietária do jogo, que teve que intervir, para acalmar os ânimos e resolver a situação, e me parece que está negociando a reposição das peças com defeito. O pior, é que (eu não tenho certeza se essa informação está correta) me parece que foram apenas 150 coreanos. Aconteceu aqui, no Brasil, praticamente a mesma coisa com o Nemesis (que por um acaso também é da Awaken Realms), e se duvidar é difícil encontrar 15 boardgamers que sejam para fazer a mesma coisa.          

    Então é como você disse, enquanto as pessoas não estiverem dispostas a deixar de comprar um jogo que tenha preços abusivos, e inclusive correrem o risco de ficarem sem ele, causando o encalhe e conseqüente queda do preço, enquanto não se fizer isso, os preços evidentemente nunca baixarão. Do mesmo modo, enquanto as pessoas não preferirem ficar sem o jogo, e devolverem as cópias recebidas mofadas, situações completamente absurdas como essa continuarão se repetindo.

    Por fim, é lugar comum dizer que o mercado de boardgames brasileiro é muito jovem e que precisa amadurecer muito ainda. Mas o que as pessoas nem sempre percebem, é que esse termo “mercado”, na verdade se refere a nós boardgamers. Por isso enquanto o boardgamer brasileiro médio não amadurecer e parar de se deixar levar pelas opiniões de meia dúzia, e pelo hype que elas são capazes de produzir, nós vamos continuar convivendo com esses preços de mercado europeu, e qualidade de atendimento de republiqueta das bananas.

    Um forte abraço.

    Iuri Buscácio

    P.S. “Enquanto houver cavalo por aí, São Jorge não anda a pé”.

    2
  • PedroMVM
    730 mensagens MD
    avatar
    PedroMVM05/01/21 13:01
    PedroMVM » 05/01/21 13:01

    HU3Brutus::Qualidade do Jogo

    Quando vi esse jogo me deu realmente um susto. Primeiro que a arte com essa leve referência a Guerra Fria me deu uma sensação de que estava chegando um Twilight Struggle reformado. Fui atrás do que o jogo oferece e vi que essa referência é da linha colada com cuspe, nada disso se reflete na mecânica do jogo. 

    Depois vi que o jogo é um jogo de maquininha extremamente rápido, com muitas cartas que você puxa num draft e tenta construir. Isso já me despertou outra relíquia: Race for the Galaxy. Achei que chegara um jogo da altura do Puerto Rico Espacial em tabuleiro, mas também vi que não chega aos pés. Acho a comparação com 7 Wonders um pouco injusta, pois uma das maiores elegâncias do jogo do Bauza é a inexistência de recursos, as construções são pagas modularmente com a quantidade de produção instantânea. It's a Wonderful World entrega o contrário, você pode "construir" diversas cartas de uma vez, mas ao mesmo tempo consegue armazenar recursos de uma rodada para a outra guardando nos projetos que quer construir. 

    A última comparação vai pro Splendor que me dá uma sensação bem parecida, (180 reais) onde você cumpre contratos que aumentam a sua receita para cumprir contratos. Enfim, dada todas as comparações cheguei a conclusão que esse jogo não é capaz de ser melhor que nenhum dos que citei, e que são igualmente mais baratos. Quero até testar o jogo num futuro para ver o quanto pode ser divertido, mas com certeza não irei comprá-lo. (Até porque já comprei jogo demais). Não que o jogo não possa ser divertido, mas não dá para pagar isso num jogo mais ou menos, que não inova nada e que é pior que outros em quase tudo. O jogo nem tem tema, é um caixa-encaixa de cubinhos coloridos para bebês crescidos.


    Tiragem e Produção

    It’s a Wonderful World portanto, me parece o contrário da elegância. Um verdadeiro elefante branco na mesa. Quando falamos de elegância nos referimos a como um jogo usa dos recursos que possui extraindo o máximo de cada um deles. Vemos elegância nos baús de Oh My Goods! (que são cartas), por exemplo e quando eu olho para It’s a Wonderful World me parece que há muito mais componente que o necessário. 

