Para a JogaMana o dia das mulheres é sempre e não apenas no dia 8 de março! Por isso, desde meados de novembro de 2019, postamos todas as quartas-feiras na nossa conta do instagram (@joga_mana) sobre alguma mulher no mundo dos jogos no intuito de divulgar e valorizar seus trabalhos nesse universo tão restrito.
Segue aqui um apanhado de todas que já passaram por nosso feed e claramente, muitas ainda virão por aí! Nos acompanhe para ficar por dentro!
*As fotos foram retiradas do BGG, ludopedia, google imagens ou em contato direto com as designers dos jogos.*

Dorothy Garrels foi uma das primeiras mulheres a ganhar o Spiel des Jahres (prêmio alemão de melhor jogo do ano) como coautora do jogo Scotland Yard, em 1983.
O jogo não é o mesmo Scotland Yard que temos acesso hoje no Brasil. Ele seria equivalente ao que chegou para nós atualmente como Interpol da Grow: no jogo uma das jogadoras assumirá o papel de Mr. X que deverá se movimentar pelo mapa de Londres utilizando ônibus, metrô e táxi. As outras jogadoras, por sua vez, serão as detetives que têm como objetivo achar o Mr. X que revela seu paradeiro de vez em quando. É um jogo de dedução que fez muito sucesso na infância de muitas e que podemos encontrar nas lojas até hoje!
Em homenagem ao dia da consciência negra, hoje apresentamos a Chantel Calloway: a primeira designer de jogos negra nos Estados Unidos. Seu jogo (que foi lançado esse ano), Rhyme Antics, é um jogo de rimas inspirado no hip hop: as jogadoras se envolvem numa batalha de palavras para testar seu vocabulário e velocidade. Um aplicativo de celular dá a batida para as rimas freestyle.
O jogo foi indicado para o NYC bit awards (uma premiação para a celebração de designers de jogos em Nova York).

Sophia Wagner é autora dos jogos Noria (2017), The Boldest (2018), Ratzzia (2019) e foi também vencedora da irmandade Spiel des Jahres em 2015 (uma premiação dada à digners promissores).
Noria, publicado no Brasil pela Ludofy, é um jogo que se passa num mundo steampunk que gira em torno de uma mecânica inovadora chamada "wheel building" que permite as jogadoras de selecionar as ações de um disco que muda todo o turno. O jogo foi indicado para o Goblin Magnifico de 2018.
The Boldest e Ratzzia ainda não apareceram por aqui, mas já estamos ansiosas para jogá-los!
UPDATE: Ratzzia está em pré-venda pela Devir e logo mais poderemos testá-lo por aqui!
Inka Brand possui um extenso portfólio de jogos. Um dos mais conhecidos é Village (um jogo singular de alocação de trabalhadores) que foi premiado como melhor jogo do ano no Spiel des Jahres em 2012.
Ela é também coautora da série dos celebrados jogos de escape Exit, que em 2017 ganhou o prêmio da crítica do Spiel des Jahres, além de muitos outros jogos como Ganges!
Elizabeth Hargrave é autora de Wingspan (2019), ganhador do prêmio da crítica do Spiel des Jahres desse ano e Tussie-Mussie (2018). Wingspan é um dos jogos mais comentados do ano - e com razão: jogo de peso médio com rolagem de dados, gestão de cartas na mão e coleção de componentes. Somos entusiastas de pássaros (observadoras, pesquisadoras, entre outros) que buscam atrair as melhores aves para o seu próprio aviário. A arte do jogo é incrível e as mecânicas inovadoras em seu conjunto. Não é à toa que ganhou o prêmio da crítica de 2019 no Spiel des Jahres! Na JogaMana Wingspan faz muito sucesso.
Tussie Mussie, lançado no ano passado, é um microjogo de cartas que se passa dentro da época vitoriana, na qual cada flor enviada para alguém possuía um significado entre amigos e amantes. As jogadoras olham as duas cartas de cima, seleciona uma e passa a outra para a proxima jogadora. O jogo acaba em 3 rodadas e cada uma delas tem uma pontuação de acordo com as cartas selecionadas.
E agora estamos ansiosas para o seu novo jogo: Mariposas!
