Em um reino não tão, mão tão distante assim vivia uma princesa destemida, que gostava de se aventurar. Havia também um destemido cavaleiro, que tinha a missão de protegê-la e, secretamente, conquistar seu coração. A paz reinava soberana, mas no fundo de uma úmida caverna, no pico mais alto, da montanha mais longínqua jazia adormecido o terrível dragão. A fera estava inerte por eras, mas agora desperta, buscava por algo que só a princesa poderia lhe dar. Quer continuar a história? Então venha, pois Fairy Tile Tá na Mesa!
Fairy Tile é um jogo de 2018, criado por Matthew Dustan e Brett Gilbert. De dois a quatro jogadores, com duração média de 30 minutos, em Fairy Tiles os jogadores contam uma história, enquanto movem os personagens, criam o reino e cumpri missões.
- Historinha de princesinha toda de rosinha e cuti-cuti? Tô fora.
Teve seu ego ferido, lobo mau? Não se deixe levar pelas aparências, Fairy Tile (Nota da Sra. Slovic: O nome é um trocadinho de Fairy Tile, que é como se chama contos de fadas em inglês, com Tiles, que são usados no jogo para criar o reino) é um jogo bonito, bem fofinho, mas não é bobo, nem infantil (Nota do Sr. Slovic: Mas é ótimo para se jogar com crianças).
O objetivo do jogo é cumprir um determinado número de missões (Nota da Sra. Slovic: De nove a doze, conforme o número de jogadores). Assim que alguém consegue todas, o jogo termina imediatamente. Cada jogador recebe as cartas de todas as missões que deve cumprir e criar um deck com elas, chamado de Livro. As missões são secretas e os jogadores só podem ver a primeira. Só cumprindo a tarefa é que se descobre a seguinte.
O tabuleiro é modular e será criado durante a partida. Cada tile é composto por três terrenos hexagonais. Os terrenos podem ser Montanhas, Florestas, Planícies e Castelos. Alguns terrenos são cortados por rios. Os tiles iniciais têm marcações e são colocados na mesa no começo da partida, dando origem ao reino. Como em quase todos os Contos de Fada que se preze há uma Princesa (Flora), um Cavaleiro (Ulrich) e um Dragão (Draxor), e suas figuras (Nota do Sr. Slovic: São lindas!) são colocadas respectivamente no Castelo, Floresta e Montanha indicados. Os jogadores podem fazer uma de três ações em seu turno: mover um dos personagens, expandir o reino colocando um tile ou virar a página do seu livro, que significa colocar a carta da missão ativa no fundo do deck. Quando alguém faz essa última ação, ganha um Marcador de Magia, que, quando usado, permite o jogador realizar uma segunda ação em algum turno posterior.
Os personagens se movimentam de forma diferente. A Princesa anda apenas um espaço por vez, exceto quando começa ou termina seu movimento em um Castelo. Ela pode ir de um castelo para outro, antes ou depois de se mover. O Cavaleiro sempre cavalga dois espaços. Já o Dragão sempre voa em linha reta, indo de uma borda para outra do reino, nunca parando no meio. O tiles podem ser colocados em qualquer lugar, sempre respeitando duas regras: No mínimo dois lados devem estar adjacentes a uma peça já em jogo e se o tile tiver um rio, deve ser colocado de modo que o rio fique contínuo (Nota do Sr. Slovic: Segue as mesmas regras do Carcassonne).
- Vou postar na internet que esse jogo é idiota.
Não se iluda, Troll da ponte. A dificuldade do jogo está nas missões. As cartas têm textos bem simples e diretos sobre como cumpri-las e uma história sobre o fato. Narrar a história e depois desenvolvê-la não é condição de vitória, mas deixa o jogo bem melhor. As missões incluem levar um personagem para um terreno específico ou dois personagens para o mesmo lugar, deixar duas ou mesmo as três figuras em linha reta. Declarar que cumpriu a missão não é ação, mas o jogador deve mover um personagem que esteja no texto da missão antes. Por exemplo: a missão é ter o Dragão em uma floresta junto com a Princesa. Se no começo do meu turno os dois já estão juntos, não posso mover o Cavaleiro ou colocar um terreno e declarar a missão como completada (Nota do Sr. Slovic: Ou seja, se sua missão já está feita no início do seu turno, não vale. Algum movimento de personagem deve ser feito).
No geral, Fairy Tile é um jogo bem bacana. Como tem regras simples, ele é ideal para jogar com a garotada, mas não se engane com o tema infantil. É um jogo que deve agradar a todos. Ele tem elementos de Carcassonne e Takenoko e, comparando os dois jogos pode até se dizer que Fairy Tile tem missões mais fáceis de fazer, pois envolve menos variáveis (enquanto Takenoko tem a movimentação do Panda, a criação de plantações e o cultivo dos bambus, aqui só tem o posicionamento dos três personagens), mas não é verdade. As missões não são triviais e algumas são bem complicadas. A parte da narrativa deve agradar muitos grupos (Nota da Sra. Slovic: E afastar um tanto igual, então se você não gosta, em vez de deixar de jogar, só ignore) e serve para estimular a imaginação dos pequenos. Nós gostamos muito e já faz parte da coleção permanente da Casa Slovic, junto com The Grimm Forest. Esse sim, é um final feliz!