    Primeiramente acho aquele tabuleiro (além de horrível) completamente desnecessário. Ele serve apenas para apoiar cubos e apontar a ordem de resolução das produções, coisa que uma carta conseguia apontar. Depois vem a quantidade absurda de cubos, é divertido brincar com cubinhos, mas outra vez pensando como designer (mais gráfico e de produção do que de jogos) vejo que eles são bem inúteis. Daria para ter um marcador de produção ou armazenamento num pequeno tabuleiro individual ou até mesmo uma só cor de cubos ou outros marcadores, já que a cor a ser completada já está impressa na carta basta colocar o cubo marcando que já pagou. 

    Enfim, a sensação geral é que o jogo entrega no máximo a experiência de um card games das caixinhas da papergames, mas é vendido como o novo Terraforming Mars ou Tikal. Sem contar que enquanto ele é vendido por 350, o Tigris & Euphrates (clássico imperdiível) está encalhando sendo vendido a 130 reais por ai. 

    Parabéns pela análise bem lúcida. Logo que vi o jogo notei que tinha muita firula nos componentes e poderia vir mais simplificado.
    Isso me lembra uma análise que o Alan Farias fez do Reykholt, onde apontou que o jogo tinha uma produção muito sofisticada para o que o jogo entrega. Também veio muito caro e com os erros de revisão que estão se tornando notórios.  O resultado é que o jogo encalhou e só foi bem vendido em novembro, durante a mofo friday.
    Este jogo tem tudo pra encalhar nas lojas e ser vendido somente na próxima mofo friday. Em novembro vamos conferir o preço dele.

    1
  • serial killer
    104 mensagens MD
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    serial killer05/01/21 19:21
    serial killer » 05/01/21 19:21

    as vezes quem ta comprando esses jogos nao sao jogadores. são colecionadores. 

    nosso hobby tem dois lados. os jogadores e os colecionadores. as vezes a pessoa acha q é jogador e nem sabe q na verdade só coleciona caixa bonita.

    entao esses jogos acabam sendo feitos pra colecionadores, que gastam com prazer pequenas fortunas pra ter itens glamorosos nas coleções. com mil dados brilhantes e cartas especiais e etc.

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  • Metalegit
    136 mensagens MD
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    Metalegit05/01/21 19:48
    Metalegit » 05/01/21 19:48

    Eu joguei esse jogo no TTS. Antes eu estava bastante animado e com vontade de comprar. Depois vi que o tema é inexistente e não interessante. Uma pena, porque a  mecânica é gostosinha e o jogo acaba sendo rapidinho. A superprodução do jogo acaba por apenas encarecê-lo. Se fosse uns 200 talvez pensasse em pegar. Vou aplicar meu dinheiro melhor.

    0
  • Jota Nogueira
    20 mensagens MD
    avatar
    Jota Nogueira05/01/21 20:33
    Jota Nogueira » 05/01/21 20:33

    HU3Brutus::Olá Iuri, 
    estava realmente esperando esse tópico!

    Na verdade esse jogo me incomoda tanto que eu mesmo também estava pra fazer esse tópico. Então concordo contigo em tudo. O jogo tá caro e não parece valer o quanto estão pedindo. Nesse sentido vou colocar a questão em alguns tópicos:


    • Qualidade do Jogo
    • Tiragem e Produção
    • Mercado Recente de BG no Brasil


    Qualidade do Jogo

    Quando vi esse jogo me deu realmente um susto. Primeiro que a arte com essa leve referência a Guerra Fria me deu uma sensação de que estava chegando um Twilight Struggle reformado. Fui atrás do que o jogo oferece e vi que essa referência é da linha colada com cuspe, nada disso se reflete na mecânica do jogo. 

