por Rodrigo Rego

Então você caiu na cilada e está testando um protótipo não-publicado. Agora que não tem mais escapatória, o jeito é fazer o melhor que você puder:

1. Seja honesto sem ser grosseiro

Sim, todo game designer está procurando, acima de tudo, honestidade. Mas mesmo que você ache o jogo horrível, tenha embasamento nas suas críticas. Tente explicar porque você não gostou, que momentos te deixaram frustrado ou entediado.

2. Não jogue um jogo de um estilo diferente do que você curte

Além de você não gostar, provavelmente vai ser mais difícil dar um feedback construtivo. Se você não tem intimidade com Ameritrash, seu repertório desse estilo é menor, você tem menos base de comparação, e seu feedback vai acabar não sendo tão bom.

3. Não se prenda a pequenas minúcias

Só na fase final de testes é que o designer vai estar preocupado com equilíbrio de cartas, por exemplo. Procure sempre dar feedbacks amplos. Que momentos foram especialmente prazerosos? Quais decisões foram fáceis? Que regras pareceram contra-intuitivas? Terminar a partida e apenas indicar pequenos problemas de equilíbrio é uma forma de esconder sua opinião verdadeira.

4. Guarde a maior parte do feedback para o final da partida

Eventualmente, no meio da partida, você pode comentar uma situação específica, mas evite longas conversas teóricas ou sugestões no meio do jogo. O melhor momento para fazer isso é depois que a partida terminar.

5. Dê sua atenção irrestrita ao jogo

A coisa mais valiosa que o autor pode ter de você é sua atenção. Ele está colhendo feedback mesmo quando você não está falando nada. Então evite usar muito o celular durante a partida, não puxe conversa que nada tem a ver com o jogo, não saia no meio se não for realmente necessário.

Um playtester articulado e honesto pode ajudar demais um jogo a ir um passo além de ser simplesmente funcional.

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Publicado originalmente na página da Mansão das Peças no Facebook (https://www.facebook.com/mansaodaspecas) em 31 de agosto de 2016