As Viagens de Marco Polo,
Parte 2: Avançado.
Um resumo da parte 1 poderia ser o seguinte:
Trace uma rota (passando por Beijing) ao escolher as cartas de objetivo e alcance essas cidades (não é o “fim do mundo” escolher duas dessas cartas que contenham uma cidade repetida). Tente ir bem nas “corridas” por Beijing e maioria de contratos.
Isso é o básico! Não Importa o personagem ou o setup do mapa, o método acima garante uma boa pontuação durante e ao término do jogo e uma sólida competição pela vitória. Agora vêm a parte que, ao contrário do pensamento lógico, eu considero extremamente avançado e que costuma não só ser eficiente para a concorrência à vitória, como trazer pontuações muito acima da média. Me refiro à pontuações que passam dos 90 pontos, chegando até mesmo aos três dígitos, e essa estratégia avançada seria a de focar em contratos ou focar em viagens!
O erro que um jogador geralmente comete é achar que “focar” em um aspecto do jogo é abandonar completamente o outro, repito, isso é um erro!
Posso exemplificar com minha última partida de Marco Polo, onde perdi para um italiano que fez 90 pontos enquanto eu fiz 80. Meu adversário focou em contratos, eu nas viagens… Nada demais, certo? Bom, e se eu te disser que ele chegou primeiro em Beijing, venceu a corrida por contratos e alcançou todas suas cidades objetivo? Isto com ele focando em contratos! Na última rodada eu sabia que minha única chance era se ele não tivesse alcançado ao menos uma de suas cidades objetivo porém quando vi que seus últimos dois dados foram reservados para efetuar uma viagem eu sabia que minha derrota era certa.
Nesses anos jogando Marco Polo (desde 2016) apenas duas vezes presenciei vitórias onde o jogador focou em um aspecto e abandonou (quase) completamente o outro (mas não completamente). Foram dois jogadores experientes e com uma leitura do mapa excepcional. O primeiro focou em contratos e jogando com Kublai Khan, cumpriu tantos contratos que o fez passar dos 100 pontos. Já o segundo (em outra partida), focou no oposto, em viagens, jogando com Guilherme de Rubruck (aquele não precisa parar numa cidade para colocar um posto comercial) e cumprindo apenas DOIS contratos, marcou mais de 90 pontos!
O diferencial de executar essas estratégias “focadas” é a leitura do mapa no início da partida (antes das escolhas dos personagens e cartas objetivo). Os dois jogadores que citei enxergaram formas de extrair recursos/pontos do mapa e com isso alcançaram pontuações realmente relevantes. O primeiro (Kublai Khan) antes de começar a cumprir contratos como se não houvesse amanhã, começou em Beijing desceu por Xian e Kochi e dali para Sumatra… De onde não saiu mais! Porém se atentem que ele além da já começar em Beijing, passou por duas cidades pequenas e sua única cidade grande valia por três, nessas três cidades ele garantiu mais recursos do que eu jamais vi alguém levantar no jogo, ele gerava recursos e podia repetir essa “geração”(?) criando uma fonte (quase) inesgotável de recursos aliada a uma escolha de contratos primorosa que lhe deu a vitória. Já o segundo (Guilherme de Rubruck) além de chegar primeiro em Beijing e colocar seus 11 postos de comércio no tabuleiro tinha cidades que davam pontos das mais variadas formas, e ele aproveitou muito bem essas cidades compensando a falta de contratos (sendo que os contratos cumpridos foram para levantar moedas para pagar as viagens).
Para focar em contratos você precisa de recursos.
Há fontes de recursos no mapa?
Para focar em viagens você precisa compensar a falta dos pontos dos contratos.
Há fontes de pontos no mapa?
As grandes cidades:
Aqui o jogo mostra uma força absurda. Nada é mais eficiente que as Grandes cidades! Elas dão pontos, moedas, recursos, passos de viagens, sempre ao custo de apenas um único dado e as vezes em troca de algum recurso, as vezes não, bastando apenas um dado. Repetindo, NADA é mais eficiente nesse jogo que os benefícios das grandes cidades, tanto que eu passei a chamar as cidades de “fonte”, existem fontes de moedas, de pontos, de recursos e de camelos. Monto minhas rotas procurando passar por fontes da melhor maneira possível. A melhor maneira possível é ter acesso à fontes de recurso/moedas nas primeiras rodadas e à fontes de pontos nas últimas!
Seguem imagens das “fontes”:

