Por Olivier Prevot
O jogo
Conan que joguei em si parecia um protótipo bem avançado. O mapa (acampamento dos pictos) era muito massa, as figuras eram bonitas, os desenhos dos personagens também eram ótimos. Era possível ver que era um protótipo somente pelo verso das cartas, player aids e coisas assim.
Todos os 4
testers eram completamente novatos no jogo, e só eu tinha conhecimentos literários sobre
Conan.
A explicação levou por volta de 10 minutos, e fomos introduzidos a mecânicas originais, em um tempo bem curto pra esse tipo de jogo.
Jogamos com Valeria, Shevatas e Conan (é claro!) tentando salvar a linda filha do rei (desculpem, não consigo lembrar os nomes!) da garra dos pictos.
Nossos personagens têm 10 de energia (Conan tem 11) que irão usar durante o turno para várias ações, como movimento (você tem movimento gratuito básico de 2 a 4), ataque corpo a corpo, ataque a distância, abrir baús e desarmar armadilhas. Você também precisa de energia para rolar novamente seus dados (quando quiser) ou para defender contra ataques durante o turno do “
Overlord”. Como você só recupera 2 de energia no início do turno, você deve ser bem cuidadoso ao gastá-la. Você pode decidir descansar (não fazer nenhuma ação) e recuperar 5 de energia.
Também é possível ter problemas de sobrecarga com tantos equipamentos pesados que te deixam mais lento ou proíbem a execução de certas ações (nada de nadar com aquelas 4 espadas e 2 armaduras...).
Cada personagem tem equipamentos e habilidades únicos. Conan pode arrebentar paredes de madeira e quando inflige muito dano pode transferir para outro alvo, caso o primeiro tenha morrido, etc, etc... Shevatas é um ótimo abridor de fechaduras, não pode ser cercado e tem armadura natural. Valeria não tenho muita certeza, mas ela tinha alguns poderes de ataque/defesa. Ah sim, ela também pode usar 2 armas para atacar e/ou defender.
Há 3 tipos de dados: amarelo (menos poderoso), laranja e vermelho (mais poderoso). Os personagens não usam os mesmos tipos de dados dependendo da ação. Conan usa os vermelhos para atacar, mas amarelos para destrancar portas, o oposto de Shevatas, por exemplo.
Pictos
Durante nossa aventura é possível achar novos equipamentos nos vários baús, caso consigamos abri-los.
Em seu lado, o Overlord tem 7 tiles de inimigos diferentes e de evento no tabuleiro. Ele também tem 10 de energia mas recupera 5 no início do turno.
Todos os tiles de inimigos são dispostos na frente dele em uma determinada ordem. O da esquerda custa 1 de energia para ativar TODAS as figuras daquela família e o da direita custa 8 de energia! As figuras inimigas tem movimento, ataque, armadura (que é um número fixo, defesa é a rolagem de dado), pontos de vida e poderes (caso necessário). Ele não pode ativar mais que 2 famílias de inimigos por turno. Cada vez que ele ativa uma família, ele pega o tile e coloca à direita de todos, movendo os demais.
O Overlord pode, claro, adicionar energia para mover-se mais, para um ataque mais forte, para rolar novamente, e para defender-se quando os heróis atacam.
Então cada herói e o Overlord tem que gerenciar/otimizar suas energias. Outro time que vimos jogar, gastou toda sua energia no primeiro turno... Digamos que eles não acharam o jogo muito agradável...
E agora para a parte da aventura!
Eu não sou um escritor, e fiz isso só por diversão. Por favor, sejam gentis em suas críticas. Esse post tenta transmitir como nos sentimos durante o jogo.
A aventura:
“
Por favor salvem minha filha...” choraminga o rei.
Shevatas (eu!) sorri pedindo uma ridícula quantidade de ouro, sob um olhar enfurecido de Conan. O rei prontamente aceita, para o espanto de seus conselheiros (e seus bônus de fim de ano!).
“
E traga-me a cabeça do chefe picto também...” desdenha a eminência, colocando um peso em nossa partida.
