Os jogos que mais nos trouxeram alegria...
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A game means happiness.
(Um jogo representa felicidade)
Os jogos que mais nos trouxeram alegria...
por Patanga Cordeiro
- comecei no hobby em 2018 (apesar de sempre gostar, não tinha com quem jogar)
- voluntário de cursos de meditação em SP
Olá colegas, este é o meu primeiro post aqui na Ludopedia. O que eu achei que podia compartilhar é que...
Os jogos que mais nos trouxeram alegria... foram os mais baratos!
Eu comecei no hobby a pouco tempo, e logo quis comprar todos os jogos! Alguns jogos são caros, mas prometem tanto... aí ficamos naquele cabo de guerra "já tenho jogos suficientes" vs "mas quem sabe vamos adorar esse jogo!"
Eu jogo com meus amigos, com os filhos deles, com os meus pais, na minha casa, na casa deles, no centro de meditação, na escola, etc. Mas, até agora, de todos os 100 jogos que já jogamos, o que inclui os famosos Ticket to Ride, Carcassonne, Dixit, Robinson Crusoe, passando por jogos importados exclusivamente e menos conhecidos como Black Orchestra (simulando a Operação Valquíria e outras tentativas - favorito atual), Freedom: The Underground Railroad (tipo um Pandemic com mais tema e mais variedade e mais difícil), Robo Rally, independentemente do preço, qual foi o jogo que rendeu mais horas, mais alegria, tocou mais pessoas, juntou mais pessoas, trouxe melhores momentos, resolveu mais conflitos?
Diante dessa lista de jogos incríveis e consagrados e por vezes caros que citei, talvez alguém possa ficar pasmo com a resposta de agora. É um jogo de 30 reais, chamado Lobisomem por uma noite: Monstros.
É um jogo de dedução social, que você joga uma rodada em 5 minutos, de 3 a 7 pessoas. A cada rodada, pode haver um ou mais lobisomens escondidos, uma vidente, aldeões e mais outros papéis similares. E o jogo é basicamente conversar, contar a sua versão da história sobre quem é o o lobisomem e, no final, todos votam para ver se descobriram quem é o lobisomem. (E o lobisomem tenta convencer os outros a acusarem um aldeão). Custando 30 reais, você pode imaginar que não vem muito material na caixa. São 9 cartas e um manual em A4. Não tem quase regras... o jogo, na verdade, ele é feito de...
O jogo é feito de pessoas!!!!
Eu adoro jogos bem complexos, principalmente os ameritrash cheios de cartas de eventos e textos e acontecimentos, e alguns euros bem pesados como o CO2 e Lisboa. Mas o jogo do estilo do Lobisomem por Uma Noite é tão simples que remete-nos de volta à diversão que é ficar com quem você gosta. Ele consegue pular todas as convenções e expectativas do que é um bom jogo.
Só para terem uma idéia, até os filhos de um dos meus amigos começaram a se relacionar melhor e resolver problemas de convívio na escola desde que começaram a levar o pequeno jogo para brincar no intervalo. Todo mundo joga. Mães, filhas, quem não tem interesse nenhum por jogos acaba tendo um ótimo momento.
Para os filhos de um outro amigo que jogaram comigo o Lobisomem, eu fiz uma surpresa. Comprei um exemplar e deixei com o pai deles, sem que eles soubessem. Aí eu escrevi uma série de pistas sobre uma possível aparição, talvez algum monstro, na casa deles. A cada 2-3 dias, o pai escondia uma pista num lugar em casa e dava outra pista para eles, dizendo que apareceu no correio, ou estava embaixo do sofá, etc. Eles esperavam ansiosamente, mas com alguma trepidação, os dias passarem para ver quando apareceria uma nova pista. Com essa pista, eles achavam a outra pista... inclusive a última numa noite de lua cheia... será um lobisomem? Claro, a pista final foi entregue depois de uma semana, e levava para o esconderijo do jogo que dei para eles. Eles também levaram para a escola e foi um acontecimento.