    Depois vi que o jogo é um jogo de maquininha extremamente rápido, com muitas cartas que você puxa num draft e tenta construir. Isso já me despertou outra relíquia: Race for the Galaxy. Achei que chegara um jogo da altura do Puerto Rico Espacial em tabuleiro, mas também vi que não chega aos pés. Acho a comparação com 7 Wonders um pouco injusta, pois uma das maiores elegâncias do jogo do Bauza é a inexistência de recursos, as construções são pagas modularmente com a quantidade de produção instantânea. It's a Wonderful World entrega o contrário, você pode "construir" diversas cartas de uma vez, mas ao mesmo tempo consegue armazenar recursos de uma rodada para a outra guardando nos projetos que quer construir. 

    A última comparação vai pro Splendor que me dá uma sensação bem parecida, (180 reais) onde você cumpre contratos que aumentam a sua receita para cumprir contratos. Enfim, dada todas as comparações cheguei a conclusão que esse jogo não é capaz de ser melhor que nenhum dos que citei, e que são igualmente mais baratos. Quero até testar o jogo num futuro para ver o quanto pode ser divertido, mas com certeza não irei comprá-lo. (Até porque já comprei jogo demais). Não que o jogo não possa ser divertido, mas não dá para pagar isso num jogo mais ou menos, que não inova nada e que é pior que outros em quase tudo. O jogo nem tem tema, é um caixa-encaixa de cubinhos coloridos para bebês crescidos.


    Tiragem e Produção

    It’s a Wonderful World portanto, me parece o contrário da elegância. Um verdadeiro elefante branco na mesa. Quando falamos de elegância nos referimos a como um jogo usa dos recursos que possui extraindo o máximo de cada um deles. Vemos elegância nos baús de Oh My Goods! (que são cartas), por exemplo e quando eu olho para It’s a Wonderful World me parece que há muito mais componente que o necessário. 

    Primeiramente acho aquele tabuleiro (além de horrível) completamente desnecessário. Ele serve apenas para apoiar cubos e apontar a ordem de resolução das produções, coisa que uma carta conseguia apontar. Depois vem a quantidade absurda de cubos, é divertido brincar com cubinhos, mas outra vez pensando como designer (mais gráfico e de produção do que de jogos) vejo que eles são bem inúteis. Daria para ter um marcador de produção ou armazenamento num pequeno tabuleiro individual ou até mesmo uma só cor de cubos ou outros marcadores, já que a cor a ser completada já está impressa na carta basta colocar o cubo marcando que já pagou. 

    Enfim, a sensação geral é que o jogo entrega no máximo a experiência de um card games das caixinhas da papergames, mas é vendido como o novo Terraforming Mars ou Tikal. Sem contar que enquanto ele é vendido por 350, o Tigris & Euphrates (clássico imperdiível) está encalhando sendo vendido a 130 reais por ai. 


    Mercado Recente de BG no Brasil

    Para terminar vou falar um pouco de preço. De início creio que alguns dos jogos que você comparou são comparações um pouco injustas. Os jogos ditos "evergreen" como Terraforming Mars, Catan: O Jogo, etc, possuem uma tiragem muito maior, que sem dúvida gera uma economia de escala a ponto de trazer alguns jogos mais baratos e teoricamente seria justificativa para que um jogo novo e desconhecido saia um pouco mais caro. Na época que trabalhei com editoração de livros via como era difícil trabalhar com impressão off-set. Só para calibrar a máquina o operador gastava em torno de 150 páginas A0, isso multiplicado por 4 cores CMYK e considerando que é necessário imprimir dos dois lados daria em torno de mil folhas jogadas fora apenas para calibrar a máquina. Dentro dessa situação nenhuma tiragem menor que mil cópias era possível.

    Mas o que acontece com It’s a Wonderful World é completamente diferente.

