Olá galera! Voltando hoje para trazer mais uma resenha para vocês, dessa vez com aquele tipo de jogo que costuma desfazer amizades e causar a discórdia na sua mesa de jogo, com vocês o City of Horror.

City of Horror é um jogo com o tema de zumbi e sobrevivência lançado pela Asmodee e Repos Production no ano de 2012, nele cada jogador vai controlar um grupo de sobreviventes que estão em uma cidade infestada de zumbis.

O objetivo do jogo é bem simples: sobreviver! Cada jogador controla um grupo de 3 sobreviventes únicos que estão infectados e devem achar um antídoto para a infecção zumbi, e assim conseguir ficar vivo até o amanhecer para que o resgate consiga salvar a todos que estão na cidade.

City of Horror pode ser jogado por 3 a 6 jogadores (acho que nesse jogo quanto mais gente melhor), tem uma duração média de 90 minutos por partida e traz as mecânicas de ações simultâneas, onde todos os jogadores poderão escolher secretamente algum dos locais do tabuleiro para mover algum dos sobreviventes; movimento de área, que são os locais na cidade por onde os jogadores poderão movimentar seu grupo; e votação, que serve para decidir quem, em determinados locais, vai dividir o saque ou se “sacrificar” pelo grupo. As suas mecânicas são a chave para fazer desse jogo um dos melhores jogos de treta dentre os que eu possuo.

A sequência do turno de City of Horror pode parecer meio complicada no início, mas é bem simples. Primeiramente, o jogador que tiver algum personagem na área da caixa d’água (que seria como se fosse um local mais alto da cidade) vê a carta de invasão secretamente, ele pode ou não revelar aos outros jogadores que não estão na caixa d’água onde os zumbis vão entrar, o jogador escolhe se vai passar ou não a informação (já começa a treta por aí), sendo que ele também pode até dá uma informação falsa aos demais.

Após olharem a carta de invasão, os jogadores vão escolher secretamente uma das suas cartas de movimentação, cada jogador tem um baralho igual contendo todos os locais da cidade, após todos terem escolhido as suas cartas elas são reveladas simultaneamente. Antes dos movimentos serem feitos pelos jogadores, a carta de invasão do topo do baralho de invasão é puxada e revelada para todos os jogadores, os zumbis e suprimentos descritos na carta de invasão são adicionadas na cidade, só aí os jogadores poderão fazer seu movimento a partir do jogador inicial, escolhendo um dos membros do seu grupo para se mover para o local escolhido por ele.

Após todos os jogadores terem movido os seus personagens dá-se início as ativações dos locais, começando pelo local 1 (cada tile tem a numeração nela) todos os jogadores nos locais poderão ativar a habilidade do local que se deseja. Além disso, os jogadores presentes no local podem usar habilidade ou cartas para conter a ameaça zumbi presente no local, caso ninguém queira fazer mais nada será a vez dos zumbis no local atacarem.

Um ataque zumbi geralmente acontece apenas se tiver mais zumbis que personagens no local, caso os jogadores não tenham como lidar com a quantidade de zumbis na sua porta, e após toda a sua investida ainda tenham mais zumbis que sobreviventes no local, algum personagem vai morrer. Os jogadores com personagens presentes no local farão uma votação para escolher quem vai se “sacrificar” pelo grupo, essa votação é aberta a todos, e o jogador que tiver mais votos perde um dos seus personagens no local (já sentiram aí o tamanho da treta?). Os jogadores podem combinar votos abertamente entre eles, podendo fazer alianças para matar alguém que eles acham que está em vantagem no jogo. Após o ataque ter acontecido, caso no local haja algum tipo de saque, uma nova votação é feita para que um dos jogadores no local divida os recursos presentes ali entre o grupo (da maneiras que ele achar melhor, o que causa mais treta).

Após todos os locais terem sido ativados, seja para receber a habilidade do local ou por um ataque, uma nova rodada se inicia seguindo o mesmo padrão, os jogadores tem que conseguir sobreviver por 4 horas (4 rodadas) até que o resgate chegue para salvá-los. Ao final das quatro rodadas, o jogador que tiver mais pontos contabilizados entre personagens sobreviventes, comida e antídotos, vence o jogo.

Esse é um jogo com uma boa quantidade de componentes, entre os vários componentes do jogo temos os tiles de locais, cartas de vários tipos e stands de personagens e zumbis. Abaixo, como de costume, vou falar um pouco mais sobre todos os componentes da caixa do jogo.

O jogo vem com cinco tiles grandes que representam os diversos locais do jogo, esses tiles são dupla face, sedo que cada uma tem diferentes funções. Os locais presentes no jogo são a igreja, a encruzilhada, o hospital, o arsenal e o banco. Além desses tiles de locais temos pequenos tiles que representam as ruas da cidade, com exceção do tile de caixa d’água, que ainda serve para alguma coisa, os demais só servem mesmo para ajudar a organizar melhor alguns tokens do jogo.

Cada um dos tiles de locais possui habilidades únicas que os jogadores podem fazer caso estejam nele durante a ativação, além de mostrar a quantidade máxima de personagens que o local suporta (sim, os jogadores não podem se amontoar todos em um único local, assim seria fácil demais), e o requisito para ter um ataque zumbi no local.

O jogo possui uma boa quantidade de cartas, entre as cartas que podem ser encontradas no jogo estão as cartas de movimentação, as cartas de personagens, as cartas de ação e as de invasão. Abaixo eu vou falar brevemente sobre cada uma dessas cartas.

