Olá galera, voltando hoje para apresentar uma resenha do jogo Kardnarok. O mesmo ainda está em desenvolvimento, mas já possui uma versão final do projeto e logo deve entrar em financiamento coletivo.
Sobre o Jogo
Kardnarok é um jogo para 2 a 4 jogadores, com tempo médio de 60 minutos por partida. Seu tema é voltado para os reinos Vikings e traz como as suas principais mecânicas a Gestão de mão e Forçar a sorte.
A ideia base do Kardnarok é a de ser um jogo de conflito entre os jogadores. Durante o seu turno, basicamente você vai atacar um dos outros jogadores presentes na mesa, tentando ganhar o conflito contra ele para assim ganhar o "prêmio pela sua cabeça". Porém, não se deixe enganar pela ideia simples do jogo, pois por trás dessa ideia há todo um sistema de combate muito bom e muito bem elaborado, onde a cada turno os jogadores formam estratégias de combate que são aplicadas em combates únicos.
Como Funciona o Turno
Na vez de cada jogador, todos na mesa irão colocar as suas tropas acima do seu cartão de reino, essas tropas estão sempre viradas para baixo, secretas a todos os jogadores. O jogador da vez escolhe um dos jogadores na mesa para ser alvo do seu ataque, e após selecionados os jogadores revelam suas tropas em mesa para começar a somar seus bônus de ataque e assim ver quem vai ganhar o combate. No entanto, o combate possui vários pontos de estratégias diferentes que podem ser traçadas de acordo com a situação de cada jogador, desde o ritual feito a um dos deuses, às cartas de tropas em mesa, à sua carta de herói em mesa, aos combos de runas, até mesmo se você está atacando ou defendendo e as cartas de Nornas. Todos esses pontos são essenciais para o combate do jogo. Eu vou tentar explicar brevemente como funcionam os principais elementos do combate, juntamente com a descrição de alguns dos componentes do jogo.
Vamos começar pelo básico, cada jogador controla um rei ou rainha viking (o jogador escolhe com qual vai jogar, mas eles não têm diferenças entre si). No playboard do jogador que é chamado de cartão de reino, vem todas as informações básicas que o jogador precisa no jogo, tais como os efeitos ao fazer o seu ritual aos deuses, o local onde colocar suas tropas, uma belíssima ilustração do seu rei, e acima dessa ilustração o "prêmio pela sua cabeça".
Um dos principais pontos que os jogadores devem ver na sua ficha de reino são as vantagens que os deuses podem lhes oferecer durante os combates. Cada deus possui um bônus específico que pode ser usado em rotação, por exemplo, quando você faz um ritual para Odin, você só vai poder fazer esse ritual novamente após fazer um ritual para Thor e outro para Frey, proporcionando assim uma rotação nos rituais e impossibilitando o uso sempre do mesmo ritual pelos jogadores.
Seus exércitos são a força base do seu reino, e todos os jogadores sempre vão colocar na mesa um herói e duas tropas. As cartas de heróis e tropas funcionam como um combo na sua mesa de jogo, o herói é sua carta base e é auxiliado pelas suas tropas. Funciona da seguinte forma, seu herói possui um valor base de ataque e uma habilidade, essa habilidade é ativada quando as suas duas tropas que são colocadas em combate junto com ele fornecem um combo específico de runas pedido pelo herói.
As cartas de heróis possuem um valor base de ataque e um bônus que pode ser aplicado se as combinações de runas solicitadas por ele forem atendidas.
Cartas de Tropas são bem similares às cartas de heróis, tendo em sua composição o seu valor de ataque, a runa que ela pode fornecer ao herói e uma habilidade.
As três cartas somam 6 Forças, pois cada Guerreiro usado no exército vale 2 Forças e o Herói também. Porém, quando a Guerreira Campeã está no exército ao lado da Seidkona, ela recebe um bônus de +2 Forças, o que totaliza 8 Forças até agora. Por fim, a Heroína Freydís pede uma combinação de runas que as Guerreiras atendem (Ynguz + Algiz), e isso gera um bônus de +3 Forças. Então, a soma total com os bônus desse exército chega a 11 Forças.
Por fim, temos as cartas de Nornas, essas cartas são usadas antes e durante o combate para aplicar efeitos diversos para ambos os lados dos jogadores. A cartas de Nornas são o grande fator que podem mudar completamente um combate durante o jogo, seus diversos efeitos quando aplicados na mesa durante o combate podem virar completamente a situação do jogo. Os jogadores podem usar quantas cartas de Nornas quiserem durante um combate, sempre aplicando o seu efeito após jogá-la.
Além disso, o jogo conta com um sistema de mercenário, onde os dois jogadores envolvidos no combate podem contratar os jogadores de fora de combate pelos seus serviços em campo de batalha. Os jogadores mercenários podem auxiliar o jogador com suas cartas de Nornas, podendo jogar até duas cartas para auxiliá-lo em combate. O contrato dos mercenários é feito como um tipo de leilão, onde os jogadores oferecem dinheiro pela ajuda dos jogadores de fora do combate, o valor é negociado pelos jogadores, proporcionando uma dinâmica muito boa entre todos os jogadores da mesa e eliminando bastante a presença de downtime do jogo.
Aqui temos um exemplo de carta de Nornas que temos no jogo, no campo de texto temos o efeito que ela aplica quando utilizada, que da +1 de força quando está sendo usada no ataque ou disponibiliza um guerreiro para seu reino.