    Assim como você estou bem assustado com o valor cobrado atualmente pelos jogos. Vejo o preço que paguei nos meus jogos e me assusto todo dia com os preços hoje praticados, mas acho que isso teve um início: quando foram trazidos Twilight Imperium (Fourth Edition) e Gloomhaven. Eu mesmo nunca tinha comprado um jogo tão caro e estou com um TI4 agora do meu lado e acho que muita gente também ampliou seu gasto e seus parâmetros quando viu isso. A vinda desses dois jogos caros ao brasil tendo ambas as edições esgotado mostrou para a galápagos que o fundo do poço é muito mais embaixo. Que as pessoas estão dispostas a pagar muito mais caro do que estava sendo praticado e It’s a Wonderful World é um sintoma disso. (Quando eu falo galápagos espero que você entenda Asmodee, já que esse editora hoje faz parte de uma holding mundial com táticas bem mais agressivas de obter lucros, mas que também atende muito mais rápido e com mais qualidade)

    Me parece que já foi o tempo onde designers de jogos tinham de quebrar a cabeça para diminuir ao máximo os componentes de um jogo para que ele fosse barato o bastante para que um editora aceitasse o risco de publicá-lo. Os recursos de 7 Wonders, Oh My Gods!, Race for the Galaxy, mesmo de Projeto Gaia são resultado disso, mas parece que essa onda passou. Alguns designers desconhecidos como esse Frédéric Guérard hoje conseguem convencer uma editora a publicar um jogo tosco e sem lapidação e a editora aceita apenas porque as pessoas podem pagar.

    Hoje a diferença entre jogos euros e ameritrashes é muito mais sutil do que antigamente, mas acho que talvez o trash tenha apenas mudado de discurso. A crítica que gerou o nome ameritrash dizia que eram jogos cheios de maquiagem, belas miniaturas, mas que mecanicamente não tinham requinte algum. Talvez It’s a Wonderful World tenha inaugurado um novo marco, um novo paradigma ao ameritrash. O jogo de mecânicas copiadas de jogos euro estabelecidos, com milhares de componentes para ressaltar aos olhos, mas que não chega aos pés de nada que copia. Basicamente um produto ruim.  

    Enfim, me desculpe pelo enorme texto, mas acho realmente que estamos mimando essas editoras. Descobriram que á possível fazer design ruim e vender com arte bonita e muito marketing. Enquanto isso um clássico indiscutível, ao qual são escritos livros de aberturas como Tigris & Euphrates, fica encalhado e mesmo com uma arte e produção primorosas é vendido pela metade do preço do It’s a Wonderful World.

    Obrigado por compartilhar do meu incômodo e um abraço!


    Parabéns por esse texto maravilhoso!!

    1
  • iuribuscacio
    3182 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio06/01/21 01:52
    iuribuscacio » 06/01/21 01:52

    HU3Brutus:: Olá Iuri, 
    estava realmente esperando esse tópico!

    Na verdade esse jogo me incomoda tanto que eu mesmo também estava pra fazer esse tópico. Então concordo contigo em tudo. O jogo tá caro e não parece valer o quanto estão pedindo. Nesse sentido vou colocar a questão em alguns tópicos:




    • Qualidade do Jogo
    • Tiragem e Produção
    • Mercado Recente de BG no Brasil


    ...

    Enfim, me desculpe pelo enorme texto, mas acho realmente que estamos mimando essas editoras. Descobriram que á possível fazer design ruim e vender com arte bonita e muito marketing. Enquanto isso um clássico indiscutível, ao qual são escritos livros de aberturas como Tigris & Euphrates, fica encalhado e mesmo com uma arte e produção primorosas é vendido pela metade do preço do It’s a Wonderful World.

    Obrigado por compartilhar do meu incômodo e um abraço!



    Metalegit:: Eu joguei esse jogo no TTS. Antes eu estava bastante animado e com vontade de comprar. Depois vi que o tema é inexistente e não interessante. Uma pena, porque a  mecânica é gostosinha e o jogo acaba sendo rapidinho. A superprodução do jogo acaba por apenas encarecê-lo. Se fosse uns 200 talvez pensasse em pegar. Vou aplicar meu dinheiro melhor.



    Caro HU3Brutus

    Eu pensei bastante (e por isso acabei demorando) antes de responder o seu texto, porque ele está muito bom e suscita profundas reflexões, não apenas quanto ao “It’s a Wonderful World”, mas em relação ao mercado brasileiro de board games em geral. Assim sendo, com todo o respeito, não me leve a mal, mas

    PORRA ESTEVÃO!!!!!!!!