Montamos nossos bravos corcéis e viajamos ao acampamento dos pictos discretamente (claro que há placas gigantes indicando o caminho, quem disse que os pictos são cuidadosos?).
Chegando ao anoitecer nós desmontamos e reconhecemos o acampamento. Há várias cabanas de madeira ou pedra. Percebemos vários pictos diferentes: os mais comuns não serão páreo para nós, mas os mais fortes podem nos atrasar. Os cães devem ser eliminados, já que seus latidos alertarão seus mestres. Um pouco preocupado sobre a serpente negra, no entanto... é grande... 4 metros e meio de altura!
Ahá! Aquela é a cabana do chefe, e a princesa deve estar lá! O idiota está organizando uma caçada e enviando a maioria da tribo... Ele terá um arrependimento por essa decisão, pois atacaremos ao amanhecer! Não, desculpem, muito clichê... Hoje à noite!
Decidimos chegar em grupo pela entrada ao sul, dar um jeito nos cachorros rapidamente e em silêncio. Hmm... Ok... Conan, por favor, não pise na pata do cachorro da próxima vez, pois não só o uivo dele acordou todo mundo como você também errou seus dois ataques! Obrigado Crom pela Valeria!
Muito bem, agora vários guerreiros estão chegando... vamos fugir! O quê? Essa armadura? Achei ela jogada, não parece ser de ninguém, e ainda fica bem com as minhas botas.
Fugindo do canil nos deparamos com um grupo de guerreiros pictos, é uma peleja braba! Conan luta como um maluco, ajudado por Valeria e eu (como assim, como uma líder de torcida? Não! Eu sei lutar e um dos guerreiros mais fortes acabou com minha faca enterrada nas suas costas! Devolva ela, por favor).
Conan levou uma porrada e tanto, e recua um pouco depois de matar 3 daqueles demônios em uma pancada só com seu machado vermelho de sangue! Valeria está pulando de um inimigo ao outro enquanto eu bravamente (aham...) arremesso facas escondido nas sombras.
Corajosamente rastejando (essas duas palavras não andam muito juntas, certo?) em direção à cabana do chefe, eu vejo ele correndo com uma enorme lança pra se juntar a batalha. Arremessando minha última adaga nas suas costas, eu entro na cabana.
Está tudo tomado por escuridão, cheiros estranhos e a princesa furiosa! Eu beijo ela pra acalmá-la, e funciona! O tapa na minha cara valeu a pena! Eu explico que seu pai nos enviou para libertá-la e levá-la conosco de volta para ele. Ela está fraca, tendo gasto toda sua energia para sobreviver e me dar um tapa. Terei que carregá-la.
Enquanto deixo a cabana eu vejo Valeria cortando o rabo da serpente com suas duas espadas, enquanto Conan arranca a cabeça do chefe em um golpe destruidor. Rindo, Conan joga a cabeça para mim e grita: “Corra com a garota e a cabeça, nos encontraremos mais tarde!”.
Sendo mais uma vez o herói do dia, eu carrego a princesa, a cabeça do chefe dos pictos e uma pequena pilhagem (o quê?! Apenas para... vocês sabem... custos e tudo mais). Obrigado Crom, por eu ter lembrado de trazer um quarto cavalo.
Não tenho certeza se a princesa vai continuar virgem quando a entregarmos de volta ao pai (vocês conhecem o Conan, não conhecem?), mas podemos sempre acusar os pictos!
Resumindo:
Conan é um jogo de 2 a 5 jogadores, com um deles sendo o Overlord, e os outros os heróis.
Gostei demais do jogo! A atmosfera, o visual, as mecânicas...
Adorei o jeito de gerenciar a energia tanto para os heróis quanto para o Overlord, os poderes dos personagens, e a simplicidade no geral (comparado com outros jogos do mesmo estilo), e a rapidez: 90 minutos do início ao fim na feira de Essen, incluindo a explicação de regras! Então, provavelmente 60 minutos na próxima vez.
Tradução de CassioLemos