Com a evolução constante da tecnologia e os investimentos massivos realizados pelos grandes players da indústria do entretenimento, não é novidade dizer que desenvolvedores de games seguem buscando meios de transformar e "contemporanizar" o ato de jogar.
A implementação de universos/ambientes online e as recentes incursões nos campos de realidade aumentada, como nos provam os sucessos de Pokémon Go e do periférico Playstation VR, despontam como práticas que impactam na percepção e na escala em que acontece o jogo, bem como na integração e na interação da comunidade de jogadores a ele conectados.
Mas você sabia que soluções de TI também estão sendo empregadas para renovar a experiência de alguns jogos analógicos? Pois é.
O clássico Detetive, por exemplo, já é vendido há algum tempo com propaganda na caixa, anunciando um app gratuito para celular que dá dicas para desvendar o crime. Uma estratégia claramente pensada para deixar um jogo já consagrado (ou antigo, como preferir) mais atrativo para os novinhos da Geração Z.
Mas não é só isso. Ao longo da última década, títulos como o trading card game TheEye of Judgement pavimentaram caminho paranovas propostas de jogo, conciliando TI e experiências analógicas. Oi? Nunca ouviu falar dele? Pois se liga no vídeo promocional abaixo:
IRADO, não? Integrando a funcionalidade da PS Eye (a câmera exclusiva do PS3) e uma tecnologia para leitura dos códigos impressos nas cartas, que funcionava como a leitura de uma espécie de smart label, The Eye of Judgment foi um dos pioneiros em promover uma experiência tecnologicamente integrada, como parte de uma proposta de imersão multimídia e inovadora.
Pena que este TCG foi descontinuado, muito por causa da restrição de hardware e por questões de custo. A dependência de um periférico vendido separado do console e a jogabilidade estritamente local, sem compatibilidade online (como estava em voga na época), certamente foram dificultadores que afastaram o interesse do grande público, embora tenha deixado um legado posteriormente adaptado por outras marcas, como a tiragem limitada de Duel Terminal Edition, que trazia uma tecnologia similar para dar vida ao card game de Yu-Gi-Oh! por meio de arcades lançados no Japão.
Já no universo dos board games a presença de softwares enquanto componentes do jogo já é uma realidade. Jogos como Golem Arcana e XCOM: The Board Game (este último, lançado no Brasil pela Galápagos Jogos) se utilizam de apps específicos para tablets, notebooks ou celulares, a fim de queas partidas decorram em sua plenitude.
Em Golem Arcana, as miniaturas e o próprio tabuleiro possuem microcódigos que reconhecem as informações dos componentes e as transmitem para a tela do tablet, auxiliando com cálculos e na explanação dos efeitos desencadeados por cartas colocadas em jogo.
O app utilizado em XCOM, por sua vez, consiste num recurso para fazer com que as partidas cooperativas sejam desfrutadas de forma democrática e, porque não dizer, mais dramática. Tudo porque o aplicativo conta com um timer que limita o tempo de ação dos jogadores, inibindo a manifestação de alpha players que tendam a controlar as ações na mesa.
Mais recentemente, a segunda edição de Mansions of Madness (que ganhará uma edição nacional pela Galápagos) também foi anunciada com suporte a um app para celular e tablet, concebido para deixar a experiência menos caótica, mas não menos previsível.
Bom para quem quer renovar a experiência proporcionada pela primeira edição; melhor para quem nunca teve contato com o jogo e tem a opção de se divertir usando uma interface mais amigável e, ainda assim, digna dos pavores perpetrados por Cthulhu e sua tchurma
Assim, com base nos exemplos citados, é possível entender que a tecnologia está longe de ser uma ameaça ao sucesso ou à longevidade dos board games e demais jogos de mesa. Afinal, essa união entre o analógico e o digital só contribui para a expansão do hobby e para a criação de novas possibilidades no quesito game design, possibilitando experiências cada vez mais contemporâneas e divertidas.
E você? Conhece algum outro jogo de tabuleiro cujo diferencial seja o uso de soluções de TI? Pois conte pra gente nos comentários!
Ah! E caso tenha interesse em conhecer o XCOM, um bom jogo estratégico e cooperativo para até 04 pessoas, vale dizer que este será um dos títulos exibidos no 35º Além do Muro, a ser realizado em Jundiaí/SP, no próximo dia 15 de outubro. Esteja mais que convidad@ a participar
Acho bastante válida a proposta de tentar renovar um Board Game adicionando elementos tecnológicos a ele, pode ser a próxima onde que vejamos nos jogos analógicos. Só não gosto quando transformam o jogo inteiramente em um jogo eletrônico, pois tira o maior motivo que eu tenho para gostar dos jogos analógicos: Obrigatoriedade de interação entre pessoas durante a partida. Ler expressões e estados emocionais são uma parte essencial para mim durante uma competição para ver quem atingirá os seus objetivos primeiros ou quem está planejando sacanear o turno do amiguinho hahahah
Esperando para ver o quanto podem proporcionar com esses novos recursos e ansioso para conseguir testar algum deles