    Meu camarada, eu escrevi esse tópico especificamente para que algum “abençoado” me mostrasse o que é que o raio do “It’s a Wonderful World” tem, que eu não consigo ver, e aí vem você e me mostra exatamente o que é que o jogo não tem! Parece até música do Dorival Caymmi “o que é que o jogo não tem, mecânica nova não tem, componente adequado não tem, profundidade não tem, preço baixo também nããããão tem....!!!  Desse jeito, você me deixa cada vez mais convicto que minha primeira impressão estava correta, e de que esse jogo não passa de um engodo.

    Obrigado, obrigado, muito, muito, mas muito obrigado mesmo, parceiro!!!!!

    Brincadeiras a parte, eu concordo com tudo que você disse no seu excelente texto. Eu ainda não joguei o “It’s a Wonderful World”, e pode ser que quando eu consiga experimentá-lo, minha percepção mude, e eu ache o jogo até mesmo divertido. Mas independente disso, tudo que assisti e li até agora a respeito, só reforça a minha impressão de que o designer pegou um jogo clássico consagrado, no caso o “7 Wonders”, resolveu simplificar tudo e torná-lo mais acessível. Assim, não é preciso mais nem separar as cartas no set-up, basta abrir a caixa, montar o tabuleiro, embaralhar as cartas todas juntas, distribuir “a mão” dos jogadores, e começar a jogatina. Alguém pega uma carta do amiguinho de um lado e passa uma das suas cartas para o amiguinho do outro lado, e assim por diante. O grande problema é que com isso, o designer acabou tirando um dos pontos principais que torna o “7 Wonders” o “7 Wonders”, que é justamente a elegância, como você muito bem descreveu no texto.

    Fica parecendo que alguém pegou o “Xadrez” (assim mesmo, começando com maiúscula, e destacado entre aspas, porque esse velho e distinto senhor merece todo o nosso respeito), resolveu simplificar, transformou todos os diferentes personagens em um mesmo tipo de peça, com o mesmo movimento diagonal, uma casa para frente (quando chegar na linha final a peça ganha esteróides e vira uma super-peça, com um movimento maior), depois jogou fora todas aquelas outras regrinhas chatas, que só serviam para atrapalhar. Pronto, nós temos aqui o “Damas”, que é um “Xadrez” mais moderno e mais objetivo, que é só sentar e jogar, sem precisar decorar aquele monte de regra sem sentido. Com todo respeito “às Damas”, mas esse jogo pode ser mais simples, mais fácil, mas rápido, porém, do mesmo modo que o “Jogo da Velha” não está no mesmo nível de “Damas”, este também não está, e certamente jamais estará, no mesmo nível do “Xadrez”, o que não é nenhum desdouro, mas apenas uma constatação. Eu acho que acontece a mesma coisa em relação ao “7 Wonders” e ao “It’s a Wonderful World”, e, cada vez, encontro mais motivos para pensar assim.

    Veja bem, eu não tenho absolutamente nada contra jogos simples, desde que sejam divertidos, bastando dizer que meus jogos preferidos são o “Dixit” e o “Pega em 6”, que são dois primores de simplicidade, qualquer um aprende jogando, mesmo sem ter jogado antes. Além disso, falando em simplicidade, não dá para deixar de citar o Erasmo Carlos, que disse que “...se o simples fosse fácil, já teriam feito outro parabéns para você”!. O que eu sou radicalmente contra é pegar um jogo excelente, como o “7 Wonders”, reduzi-lo ao mínimo, deixar a temática quase inexistente, e depois reapresentá-lo com uma nova roupagem, como se fosse uma nova implementação do jogo original, que veio substituí-lo com toda a pompa e circunstância. Só para garantir, o designer ainda enche o jogo de cubinhos, porque assim fica mais bonito, e porque jogo bom tem de ter cubinho, caso contrário não é um euro que preste. Voilá, chegou ao mercado o “7 Wonders” killer! A cereja do bolo é que o jogo ainda por cima é vendido a um preço bem superior ao do jogo original.