Fontes de moedas. (já consegui 28 moedas trocando por 4 camelos e 4 pimentas)

Fontes de recursos. (minhas preferidas são as que não pedem nada em troca, apenas um dado, porém aquela que permite "comprar" recursos é bastante maleável e por isso pode ser a mais interessante delas)

Fontes de pontos. (importantíssimas no final do jogo, não no início. Tanto que uma vez, na segunda rodada, troquei 5 pontos por 15 moedas. Algumas dessas cartas chegam a fornecer 24 pontos)

Fontes de moedas e pontos. (ajudam tanto no início quanto no fim da partida)
Vou repetir para enfatizar:
Para focar em contratos você precisa de recursos. Há fontes de recursos no mapa?
Para focar em viagens você precisa compensar a falta dos pontos dos contratos. Há fontes de pontos no mapa?
As cidades pequenas:
Ao chegar nelas e por seu posto comercial você recebe o recurso e depois recebe novamente no início de TODAS as rodadas subsequentes.
Exemplo da força dessas cidades. Imagina a primeira rodada onde os jogadores começam com 2 camelos e de 7 a 10 moedas. Se com sua última ação na primeira rodada você alcançar a cidade pequena com o bônus de 3 moedas e 1 camelo, você iniciará a segunda rodada com 6 moedas e 2 camelos, quase a mesma quantidade de recursos iniciais da partida e que você provavelmente gastou na primeira rodada. Ou, em sua última ação da primeira rodada você chegou à cidade pequena que fornece 5 moedas, então você iniciará a segunda rodada com 10 moedas.
Passar a receber recursos “de graça” no início de cada rodada ajuda (muito) a destravar seu jogo, considere sempre a possibilidade de chegar a alguma cidade pequena!

As importantes cidades pequenas.
Viajar duas vezes na mesma rodada.
(essencial para focar em viagens)
O mapa do jogo parece ter distâncias muito longas ou muito custosas (e são custosas mesmo), mas, ao olhar com mais atenção, vemos que temos várias cidades que estão a apenas 1 “passo” de distância umas das outras (várias mesmo), e várias que estão a dois “passos”, e é aqui que vem a grande “manha” do jogo: viajar duas vezes em uma rodada!

As cidades que estão a 1 "passo" de distância umas das outras.
Existem alguns bônus que dão 1 “passo” de viagem, são eles:
O contrato inicial que troca 3 pimentas e 1 camelo;
No Grande Bazar, a opção de pegar 3 ouros e 1 “passo” de viagem;
Um bônus de Grande Cidade;
Algumas cartas de Grandes Cidades;
Alguns contratos.
Além disso sempre há possibilidade de repetir a ação “viajar” no tabuleiro caso você tenha dois dados pretos.

Contratos, cidades e bônus que dão 1 "passo" de viagem.

A opção que dá 1 "passo" como bônus no Grande Bazar.
Utilizando das opções acima será possível viajar duas vezes numa mesma rodada ao perceber que as cidades não estão tão longe uma das outras como, a princípio, parecem estar. Então é necessário procurar realizar 2 passos + 1 ou 1 + 2 passos. E se pretende se mover duas vezes na mesma rodada, evite parar em um oásis, o melhor é chegar em duas cidades!
É isso pessoal, obrigado pela atenção e só falta mais um post e termino o que gostaria de falar sobre As Viagens de Marco Polo.
Ps.:
Curiosidade:
Conhecem a regra que diz o quê fazer quando você já colocou os 9 postos de comércio no tabuleiro, mas ainda tem que chegar à sua última cidade de uma carta de objetivo? É tipo, preciso colocar um “décimo” posto de comércio...
Bom, nesse caso você pode retirar um posto de comércio de qualquer cidade que possua um seu e colocar na décima cidade. Mas cuidado para não “desmarcar” uma cidade objetivo e também não será mais possível utilizar aquela cidade desmarcada no turno (porém se você já tiver utilizado do beneficio dela, não haverá problema).
O próximo post gostaria de falar dos personagens, até lá!