Flaminia Brasini é coautora dos jogos Coimbra e Lorenzo il magnífico, bem conhecidos aqui no Brasil. Um traço notável nos jogos do portfólio da Brasini é a presença de jogos euros com temáticas bem pautadas em períodos históricos e suas personalidades, nos quais os temas conversam com as mecânicas propostas, como em Lorenzo il Magnifico, Leonardo Da Vinci, Egizia (no Egito antigo) e Coimbra (séculos XV e XVI).
Atualmente fala-se muito sobre o apagamento das mulheres nas descobertas científicas e no mundo das artes. No universo dos jogos de tabuleiro não é diferente, como veremos no caso do jogo Monopoly. Elizabeth Magie criou o “The Landlord’s game”, por volta de 1903, que tinha como intuito protestar contra os grandes monopolistas de sua época (como a conhecida família Rockerfeller) e demonstrar o quão injusto tal sistema pode ser. O jogo teve até mesmo sua patente concedida em 1904.
The Landlord’s game foi jogado em diversos círculos sociais e ao longo do tempo sofreu algumas modificações por parte dos jogadores e em 1932 Charles Darrow vendeu o jogo modificado para a empresa Parker Brothers, que tornou o jogo amplamente conhecido até os dias de hoje como Monopoly. Entretanto a autoria não foi dada à Elizabeth, mas sim a Darrow. A patente de Elizabeth foi comprada por essa mesma empresa alguns meses antes do lançamento do Monopoly de Darrow, no intuito de não acontecerem disputas judiciais.
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Em 1936 Elizabeth deu uma entrevista no jornal Washington Evening Star dizendo que ganhou apenas 500 dólares com a venda do The Landlord’s game (que basicamente cobriam os gastos para o registro da patente do jogo), enquanto Darrow faturou astronomicamente mais. Até hoje a Hasbro não reconhece Elizabeth como autora do jogo.
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Fontes: washingtonpost.com e brewminate.com
Teeuwynn Woodruff é coautora do Betrayal at House on the Hill que é um célebre jogo de suspense e traição: as jogadoras constroem com os tiles* uma assustadora mansão e assumem diferentes personagens, mas alguma dessas pessoas será uma traidora que deverá ser parada antes que seja tarde demais!
Leslie Scott é uma designer de jogos britânica. Seu jogo mais conhecido é o queridinho Jenga, lançando na London toy fair em 1983. Leslie morou uma parte de sua via na África e a palavra jenga deriva da língua suaíli que significa "construir". A autora também fez diversos outros jogos como Ex Libris, Anagram, Great Western Railway e The Hieroglyphs Game.
Bianca Melyna é autora do aclamado Grasse - Mestres Perfumistas. O jogo, lançado em 2018, foi Vencedor do Prêmio Ludopedia Jogo Expert do Ano (Designer Nacional). Nesse eurogame, as jogadoras se tornam exímias produtoras de perfumes em Grasse (capital francesa do perfume no século XIX), coletando bases e essências para se tornar a melhor mestre perfumista no final do jogo. Grasse encontra-se hoje como um dos jogos nacionais mais bem avaliados na Ludopedia.
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Além do conhecido Grasse, a designer conta com diversos títulos em seu portifólio como Overdrive (2018), Gramado e Hokusai (em desenvolvimento).
Susan McKinley Ross é autora de Qwirkle (lançado em 2006) que foi ganhador do Spiel des Jahres (jogo do ano) em 2011. Qwirkle é um jogo abstrato com regras simples, mas altamente estratégico: usando os blocos, as jogadoras tentam marcar pontos por linhas de construção que compartilham um atributo em comum (cor ou forma). Susan também produziu outros jogos, dentre eles: Skippity, Hoot Owl Hoot e Fish Stix.
Samanta Geraldini é autora dos jogos Cartas a Vapor (2016), Café Express (2018) e New Eden Project (2018). E não é só isso não! Ela também é CEO da editora Potato Cat (o famoso gato batata), que publicou o jogo Sereias, da @sabrinadovalles e uma série de microjogos como o Jetpack lhama, A Elegia do Pássaro da Morte, Magic Flow, entre outros.