Outro ponto que influencia totalmente no desenrolar de toda a rodada do jogo é o cartão de Ragnarok. No cartão estão descritos os seus efeitos, que são aplicados para todos os jogadores durante aquela rodada, o número de cartas na mão que os jogadores podem ter durante aquela rodada (esse valor diz ao jogador quantas cartas de tropas e Nornas ele pode ter em qualquer combinação), e um efeito que é aplicado constantemente durante toda a roda de jogo.
Essa carta de Ragnarok diz que todos os jogadores vão ter 8 cartas na mão, selecionados por eles entre qualquer combinação de tropas e nornas, abaixo temos uma breve historia sobre a carta e mais abaixo o efeito que ela aplica durante toda a rodada.
Considerações
Bem, eu já venho acompanhando o Kardnarok há muito tempo, desde quando vi a primeira carta do jogo com a sua bela ilustração, bem lá no início do projeto, e para ser muito sincero o jogo me ganhou ali mesmo. Eu acompanhava o jogo, porém nunca tinha parado para ir atrás de ver como o jogo funcionava em mesa ou quais as mecânicas que seriam aplicadas nele. Eu fui deixando de lado essa parte, e pensava em ver mais sobre isso quando o jogo fosse lançado. No entanto, eu tive a grande oportunidade de testar o jogo pelo Tabletop, juntamente com outros jogadores, e claro, eu fui sem saber de nada do jogo, nem como ele funcionava, mas o que eu vi em mesa foi uma surpresa tão grande que vou tentar passar um pouco da minha experiência aqui para vocês.
Lembrando que eu só joguei o jogo uma vez e apenas uma rodada, posso ter esquecido de algumas regras e me falhar a memória em alguns detalhes do jogo.
Esse e o tabuleiro de força, onde e marcado a força do seu exercito durante o combate.
Para começar, não tem como ser por outro ponto que não seja o combate, a princípio, quando vi que o jogo se tratava somente de fazer ataques contra os outros jogadores, achei que o mesmo poderia ser monótono, porém o meu achismo foi jogado no chão e pisoteado logo após a primeira rodada de combate. Sim, o jogo ainda é de combates diretos, mas as mecânicas aplicadas e usadas em combate, com as cartas de heróis combando com as cartas de tropas e a grande variedade de cartas de Nornas deixam o jogo muito dinâmico e repleto de estratégias possíveis de serem aplicadas pelos jogadores. Além disso, a possível entrada dos outros jogadores no combate, na forma de mercenários, ja dá outra cara e estratégia ao combate, pois as cartas de Nornas que eles poderão usar para ajudar o seu contratante podem virar completamente o rumo do combate.
Mesa com o jogo em andamento.
A dinâmica de interações entre todos os jogadores da mesa é muito boa. Mesmo quando você não está atacando os se defendendo em combate, você fica instigado a prestar atenção na mesa para ver qual lado vai lhe pagar mais pela sua ajuda, esse leilão pela ajuda dos jogadores de fora do combate é muito interessante e faz com que todos os jogadores participem constantemente do jogo. Um coisa que o desenvolvedor do jogo (o Alexander) falou para nós durante a partida é que esse sistema de mercenário foi implementado depois de algum tempo de testes do jogo, de acordo com ele, os jogadores que testaram as primeiras versões do jogo, acharam que os jogadores que ficavam de fora do combate, passavam muito tempo esperando a sua vez de jogar, e isso é bem verdade, creio que essa mecânica foi muito bem implantada e eliminou fácil a questão do downtime entre as jogadas.
Carta de Nornas.
Outro ponto muito bom do jogo, e que me agradou muito, foi o sistema de combo de runas, é algo bem simples, mas que torna a sua estratégia de combate muito eficaz dentro de jogo, pois tentar combar as runas para ajudar seu herói é muito importante, mas não quer dizer que você vai perder o combate se não conseguir fazer o combo do seu herói. Esse sistema foi muito bem criado e aperfeiçoado no meu ponto de vista, dando a possibilidade de vitória para ambos os lados, seja ganhando os benefícios do combo de herói ou tirando mais proveito das cartas de Nornas.
No geral, mesmo Kardnarok tratando-se de um jogo de confrontos diretos entre jogadores, ele entrega isso muito bem, de uma forma simples, mas com um ótimo nível de estratégia e interação entre os jogadores. Se você e seu grupo gostam dessa mecânica de conflitos e intrigas, esse é o jogo perfeito para o seu grupo, pois ele vai proporcionar isso muito bem.
Carta de Herói.
Por fim, quero deixar duas ressalvas para dois pontos do jogo que não influenciam na mecânica em si do mesmo, mas que tenho que citar. Em primeiro lugar a arte do jogo, como eu falei acima, o jogo me ganhou logo de cara pela sua arte bem única e peculiar, eu particularmente não vi nenhum outro jogo com uma arte nesse estilo, e a mesma ficou muito bem aplicada em todos os componentes do jogo. Segundo, a dedicação que o desenvolvedor teve na sua busca por fatos históricos para implementar no jogo e deixá-lo o mais tematizado possível, ele disse durante a partida que todas as cartas de heróis (que possuem nomes únicos), reis e rainhas de todo o jogo, são figuras históricas que existiram na vida real, todos os personagens presentes no jogo já tiveram sua vida em terra e agora estão no Valhala. Esse tipo de adição a um projeto é muito boa, pois vemos que o autor tem carinho pelo seu projeto e tentou mantê-lo o mais fidedigno possível a acontecimentos reais, inclusive você pode conhecer melhor cada uma das cartas do jogo escaneando um QR CODE em cada uma das cartas.
Quero deixar aqui meus agradecimentos ao Alexander por ter me convidado a fazer parte do teste desse jogo, fico muito feliz por ter tido essa oportunidade e mais feliz ainda por ver o jogo em mesa e ver que ele é bem mais do que eu estava esperando.
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