    Então minhas restrições não são especificamente quanto ao “It’s a Wonderful World”, até mesmo porque ainda não o joguei. Mas é no mínimo curioso, que o feedback dado, tanto por quem gostou do jogo, quanto por quem não gostou, seja no sentido de que ele é uma nova implementação simplificada do “7 Wonders”. Essa conclusão não é minha, mas sim foi retirada diretamente dos tópicos e comentários sobre o jogo. Portanto, a minha restrição é em relação ao fato do jogo ser anunciado como algo que ele não é, ou seja, um “7 Wonders” melhorado, em função da simplificação das regras. Da mesma forma, o preço do “It’s a Wonderful World” também é preço de um jogo que ele não é. Nesse sentido, o Metalegit pontuou muito bem a questão, porque se esse jogo estivesse sendo vendido por R$ 200,00, um preço mais adequado, talvez não houvesse tantas restrições a ele. Inclusive, acredito firmemente que com esse preço, mais próximo de sua realidade, o jogo venderia muito mais, e renderia muito mais dinheiro para a Galápagos.

    Quanto às comparações, que podem parecer injustas, principalmente considerando o calibre de jogos como “7 Wonders”, “Azul” e até o “Splendor” (que acho inferior aos dois primeiros. mas ainda assim um jogão), tais comparações não foram minhas, mas sim retiradas de outros tópicos do “It’s a Wonderful World”. E isso é até natural, no caso do “7 Wonders”, dada a similitude das mecânicas. No caso do uso do “Terraforming Mars”, aí eu confesso a autoria do delito, mas, em minha defesa quero acrescentar que só fiz isso, para explicitar o quanto o “It’s a Wonderful World” está caro, e que outros jogos, muito superiores, podem ser comprados com o mesmo dinheiro.

    Outro fator que me chamou muito a atenção, e que também foi muito bem pontuado no texto, é que ultimamente tem se verificado nos boardgames a utilização de alguns componentes, não porque sejam fundamentais para o jogo, mas sim como uma justificativa, para cobrar mais caro, como foi o caso do uso dos cubinhos do “Its a Wonderful World”. Fica parecendo que o designer inseriu os cubinhos no jogo, para que as pessoas tenham a sensação de estar jogando um “euro médio”, e assim cobrar mais caro, quando a realidade do jogo é completamente diferente.

    Recentemente, em outro tópico, eu acabei me envolvendo em uma polêmica com outro jogo, que eu acho que tem muito a ver com essa questão do excesso de componentes, como justificativa para o aumento do preço. Eu não vou citar o nome do jogo, por que fui injustamente acusado de promover uma cruzada contra ele, e de estar ali apenas fazendo onda para chamar a atenção, e, definitivamente, não quero reacender uma discussão encerrada. De todo modo, eu não vou dizer aqui que o jogo era uma cópia fantasiada do “Sagrada”, porque haviam algumas sutis diferenças, mas era o mais próximo que se poderia chegar de aproveitar a mecânica do “Sagrada”, sem efetivamente copiá-lo. Além disso, o tema do jogo em questão era, digamos assim, mais festivo, que o do “Sagrada”. Eu acho até que aquele jogo deve ter o seu valor, mas o problema é que ele, além de aproveitar excessivamente a mecânica de outro jogo, o seu preço também era muito alto, na casa de R$ 350,00. A justificativa para esse preço, não era porque a licença custou caro e a editora foi obrigada a produzi-lo na China. Até porque, no caso desse jogo, a licença pertence à própria editora nacional que o lançou. O que justificava o alto preço, no entendimento da editora, foi porque, em primeiro lugar o jogo seria impresso nas mesmas fábricas dos board games internacionais, na China (o que é estranho, porque todas as editoras mundiais imprimem jogos na China porque lá é mais barato), e porque o jogo viria com 150 dados coloridos translúcidos (depois esse número inclusive aumentou para 180 dados). Eu achei o preço muito caro, porque 150 ou até mesmo 180 dados, que eram o grande diferencial do preço do jogo, mesmo que coloridos e mesmo que translúcidos, não são tão caros assim. Eu fiz uma pesquisa de preço e encontrei dados translúcidos coloridos a R$ 1,03, no varejo. Então se a empresa conseguisse obter no atacado R$ 0,50 por dado, o que já é um preço absurdamente alto para grandes quantidades, os 180 dados, que era o mais caro do jogo, sairiam por R$ 90,00 (o resto dos componentes eram meia dúzia de cartonados). Na China esse preço, para o conjunto de dados, seria ainda menor. Nesse caso a pergunta que fica é a seguinte: se a editora não teve de pagar uma licença internacional, que realmente pode sair muito caro, e se os componentes mais dispendiosos do jogo sairiam, na pior das hipóteses por R$ 90,00, o que é que estava consumindo os outros R$ 260,00 do preço do jogo? Só para se ter uma idéia, do quanto o preço era alto, uma cópia lacrada do “Sagrada” custava na época R$ 200,00 (e ainda custa). Mas o jogo tinha de ser caro mesmo, porque afinal ele seria produzido na China e teria 180 dados coloridos e translúcidos.   