As cartas de personagens representam os sobreviventes do jogo. Elas são distribuídas aleatoriamente entre os jogadores no início do jogo, podendo algumas ficarem inclusive de fora do jogo. Cada carta de personagem possui uma habilidade única e um valor de pontos que esse personagem vale no final do jogo, porém cada personagem só pode usar a sua habilidade uma única vez durante toda a partida. Quando um personagem usa a habilidade durante a partida, o jogador deve virar a sua carta para mostrar que aquele personagem já usou a sua habilidade. Personagens com habilidades usadas valem menos pontos no final da partida.

As cartas de ações representam as diversas maneiras que os jogadores podem fazer para tentar lidar com a infestação zumbi na sua porta. No começo do jogo os jogadores recebem uma determinada quantidade de cartas de ações, essas cartas servirão para todo o jogo, eles não ficam recebendo novas cartas a cada turno, a menos que peguem algum saque em algum local. É muito importante que os jogadores saibam administrar bem as suas cartas de ações, pois elas vão salvar a vida dos seus personagens, e como não é fácil receber novas cartas, é sempre importante ver se vale mesmo a pena jogar certas cartas em determinados momentos.

As cartas de ações podem variar de diferentes formas, como reativar habilidades de personagens, eliminar ou mover zumbis, fornecer recursos, entre muitas outras possibilidades. Todas as cartas de ações não têm textos, apenas símbolos para representar o seu efeito em jogo, porém todos os símbolos são de fácil entendimento, e em caso de dúvidas há um guia no final do manual explicando o que cada carta faz.

No início do jogo cada jogador recebe um baralho de movimento, esses baralhos são iguais para todos os jogadores e contêm os diferentes locais no jogo para onde os jogadores podem se mover, eles são usados em todos os turnos para mover um dos personagens do jogador.

O jogo possui várias cartas de invasão, cada uma delas marca um horário em específico em que deve ser puxada, elas podem marcar de 1 a 4hs. No início do jogo é feito um pequeno baralho com 4 cartas marcando as horas de 1 até as 4hs, embaralhe as cartas de cada horário e pegue uma de cada um deles para formar o deck.

As cartas de invasão dizem onde os zumbis e os suprimentos vão aparecer na cidade a cada turno de jogo, a carta mostra o mapa da cidade e quando ela for puxada para ser resolvida é só colocar a carta no sentido em que está na cidade e distribuir os zumbis e suprimentos mostrados nelas.

O jogo possui uma boa quantidade de tokens, dos mais variados tipos. Abaixo eu vou deixar uma breve explicação sobre eles.

Claro que no jogo tinha que vir algo para marcar onde os personagens e zumbis estão, eles são marcados com stands de cartonados em uma base de plástico, uma para cada personagem e zumbi que pode ter em jogo.

Os tokens de comida podem lhe fornecer pontos extras no final da partida, já os tokens de antídoto são usados para curar os seus personagens quando eles estão para serem resgatados. Você deve usar um antídoto para cada personagem que precisar resgatar no final da partida, caso não possua antídotos o suficiente você precisa escolher quais personagens você quer salvar. Por outro lado, caso você tenha antÍdoto sobrando no final do jogo, ele fornece pontos extras.

City of Horror é um daqueles jogos que você coloca na mesa quando quer ver o caos, ele é um jogo semi-coop que traz em sua temática a infestação zumbi e a sobrevivência em grupo, retratadas muito bem em um jogo simples e muito divertido.

O seu estilo semi-coop se encaixou muito bem nesse jogo, pois os jogadores estarão constantemente tendo que se ajudar em determinadas situações para poder sobreviver dos zumbis, porém cada ajuda fornecida pode lhe custar caro mais na frente, e toda vez que um jogador lhe oferecer ajuda pode ser uma armadilha contra você. Como se trata de um jogo semi-coop, no final apenas um jogador vai ganhar, então por mais que você tenha que cooperar com outro jogador em determinados momentos, lembre-se de não ajuda-lo demais, pois como seus recursos são limitados eles podem fazer muita falta mais para o final do jogo.

Além disso, o extinto de sobrevivência desse jogo é muito forte, todos os jogadores estão fazendo o possível para salvar os membros do seu grupo e vão tentar sempre que possível ferrar com a vida dos outros grupos, seja esse personagem uma senhora de idade ou uma grávida, ninguém quer saber, eles botam para os zumbis comerem.

Eu gosto muito desse jogo, o seu sistema de sobrevivência se encaixa muito bem no tema de zumbis, o desespero que os jogadores têm para salvar os membros do seu grupo a cada instante é evidente no rosto de cada um. Os seus recursos limitados dão ainda mais tensão ao jogo, fora que a cada votação para divisão de recursos é “sacrifício” para o grupo e sempre uma grande confusão, principalmente quando é para matar o personagem de alguém. Como todos os votos são abertos, o pessoal vê o grupo conspirando para fazer o mal contra o seu personagem, e quando você vê eles fazendo aqueles complôs safados para eliminar o seu personagem vem um ódio no seu coração que dá vontade de virar a mesa rsrsrsrsrsrs.

Com tantos pontos fortes para esse jogo, sendo ele muito divertido e rápido, e as vezes estressante por lhe causar muita raiva, eu acho que ele tem um ponto fraco, que é a eliminação de jogador, é muito raro, mas pode acontecer de um jogador ser eliminado da partida na primeira hora de jogo (primeiro turno). Aqui, de muitas e muitas partidas que jogamos, aconteceu apenas uma vez, é muito pouco provável que isso aconteça, mas não é impossível. Logo, se um jogador é eliminado na primeira hora de jogo, ele praticamente perdeu seu tempo, não vai jogar até que outra partida comece, porém acredito que isso tenha acontecido por falta de estratégia do jogador, e pode acontecer em turnos futuros com mais facilidade.