Foi com grande alegria que recebi esta semana a caixa do KS da nova edição do Apex. E com alegria dupla pois ele nem sequer foi taxado. Assim, não demorei muito em sair correndo pro quarto como criança em dia de natal, pronto para abrir os brinquedos.

Para quem não conhece Apex ainda, ele é um deckbuilder em que cada jogador faz a vez de um carnívoro pré-histórico.  Atualmente ele é o jogo mais jogado aqui em casa com ampla diferença sobre o segundo colocado, e se alguém perguntar para a minha senhora, provavelmente ela dirá que depois do Dixit, o Apex é o seu preferido.

Não vou entrar nesta review a comentar sobre o jogo base pois já o fiz no passado aqui. Assim que este post irá cobrir apenas as melhorias e novidades da segunda edição e as expansões.

Componentes
O motivo pelo qual quase todos os jogadores de Apex compramos essa edição a pesar de ter a antiga é uma impressionante repaginada nos componentes. A nova edição vem em uma nova e enorme caixa, com um lindo tabuleiro central e mais 4 tabuleiros individuais para cada um dos jogadores. Era necessário? Não era, mas são aquelas coisas que quando alguém te oferece você não pode recusar.



A outra coisa que chama a atenção é a lindíssima miniatura de T-Rex que faz a vez de marcador de primeiro jogador. Grande, em resina, gritando para que fique claro que todo nesse jogo é grande e fuderoso. A resina é de boa qualidade e a figura apenas tem marcas de molde, cheia de detalhes que faram as delicias de qualquer um que goste miniaturas. Era necessário? Não era, mas quando alguém te oferece miniaturas você não pode recusar.



A nova caixa é enoooooorme. Cabe tudo o que foi lançado até hoje e ainda tem espaço para mais. Aqui vale apontar porem um erro colossal do projetista do insert. Ao fazer o design acho que ele imputou os valores de cota errados. Ainda que a caixa parece simétrica, ela não é, e apesar que um dos lados acomoda as cartas perfeitamente de lado com sleeve, o outro não. O próprio insert rouba o espaço que permitiria colocar ambas fileiras de cartas em um sentido.



De todas formas as cartas existentes até hoje cabem tranquilamente em apenas um lado da caixa. Se você sleevar tudo, apenas ocupam um pouco a mais. Tem espaço suave para acomodar mais umas 3 ou 4 expansões. Se você precisar mais que isso, ainda pode remover o insert e ganhar espaço para mais umas 5 ou 6. Isso faz que a caixa fique enorme e seja difícil de guardar, rivalizando com caixas como a do Mage Knight ou a do The Gallerist. Era necessário? Não era, mas quando alguém te oferece caixas com divisórias lindas como essas você não pode recusar.

O Manual foi completamente repaginado, reformado, reexplicado e agora está cheio de exemplos e fotos que melhoram consideravelmente o entendimento do jogador, bem diferente da tragédia da primeira edição.  Tem novas regras para tornar o jogo mais interativo para jogadores que querem mais agressão direta, mais eu pessoalmente acredito que vou manter o modo multiplayer igual era na primeira edição, pois a patroa não é muito fã de jogo muito agressivo.



Updates e expansões
Para quem já tinha a edição Exotic Predators original um dos grandes alicientes era como os upgrades e novas cartas iam mudar um jogo que já era bastante bem amarrado.


O jogo como um todo ficou muito mais selvagem e violento. Ele permite novas estratégias e jogadas antes impossíveis e com apenas pequenas mudanças melhora muito o desempenho dos baralhos dos jogadores. Por outro lado, o dano agora é mais frequente e mais difícil de lidar.

Feridas e Cura
Teve algumas mudanças muito importantes nesta edição principalmente a respeito do funcionamento das feridas e dos dinossauros. A carta Vitalidade Dinâmica que garantia uma fonte de cura confiável foi nerfada consideravelmente (apesar de ter ficado mais barata em custo) e por ter novas cartas de evolução, as chances de ela aparecer em jogo diminuíram.