Agora pensemos. O preço de um jogo como esse é o de um almoço simples na Av. Paulista aqui em São Paulo. Uma única refeição. Pelo tanto que o jogamos, se pegássemos os 30 reais e colocássemos numa aritmética, teríamos o resultado aproximado de 5 reais para resolver um problemas de convívio na escola, 3 centavos por sorriso, 4 centavos por risada, 7 centavos por pessoa indo feliz para casa. E isso não é felicidade?
Na minha vida pessoal, também, como voluntário do ensino de meditação aqui em São Paulo, nunca ganhei um centavo - pelo contrário, sempre acabo gastando do bolso - mas também nunca fiquei tão satisfeito como depois de compartilhar incondicionalmente algo que é verdadeiro precioso para mim.
Enfim, na verdade, após tudo isso, o que eu queria compartilhar mesmo é o que abriu o tópico... "A game means happiness".
Gratidão.
E vida longa aos jogos que fazem as pessoas felizes!
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por Patanga Cordeiro
- comecei no hobby em 2018 (apesar de sempre gostar, não tinha com quem jogar)
- voluntário de cursos de meditação em SP e outras cidades do Brasil
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mas adorei a postagem, mas confesso que esse jogo eu precisaria jogar pra ver se gosto.
li o manual, mas achei meio "jogado" demais, tipo ninguém sabe nem quem é, então lendo o manual a parte toda do blefe parece se perder um pouco. mas concordo que esses jogos simples as vezes são os que trazem mais retorno.
nosferatu não é tão barato quanto esse, mas acho bom demais. tinha um de contar histórias também que eu vivia jogando com meu sobrinho, que simplesmente tinhamos que pegar uma carta e encaixar a figura numa história que estava sendo contada (não lembro o nome agora, é até algo mais lúdico que um jogo mesmo) e me rendeu horas de diversão. -
Ovatsug Rednal::mas adorei a postagem, mas confesso que esse jogo eu precisaria jogar pra ver se gosto.
li o manual, mas achei meio "jogado" demais, tipo ninguém sabe nem quem é, então lendo o manual a parte toda do blefe parece se perder um pouco. mas concordo que esses jogos simples as vezes são os que trazem mais retorno.
nosferatu não é tão barato quanto esse, mas acho bom demais. tinha um de contar histórias também que eu vivia jogando com meu sobrinho, que simplesmente tinhamos que pegar uma carta e encaixar a figura numa história que estava sendo contada (não lembro o nome agora, é até algo mais lúdico que um jogo mesmo) e me rendeu horas de diversão.
Oi Gustavo!
Não ter muitas regras nem certezas é justamente "a jogada" do jogo.
A diversão fica em você só ter elementos humanos para descobrir quem é o que. Você lê a linguagem corporal, usa uma informação que você tem para testar um dos outros jogadores - para ver se a história dele é consistente, etc.
Nosferatu também é muito legal, eu tenho e gosto dele! Ele tem uma mecânica mais fechada, é um pouco mais "jogo" que o Lobisomem mesmo.
Mas, claro, há tantos jogos por aí por que há tantas pessoas diferentes e com tantos gostos diferentes!
Patanga -
Pura verdade. Eu entendi que o objetivo do seu texto não é falar do jogo Lobisomem, mas o de tentar demonstrar que o preço pago pelo jogo nada tem a ver com o prazer extraído. As vezes, um simples Jenga é o que vai cair bem em um determinado momento e determinado público.
Aqui em casa, tenho jogado muito o jogo Bandido. Eu o comprei por causa do meu filho de 4 anos. Já nos divertimos bastante com ele. Quando chega alguma visita ele é sempre o escolhido, justamente por praticamente não ter regras e ser um jogo rápido. Meu filho o assimilou rapidamente e, no início, jogávamos 2 partidas até ele começar a se dispersar. Ele fazia umas jogadas muito ruins e não havia se conscientizado de que deveria pensar na jogada atual e nas próximas. Poucos meses depois ele já fazia umas jogadas muito boas, pouquíssimas jogadas ruins, sempre pensando em facilitar o encaixe das futuras peças e sempre jogamos pelo menos 5 partidas e sempre finalizamos com aquela sensação de "trabalho em equipe finalizado com sucesso". Tudo isso por R$35,00.
