Para quem acompanha a JogaMana no instagram, sabe que toda quarta-feira falamos das mulheres nos jogos de tabuleiro! Confira abaixo a segunda parte das desenvolvedoras de jogos que já rolou até agora nas nossas redes sociais. A primeira parte você pode conferir
aqui. Bora prestigiar o trabalho incrível da mulherada:
Sabrina do Valle é autora do célebre card game
Sereias, lançado pela @potatocatgames. Nele, as jogadoras assumem papéis de regentes musicais que devem reunir sereias de vozes diferentes para encantar os navios.
Mas não para por aí! A designer conta com vários outros jogos em seu portfólio, como o
Stellarium (o antigo Lunetas, que participou do concurso de protótipos da @precisamentejogos), no qual devemos reconhecer com destreza padrões de belas estrelas;
Shodo (feito em conjunto com Andreza Farias) em que cada jogadora é uma aprendiz da arte da escrita japonesa tentando aperfeiçoar suas técnicas. Outros jogos da autora são
Taquara-Castelo e
Os Moscovis, os quais a própria Sabrina conta pra gente em sua entrevista para a JogaMana
aqui!
Além disso, Sabrina é uma das organizadoras do evento Board Game Girls no RJ, que promove uma maior participação das mulheres nos jogos em um ambiente seguro.
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Peggy Chassenet é socióloga e trabalhou no mundo dos vídeo games também. Ela é autora do famoso
T.I.M.E. Stories, lançado em 2015, um jogo narrativo e cooperativo que foi premiado como melhor jogo em 2016 na feira de jogos do Reino Unido.
T.I.M.E stories é um jogo de exploração de baralho no qual cada uma de nós assume a identidade de agentes temporais para concluir missões e desvendar enigmas ao longo do jogo.
Cada história só pode ser jogada uma vez, mas não se preocupe, pois já existem várias expansões para serem exploradas!
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Karen Seyfarth é autora de
Thurn and Taxis, lançado em 2006 e vencedor do Spiel des Jahres desse mesmo ano (além de ter ganho muitos outros prêmios e nominações pelo jogo).
Thurn and taxis é o nome de uma família alemã que é considerada a precursora do sistema postal internacional. Nesse jogo, as jogadoras deverão construir rotas de correio pela região da Baviera e coletar pontos bônus de maneiras variadas. O jogo se destaca por sua simplicidade, mas por ser ao mesmo tempo bem estratégico.
Se você ficou curiosa sobre a história dessa antiga família alemã , o blog da @
jogadahistorica
Tem um post bem aprofundado sobre esse assunto.
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Nina Håkansson é uma das autoras de
Nations, um jogo da editora Lautapelit.fi, que ganhou dois prêmios em 2014 (Jogo do ano e o JUG, ambos de Portugal) e foi também indicado para vários outros.
Nations é um jogo de civilização no qual as jogadoras devem desenvolver a melhor nação possível, começando na pré-história ate o início da primeira guerra mundial. Cada nação deverá promover uma economia estável e também construir sua herança cultural para o mundo. Ganha o jogo quem conseguir administrar melhor sua nação para ter a maior quantidade de pontos de vitória no final da partida.
Um ponto interessante para se notar é que muitas vezes os jogos do gênero “civilização” não possuem mulheres em seu repertório histórico (como o
The Flow of History que não possui nenhuma mulher dentre as personalidades ou
Through The Ages: Uma Nova História da Civilização, que tem apenas a Joana D’arc como figura histórica no jogo base). Em Nations temos a representação feminina na própria arte do jogo e também aparecem várias figuras femininas históricas como a Cleópatra, a rainha Victoria, a Imperatriz Cixi, dentre outras. É realmente raro esse tipo de presença feminina na narrativa de jogos de civilização.
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Marsha J. Falco é autora de uma série de jogos de cartas. Seu jogo mais conhecido é o
Set, criado em 1974, enquanto ela trabalhava como geneticista estudando padrões genéticos da epilepsia (um fator importante que refletiu na concepção do seu primeiro jogo, pois SET é um card game de reconhecimento de padrões, no qual as jogadoras tentam identificar simultaneamente conjuntos de cartas). O jogo foi um sucesso em seu lançamento e recebeu diversas premiações. Aqui, no Brasil, SET foi lançado ao longo dos anos por diversas editoras como a @galapagosjogos, @devirbrasil e @copagoficial.
Outros jogos criados pela designer são:
Quiddler,
Five Crowns,
Karma, Wordspiel e
Xactika. Todos são cardgames simples, mas desafiadores.
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Mandy Goddard é coautora dos jogos
Lotus (2016),
Death Note: Confrontation (2018) e Gates of Delirium (2019). A designer começa sua carreira em 2016 com Lotus, que é um belíssimo jogo de cartas ainda pouco conhecido aqui no Brasil. Nesse cardgame, as jogadoras cuidam habilmente de um jardim de flores de Lótus, com ajuda das criaturas nativas da terra, para obter a maior quantidade de pontos de vitória. O jogo foi indicado para o prêmio de melhor arte e apresentação no Golden Geek de 2016.
A autora também criou Gates of Delirium (baseado no universo do Cthulhu) e o jogo de dedução e controle de área para 2 pessoas baseado no Mangá/Anime do Death Note, no qual cada jogadora assume um papel (L e Kira da série) e entram num esquema de perseguição.
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Yu-Shen Tseng é coautora de
Burano, lançado em 2015 pela @emperors4games.
Nesse jogo nos encontramos na Idade Média em Burano, uma ilha localizada em Veneza, tentando ser a família mais bem sucedida por meio do comércio de peixe, domínio das oficinas de renda e da construção das icônicas casas coloridas dessa ilha.
Burano é jogado nas quatro estações do ano, em 14 rodadas. O jogo se desenrola por meio das mecânicas de coleção de componentes, controle de área e pick up and deliver (pegar um componente e entregar em algum outro local), mas a engenhosidade do jogo se dá na mecânica da pirâmide de cubos na qual cada jogadora deverá movimentar em sua rodada e ativar certas ações de acordo com a cor do cubo.
Verificamos na ludopedia e, no Brasil, a licença do jogo está com a MeepleBR, mas ainda sem previsão de lançamento.