    Antes que alguém resolva me tacar pedra por voltar a tocar nesse assunto, eu quero esclarecer que só falei nesse jogo acima, porque ele cai exatamente naquilo que foi escrito no texto, a respeito de componentes excessivos. Não há mais uma preocupação com a otimização de componentes, para baratear o custo de produção. O que se verifica hoje, e não é só apenas em relação ao “It’s a Wonderful World”, é justamente o contrário, ou seja, se inclui mais componentes (fichas, cubinhos e tabelas), mesmo que eles sejam totalmente indiferentes para a mecânica do jogo, porque assim ele fica mais vistoso na mesa, e, consequentemente, é possível elevar o seu preço a um patamar muito acima daquilo que o jogo realmente é, e daquilo que ele entrega.    

    Essa estratégia de preços altíssimos para tiragens pequenas, adotada como um mantra pelas editoras nacionais, em especial as “Quatro Grandes” (Galápagos, Conclave, Devir e Mepple BR) na minha opinião, já expressada em outros tópicos, é um contra-senso. Isso porque se tem uma coisa que o exemplo da ascensão da China ao status de superpotência econômica mundial é justamente que se ganha muito mais dinheiro, vendendo uma quantidade muito maior de produtos, a um preço mais baixo. Daí, não dá para entender a Galápagos preferir lançar uma tiragem menor, a um preço maior do “It’s a Wonderful World”, como acontece repetidas vezes com outros jogos e outras editoras.   

    Para terminar, eu quero dizer que, obviamente, ainda vou dar uma chance ao “acusado” de se defender, ou seja, certamente vou experimentar o jogo quando tiver chance. Mas, por tudo que já foi dito, tanto nesse tópico, quanto em alguns outros, já dá para chegar à conclusão de que o jogo pode ser até divertido na sua rapidez, simplicidade e fluidez, mas certamente ele não é páreo, nem de longe, para o “7 Wonders”, e certamente não vale o seu preço de mercado. Melhor esperar pela Black Friday desse ano, e (Deus Me Livre e Guarde, Te Esconjuro, Vade Retro Satanás), comprar algum produto anti-mofo.

    Um abraço.

    Iuri Buscácio

    P.S. Ver jogos que serão lançados hoje, e esquecidos amanhã, custando quase três vezes o preço do “Tigre e Eufrates”, um verdadeiro clássico, é realmente de cortar o coração. 

    P.S.2 (segundo post scriptum, e não o videogame – se o LuisPerdomo pode, eu posso também!!!!!) HU3Brutus, se desculpar comigo por texto grande, é no mínimo, no mínimo, uma provocação, meu camarada HAHAHAHA!!!!! Você só pode estar de brincadeira. Mais uma vez, parabéns pelo seu texto.

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