Os dinossauros e eventos por sua vez ficaram mais desafiadores, tendo muitos, penalidades mais graves que na primeira edição. Além disso, tem 2 novas feridas:  Osso quebrado, que muda o funcionamento das feridas até agora e em lugar de atrapalhar o seu baralho o destrói, e Patógeno Fatal, a primeira que causa 4 pontos de dano em chefes e que destrói não só o seu baralho senão também as suas chances de se curar.




Mais forte, mais rápido... melhor!
Temos novas cartas de evolução em jogo, e revisão de cartas existentes. Lembra d’aquela Acute Alertness que ninguém queria? Bom, agora ela permite que você coloque dinossauros na emboscada com sigilo (sem ganhar alerta). Dinossauros do descarte! Ou seja, você pode colocar emboscando o T-Rex apelão que você acabou de comprar no mesmo turno para já entrar batendo no próximo!

As novas cartas de evolução entram com um propósito claro de deixar os baralhos mais eficientes. Abrir 4 ovos por turno, ou eliminar cartas desnecessárias do seu baralho de Apex são apenas algumas das novas ideias em jogo que permitem que você passe a optimizar melhor as suas compras, deixando o seu baralho mais competitivo e maximizando a sua estratégia escolhida. Também tem novas evoluções que afetam as caçadas evitando tomar dano dos alvos. De forma geral, a sensação que dá é que dá para obter mais rendimento do que antes, tendo os mesmos recursos.


Novas presas, novas estratégias.
Uma das coisas mais interessantes foi a inclusão de novas mecânicas nas presas da trilha.
Tem varias variantes de dinossauros ladrões, que roubam ovos ou carcaças da sua área de jogo e fogem com eles. O jogador que consiga eliminar conseguirá recuperar o butim, na mais velha pegada dos duendes do Golden Axe. Os muito solicitados Stegosaurus agora protegem os outros dinossauros da trilha enquanto estão defendendo e incorporam uma nova mecânica que compartilham com outros recém chegados que faz que eles tenham uma chance de se salvar de qualquer ataque.

Os novos chefes também entram com novas ideias e novos desafios, em especial o Livyatan, cujos lacaios têm a bagatela de 12 pontos de vida para você conseguir caçar, todo um desafio para qualquer jogador. Ainda bom que os novos Apex também se adaptaram ficando muito mais perigosos. Muitos novos Apex podem chamar colegas do descarte para apoiar as caçadas, ou prevenir dano da caçada. O Sigilo e as emboscadas ficaram muito mais satisfatórios também, com alguns Apex como o Carcharodon ganhando bônus de até +6 quando atacando desde a emboscada.



Dinossauros do averno
Quem teve a sorte de pegar a edição do KS ganhou um particular chefe: O Patriarca. Um T-Rex morto vivo acompanhado de uma horda de dinossauros mortos vivos com mecânicas que mudam o jogo para acrescentar zumbis. Esse novo chefe é provavelmente o maior desafio solo que você pode enfentar em Apex e o seu funcionamento é altamente temático, com uma infeção que se propaga, carcaças de dinossauro que voltam dos mortos para te atormentar e um chefão imortal que pode chegar a ter uns absurdos 26 de vida se você não ficar esperto. Era necessário? Não era, mas zumbis são aquelas coisas que quando alguém te oferece você não pode recusar.




Resumindo
A segunda edição de Apex certamente é um presente para todos os que amávamos a já de por si belíssima primeira edição. Ela não e perfeita, tem ainda aqueles pequenos falhos, mas são muito perdoáveis em um jogo feito por apenas uma pessoa. As novas mecánicas e cartas trazem um ar fresco para os que ja tinhamos exhaurido as innumeras combinações de combates disponiveis na edição anterior, e as novas regras de combate multiplayer podem atrair novos jogadores para este fantástico jogo.
Mas no fim o mais importante foi a grande repaginada nos componentes. A sensação que esta edição passa é que ela quer ser mais de tudo. Mais grande, mais bonita, mais completa... Era necessário? Não era, mas você não pode dizer não pro desnecessauro.